Quarta-feira, 16 de setembro de 2020 - 09h01
RECUO
Já dizia o velho político mineiro, Magalhães Pinto, “política é como
nuvem. Você olha ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. Somente
esta máxima da raposa mineira para explicar o recuo do prefeito Hildon Chaves
para disputar a reeleição, embora ideologicamente seja contrário ao instituto
da reeleição. Por diversas vezes, em contato com este colunista da cabeça
achatada, o prefeito deu estas explicações para justificar não participar da
disputa eleitoral. Mudou em razão das pressões do PSDB, da deputada federal
Mariana Carvalho e dos assessores mais chegados que escolheu para governar.
Vice
O nome mais provável para vice-prefeito de Hildon Chaves é o do vereador
Maurício Carvalho. Seria, caso aceite, a segunda vez que o vereador figuraria
numa chapa majoritária como vice. A primeira, nas eleições estaduais passadas,
foi candidato a vice-governador de Expedito Júnior, numa chapa puro sangue.
Agora, segunda vez, poderá ser vice na chapa para reeleição e Hildon Chaves
repetindo a mesma dobradinha tucana da primeira. Não se pode subestimar a força
da família Carvalho mesmo não repetindo o desempenho eleitoral de seis anos
atrás. Outo nome especulado para o posto é o membro do Democratas Fabrício
Jurado que tem como padrinho o senador Marcos Rogério.
INDECISÃO
Pela manhã desta terça-feira, às sete e meia, o próprio prefeito
informou à coluna por telefone que Maurício havia sido escolhido vice por ele
próprio (Hildon). Portanto, como especulado por aí, inclusive por este
colunista, não foi uma reivindicação familiar. Mas, após a convenção, Hildon
voltou a falar com este colunista por telefone de que o vereador Maurício
Carvalho estaria resistente em aceitar a indicação, o que prova que é uma
escolha pessoal do prefeito. A indecisão é mais um capítulo da improvisação que
virou a novela da chapa tucana com o recuo da desistência do prefeito.
MUSCULATURA
Hildon Chaves entra na disputa com musculatura para disputar uma das
vagas ao segundo turno em razão do conjunto das obras que imprime em sua administração,
independentemente de quem seja o seu vice. Como eleição e mineração, só depois
da apuração, a força da chapa não significa homologação da campanha como
andaram comemorando equivocadamente os puxa-sacos. Vai ser uma disputa dura e
com todos contra ele. Os adversários sabem também da força que a máquina e a
administração têm numa disputa eleitoral e vão bater pesado para desgastá-lo. É
uma eleição atípica devido à pandemia que exigirá dos candidatos muito verbo e
muito convencimento nos debates, além de um marketing bem planejado nas
plataformas digitais.
SURPRESA
O eleitorado da capital é tradicionalmente atento ao pleito e somente
começa a definir o candidato dias próximos às eleições. Os exemplos das
campanhas anteriores estão à disposição de qualquer um curioso que seja atendo
ao pleito, basta rever no site do Tribunal Eleitoral os três últimos resultados
em Porto Velho. Quem ainda se surpreende com esses resultados são aqueles que
insistem em não interpretar os números.
EMISSÁRIOS
Dois emissários do PSB, utilizando o nome de Mauro Nazif, procuraram o
candidato a prefeito do Cidadania, Vinícius Miguel, para sugerir o nome do
filho do deputado (Mauro Nazif Filho) como vice numa coligação entre Cidadania,
Rede e PSB. Foi um papo informal que até o final desta tarde de terça-feira não
havia evoluído para uma coligação. Nazif, por sua vez, esteve pessoalmente na
residência do prefeito ontem (segunda-feira) à noite. Pelo que apuramos, foi
uma reunião amigável sem compromissos entre os partidos. As conversas
continuaram por toda a tarde desta terça-feira sem resultados práticos. Já
Vinícius mantém canal aberto com o PDT, numa eventual opção pragmática visando
aumentar o tempo na TV.
PROCRASTINANDO
Ao utilizar da mesma tática do prefeito da capital, o deputado federal
Léo Moraes procrastinou até minutos antes da convenção do Podemos a decisão em
relação à candidatura. A convenção está marcada para a manhã desta
quarta-feira, e Léo mantém o suspense. É outro nome muito forte, caso decida
entrar na briga pela prefeitura de Porto Velho. Nas últimas horas entabulou uma
aproximação com o deputado sargento Eyder Brasil, candidato do PSL. A
aproximação entre os dois parlamentares pode ser reforçada com o apoio do
bolsonarismo da capital. Léo Moraes sempre recebeu apoio da maioria das
corporações policiais.
