Quinta-feira, 18 de setembro de 2014 - 18h50
Robson Oliveira
Desqualificando
Embora a primeira pesquisa divulgada pela TV Rondônia e feita pelo IBOPE não tenha sido contestada pelos candidatos ao Governo de Rondônia (apuradas em agosto passado), a última, divulgada terça-feira (16), apontando Expedito Junior (PSDB) em primeiro lugar, provocou uma reação tão furiosa dos comitês eleitorais de Confúcio Moura (PMDB) e Jaqueline Cassol (PR) que esconde o estrago causado nestas campanhas. O candidato do PMDB desqualificou os dados e o instituto e a candidata do PR seguindo a mesma linha, convocou em socorro o irmão K-Sol para desmoralizar os números.
Destempero
A pesquisa mensura o momento da campanha e suas circunstâncias que podem mudar feito nuvem de uma hora para outra. Mesmo assim, o destempero com que os candidatos e seus correligionários reagiram aos números, revela a importância que cada um dá em sua divulgação. Como na primeira pesquisa os três estavam com percentuais razoáveis ninguém desqualificou. Esquecem que mais de trinta dias separam a primeira pesquisa da segunda, tempo suficiente para que os números desta fossem diferentes daquela. É sempre assim: quando a pesquisa não agrada a saída mais cômoda é apontar um culpado ou desqualificar os números. Ou os dois.
Rejeição
O curioso é que em relação aos percentuais de rejeição obtidos pelo peemedebista na mesma pesquisa os números não são contraditados nem repelidos. Também não vi um só correligionário de Confúcio demonizar a pesquisa referente a senador. A razão é simples, os percentuais favoráveis ao aliado Acir Gurgacz (PDT) são excelentes. Resumo da obra: quando a pesquisa é boa todos comemoram. Quando é ruim demonizam. É o jus esperniandi.
Mentira
Confúcio Moura levou ao guia eletrônico da campanha que é um administrador que faz e mostrou como ação governamental as imagens aéreas do conjunto de casas populares destinados a famílias de baixa renda. A imagem de cima impressiona, mas escondeu que são casas financiadas pelo programa do Governo Federal “Minha casa, Minha Vida”. Como mentira tem pernas curtas dizem que o programa habitacional daqui entrará no guia eletrônico da campanha nacional de Dilma Rousseff (PT).
Marola
Os governistas anunciaram solenemente uma ‘onda amarela’ como forma de motivar os desconfiados correligionários para que massifiquem a campanha como reação a pesquisa do Ibope. Não conseguiu até o momento nem uma coisa nem outra e a convocação virou uma marolinha.
Embusteiros
O guia eleitoral do Confúcio mostrou ainda sem nenhum pejo uma cena do trem da abandonada Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) sobre os trilhos em pleno funcionamento. Ora, quem for ao complexo da Madeira Mamoré verificará a forma desleixada pela qual esse governador trata a memorável EFMM. O complexo entrou em ruína muito antes da última cheia. A cultura estadual virou órgão sem importância e os principais eventos foram extintos ou tratados sem a importância que merecem. A imagem do trem funcionando é um embuste de marqueteiros, com a chancela do candidato.
Socorro
Apesar de repetir feito mantra nos debates que possui luz própria e que não é candidata a primeira irmã, a postulante ao governo pelo PR, Jaqueline Cassol, pediu socorro exatamente ao irmão senador para desqualificar a pesquisa do Ibope. Os percentuais ínfimos atribuídos à candidata obrigaram a equipe de campanha a redirecionar a estratégia e ceder o tempo ao primeiro irmão.
Fenomenal
Os próximos números do Ibope a serem anunciados às vésperas do primeiro turno indicarão se a estratégia dos Cassóis está correta. Entretanto, chama a atenção dos analistas a rejeição a quem nunca disputou uma campanha. Um belo estudo sociológico para tal fenômeno. Ou não!
Debate
No próximo domingo, às 20 horas, a Rede TV promove o segundo debate na capital entre os candidatos a governador. Todos confirmaram a participação e a influência dos números da pesquisa Ibope será a condutora dos questionamentos. Expedito Junior, por exemplo, tem consciência de que desta vez será o alvo principal dos concorrentes e Confúcio o segundo. Mas quem pretende governar e mudar os destinos de Rondônia não tem o direito de temer o debate nem os eventuais impropérios. Vidraça todos possuem, embora o eleitor queira ouvir propostas exequíveis e não pugilato.
Tolice
Quem pesquisar a cobertura feita pela mídia local no segundo turno das eleições estaduais de 2010 verificará que a tática de bater da cintura para baixo tem surtido efeito em sentido contrário. Naquele ano, quando o candidato da oposição, Confúcio, concorria com o governador de plantão, o opositor apanhou duro e nem por isto perdeu as eleições. No final deu uma peia.
Proporcionalidade
O eleitor percebe quando a desproporcionalidade das críticas acerbas é gritante. Apesar dos tolos repetirem o erro. Para os excessos dos apoiadores basta acionar a legislação que é igualmente dura. Na mídia é pior ainda.
Vexame
O tempo invernoso está chegando e os temporais começam a alagar ruas em Porto Velho. Dois anos e nove meses de (des) governo do prefeito Mauro Nazif a capital está um caos e com as chuvas aumentam as alagações. O que irrita é que os cofres da municipalidade estão bombando com significativos recursos, mas o prefeito não utiliza em favor da população sob a justificativa de que o MPF teria recomendado que não. O vexame dessa administração abunda.
Sova
Pura empulhação do prefeito da capital. Fui verificar a recomendação e não há nenhuma menção para que os recursos não sejam aplicados. A orientação é que sejam investidos de forma correta e eventuais prejuízos apurados. A justificativa do alcaide é risível. Quero ver se essa mesma desculpa será utilizada na campanha de reeleição. Sendo, desconfio que Mauro corre o risco de colher coisa pior do que singelas e democráticas vaias.
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