Terça-feira, 5 de novembro de 2019 - 19h26
EXTINÇÃO
A prosperar a proposta do Pacto Federativo enviada pelo Governo
Federal ao Congresso Nacional, alguns municípios de Rondônia deixam de existir
e retornam à condição de distritos. A proposta de Emenda Constitucional, da
iniciativa do Ministério da Economia, sugere que municípios com menos de cinco
mil habitantes e arrecadação própria menor do que 10% da receita total sejam
incorporados por municípios vizinhos.
INIBINDO
Com a PEC diminuindo municípios brasileiros, conforme os critérios
estabelecidos pelo Ministério da Economia, distritos rondonienses, a exemplo de
Tarilândia, Extrema e Nova Califórnia, podem esquecer a emancipação política
que tanto almejavam pelos próximos longos anos. A PEC inibe as criações de
novos municípios. Embora seja um tema que deverá provocar debates acalorados.
BUILT TO SUIT
A proposta de construção de uma nova unidade de Pronto
Socorro para substituir o do João Paulo Segundo, apresentada pela Secretaria de
Estado as Saúde, não agrada a princípio a maioria do setor que a coluna
assuntou. Segundo Fernando Máximo, secretário da pasta, a nova unidade a ser
edificada é através do "built to suit" – termo em língua
inglesa, utilizado pelo setor imobiliário para identificar contratos de locação
a longo prazo no qual o imóvel é construído para atender aos interesses do
locatário, já pré-determinado.
DESVANTAGEM
Quem não concorda com a forma encontrada pela Sesau alega que o
método da parceria com a iniciativa privada não é vantajoso para o estado,
visto que os gastos com a construção da unidade serão repassados aos cofres do
tesouro estadual no decorrer do contrato de locação, mas o imóvel permanecerá
incorporado aos bens da construtora.
CRÍTICA
Um conselheiro da Medicina ouvido pela coluna explicou que a
construção de uma Unidade Hospitalar na modalidade built to suit é
um nicho imobiliário que qualquer construtora com capacidade de bancar a obra
vai se interessar porque sabe antecipadamente que o contrato tem tudo para se
perpetuar por vários anos, na medida que a estado passa a depender da locação.
Razão pela qual critica a opção escolhida inicialmente pela Sesau.
DISPONIBILIDADE
O Tribunal de Contas, que disponibilizou 50 milhões do seu
orçamento próprio para o estado iniciar as obras de um novo João Paulo, mesmo
não tendo se pronunciado publicamente sobre a proposta da Sesau, aguarda a
abertura de uma simples conta bancária para transferir a bagatela. É possível
que a Corte de Contas mude de ideia em liberar tais recursos caso a modalidade
escolhida pelo governo estadual seja a built to suit.
PERPLEXIDADE
Caiu feito uma bomba nos meios políticos os áudios supostamente
atribuídos a um delegado da polícia civil em confidência com outros colegas
sugerindo atos ilegítimos na condução da operação “Pau Oco”. A operação foi
desencadeada pela GAECO da Polícia Civil a partir de uma investigação que teria
em tese desvendado uma organização criminosa atuando no âmbito da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente. Pelos áudios, parte das investigações estaria
contaminada por irregularidades com o condão para anular todo o trabalho, e a
extensão dessas irregularidades tem causado perplexidade.
OBSCURANTISMO
Um dos alvos da “Pau Oco”, segundo áudios, era o ex-governador
Daniel Pereira. A última operação dessa investigação fez buscas e apreensões dos
aparelhos celulares do ex-governador e seu chefe da Casa Civil, nas próprias
residências. Segundo o que veio a público pelos vazamentos, a decisão judicial
que fundamentou a busca e apreensão teria sido a partir de supostas informações
inverídicas. Caso reste comprovada tal manipulação, toda ação revelará a parte
mais obscura do estado por transformar alvo uma autoridade de forma covarde e
cruel por interesses igualmente até então obscuros.
ALVO
Outro alvo que é possível deduzir com o vazamento é que o
presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Walter Waltemberg
Junior, estaria sendo investigado, embora não restem claros os motivos
pelos quais o delegado dos áudios tenha comemorado a possibilidade de
prendê-lo. Aliás, não há, a bem da verdade, nada de concreto que desabone a
conduta do magistrado por onde tenha exercido a magistratura nem a docência.
Todos têm o direito de não gostar do magistrado e criticar suas decisões, mas o
caminho natural para se insurgir contra uma decisão são os recursos judiciais,
não o recurso do boato.
REPUTAÇÃO
Quem quer destruir uma reputação espalha uma inverdade que, com as
mídias sociais, viraliza em forma de boato. O desgraçado do boato é uma
informação falsa que soa como verdade. O pior é que ele (boato) pode surgir ou
ganhar forma de alguém próximo, pessoas em quem você convive e, portanto, soa
com ares de veracidade. Não são poucas as pessoas que adoram espalhar boatos ou
Fake News sem a preocupação com a reputação do semelhante, seja por inveja,
seja por desprezo. Daniel Pereira e Walter Waltemberg, desde que apareçam fatos
concretos e reais que provem o contrário, foram vítimas da maledicência.
PERÍCIA
Os advogados das autoridades vítimas dos áudios vazados
solicitaram perícias nos celulares dos delegados, que, por direito, devem ser
deferidas. Deveriam requerer também uma perícia no Guardião – uma engenhoca que
bisbilhota o cidadão – já que em tese as investigações não seguiam as normas
legais e a engenhoca pode ter sido utilizada supostamente de forma nada
convencional para bisbilhotar os alvos.
PRISÃO
A Polícia Federal, que investiga sobre o
repasse de R$ 40 milhões para políticos do MDB, requereu hoje a prisão da
ex-presidente Dilma Rousseff, e as do ex-ministro Guido Mantega, do
ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira, do ex-senador Valdir Raupp e do
ministro Vital do Rêgo, do TCU. Mas o ministro Edson Fachin não acatou as
prisões por não vislumbrar nos fundamentos elencados os pressupostos para
decretação de medida extremada. O Ministério Público Federal também não
chancelou os pedidos feitos pelos investigadores.
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