VERSÃO
E por falar no deputado do Podemos, Léo Moraes, a coluna é obrigada, em
nome do contraditório, a relatar a versão do parlamentar em relação à coluna
passada sobre as conversas que manteve com Vinícius Miguel, candidato a
prefeito da capital pelo Cidadania. Segundo Léo, foi um papo entre amigos que
terminou sendo mal interpretado. Reconheceu que falou para o Vini adiar o
projeto eleitoral por razões conjunturais sem que significasse pressão de
renúncia ou apoios mútuos futuros. Como era informal a conversa, desenhou tão
somente cenários políticos. O parlamentar demonstrou contrariedade com a forma
com que o papo foi retratado pela coluna. O escriba compreende o incômodo
causado, mas as explicações do parlamentar reforçam o que foi descrito, agora
com a outra versão, embora os fatos tenham sido amplificados em razão do
período eleitoral, visto que é normal dirigentes partidários dialogarem visando
aumentar suas influências. O resto é bobagem!
TRAÍRA
Thiago Tezzari, ex-secretário de Hildon até duas semanas atrás, foi
fotografado no escritório de Léo Moraes. Para os tucanos, Tezzari passou a ser
chamado de traidor ao conversar com o principal desafeto do ex-chefe. Como é um
neófito em política e não tem um partido para chamar de seu, é possível que
Tezzari saia desse processo chamuscado e retorne ao anonimato que o catapultou
à presidência da Endur. Quem o conhece garante que subiu a cabeça o ensaio do PSD
em lançá-lo candidato a prefeito. Um postulante que queimou o filme antes de
revelado.
JIPA
O presidente da Assembleia Legislativa Laerte Gomes decidiu também
assumir a candidatura a prefeito de Ji-Paraná pelo PSDB. A exemplo do colega de
partido da capital, Gomes demorou a decidir e entra na disputa competitivo para
rivalizar com o cabo da polícia militar e deputado estadual Jhony Paixão (PRB).
POLITIZANDO
È enorme o número de policiais civis e militares candidatos nas eleições
deste ano. Os quartéis estão virando uma “sublegenda” partidária com a revoada
de policiais travando o combate nas urnas. Diferente de promotores e juízes, os
militares podem deixar o cargo para serem candidatos sem precisar pedir
exoneração. Uma rotina que em pouco tempo vai causar problemas na caserna
devido à quantidade de praças fora do serviço. A defasagem nas ruas é grande,
com a atividade política intensa, tende a piorar, embora a legislação permita
e, no entanto, cumpram a regra.
CRIATURA E CRIADOR
Mesmo tendo exercido o principal cargo político na administração do
candidato a reeleição da capital, o advogado Breno Mendes, candidato também a
prefeito da capital pelo Avante, partido dirigido pelo polêmico deputado
estadual Jair Montes, vai enfrentar nos debates o criador. Os concorrentes não
vão perder a chance de ligar um ao outro. Mesmo que hoje criador e criatura nem
se comuniquem. Com a entrada em cena do criador, nas plataformas digitais onde
Mendes sempre navegou em mar de almirante, o tempo fechou.
ENIGMÁTICO
Uma frase postada esta semana pelo deputado estadual Eyder Brasil nas
mídias pessoais intrigou a todos do mundo político, inclusive a este cabeça
chata. No facebook do sargento e deputado está escrito: “Você apoiaria um
candidato financiado pelo tráfico de drogas”? Uma afirmação enigmática que
exige, na hipótese de estar se referindo a algum candidato a prefeito, melhor
explicação. Na política ninguém é bobo e uma frase, da forma como foi postada,
tem endereço. Resta saber da autoridade do destinatário.
SEAS
A Secretaria Estadual de Assistência Social, após intervenção
ministerial, abriu chamada pública para contratação de profissionais para
adequar-se à legislação. Em vez de pedir currículos (ou lattes), requereu um
link do Facebook e do Instagram dos interessados. Uma forma anormal, em época
eleitoral, de convocar pessoas para empregos públicos. Ademais, é um meio para
excluir da seleção candidatos ideologicamente contrários ao que professam os
contratantes. Basta, no caso, verificar as publicações pessoais dos
interessados. Aparentemente uma forma de seleção supostamente eivada de
ilegalidade.
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