Terça-feira, 1 de fevereiro de 2022 - 15h49
PRAZOS
Mais um mês, quando a legislação abre uma janela para mudança de
partidos sem que os atuais parlamentares percam os mandatos por infidelidade
partidária, a campanha deste ano começa para valer. Em Rondônia, segundo
divulgado nas mídias sociais, uma frente de esquerda está se formando para
organizar a campanha de Lula para presidente. O grupo formado pelo PT,
Solidariedade e PSB também pensa em lançar candidatos ao Governo e Senado, mas
tudo dependerá da formação nacional da federação uma vez que está vedado aos
partidos se juntarem nos estados sem que estejam ligados nacionalmente, e ainda
assim, formada a federação, ficam “coligados” por quatro anos. Os prazos para
estas mudanças começam dia 3 março a 1 abril.
CHAPA
O ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT), lançado candidato a
candidato a governador, articula para que o ex-governador Daniel Pereira
(Solidariedade) seja o candidato ao Senado do grupo de esquerda. Ademais,
Paulinho da Força, “donatário” do Solidariedade, um histórico fiel aliado de
Geraldo Alckmin, declarou apoio a Lula e defende Alckmin para vice. Significa
dizer que PT, PSB e Solidariedade estarão juntos no mesmo condomínio nas
eleições nacionais e a união entre eles se reproduzirá nos estado. Portanto, em
Rondônia, as candidaturas lançadas de Anselmo e Daniel começam a se
desenharem. Uma chapa eventualmente formada para não ser subestimada.
DNA
O início da trajetória política de Daniel Pereira foi no PT, onde
exerceu o cargo de deputado estadual. Sua saída ocorreu num momento em que a
direção partidária ainda exercia sobre os filiados uma intromissão exacerbada
no exercício dos mandatos; além das brigas internas autofágicas travadas pelas
mais variadas tendências ideológicas que se digladiavam pela hegemonia dos
cargos diretivos. Seu apoio ao lulismo e sua presença numa chapa formada entre
PT, Solidariedade e PSB é o retorno as origens. Foi a presença de Pereira na
vice de Confúcio Moura que levou os partidos da esquerda e os sindicalista a
apoiarem a reeleição do emedebista ao governo. O DNA é o mesmo.
IMPEDIMENTOS
Já a presença de Vinicius Miguel na reunião das esquerdas, embora
haja mais congruência entre eles do que dissensos, tem que ser encarada como
uma posição pessoal, uma vez que o partido em que está filiado, Cidadania, tem
uma posição historicamente de repulsa ao PT. As declarações de Roberto Freire
(presidente da legenda) contra Lula e o PT são corrosivas. E o PDT tem
assediado politicamente o Cidadania para aderir a candidatura de Ciro Gomes o
que impede ingressar no consorcio formados pelos petistas.
LOROTA
Há poucos meses nos grupo de WhatsApp os seguidores do
ex-governador Ivo Cassol juravam que ele estaria apto juridicamente para
eleição. Hoje, os mesmos personagens, enviaram mensagens nas redes informando
que a candidatura dependeria de uma votação pendente no STF. A lorota tem
apenas um objetivo manter vivo nos noticiários uma candidatura natimorta
juridicamente. O clã Cassol vai apoiar a reeleição do governador Marcos Rocha,
quem viver verá!
INTESTINOS
Quanto ao senador Marcos Rogério (PL), segundo pessoas próximas,
dificilmente será candidato a governador. Existe uma probabilidade do senador
rondoniense ser aproveitado pelo presidente Jair Bolsonaro para ministro em uma
das vagas abertas pelos que vão disputar as eleições. A solução abriria caminho
para que os bolsonaristas apoiassem a reeleição de Marcos Rocha sem rupturas
intestinais.
EMPULHAÇÃO
É uma propaganda enganosa que o governo estadual está veiculando
nas mídias sobre desconto no IPVA. Não é verdade. O IPVA foi majorado porque
estão utilizando o índice de cálculo a FIPE o que elevou pra cima o preço dos
automóveis e, portanto, do IPVA. Por este cálculo a majoração ultrapassou os
30%, embora o governo se regozije em sua propaganda uma diminuição de 20%. Esta
empulhação o deputado federal Léo Moraes já havia denunciado antes do governo
tentar mudar a realidade com uma propagando enganosa.
POLARIZAÇÃO
Entramos no segundo mês do ano, oito meses das eleições, e não há
no horizonte uma única nuvem trazendo a disputa eleitoral uma terceira via. O
tempo conspira favorável ao candidato petista Lula e os céus revelam que a
polarização entre ele (Lula) e Bolsonaro ensaiam tempestades. É uma campanha
que se avizinha nesta polarização e mesma que quatro anos atrás catapultou
Bolsonaro ao posto de presidente.
TEMPO
Na época (2018), preso, Lula conseguiu colocar no segundo turno um
desconhecido ex-prefeito paulista (Fernando Haddad), derrotado na reeleição e
desconhecido da maioria dos brasileiro fora do eixo sudeste, numa eleição
extremamente acirrada. Imagina agora, livre, leve, solto e liderando todos os
cenários para um terceiro mandato e com o tempo prenunciando tempestades na
disputa. O tempo não para, diz o poeta. E a disputa deste ano é
entre dois nomes conhecidos e experimentado nas urnas. Não há outra via senão
está com os ânimos alterados. Só uma hecatombe para mudar o tempo.
DERRAPANDO
Alguns clubes de motociclistas de Rondônia estão mobilizando os
grupos nas mídias sociais e convocando aqueles que ainda mantém-se
firme na candidatura da reeleição de Jair Bolsonaro. Como o
presidente estará em Porto Velho para uma agenda com o esquerdista e presidente
do Peru, esses apoiadores vão colocar suas motos numa motocarreata para
homenagear Bolsonaro. Rondônia ainda é um dos poucos estados do país onde o
bolsonarismo continua na dianteira, embora, no geral, estejam derrapando nas
pesquisas e a caminho do cadafalso. Mas motoqueiro metido a durão dá um cavalo
de pau na verdade para renegar a realidade em nome do mito.
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