Terça-feira, 2 de junho de 2020 - 11h21
PROMESSAS
O
número enorme de pessoas infectadas e mortas pelo COVID 19 em Guajará-Mirim é
uma prova indelével da incompetência das autoridades estaduais e municipais em
gerir o sistema de saúde pública. Já foram investidos milhões de reais numa
estrutura física hospitalar no município sem que até o momento tenha sido
concluída e colocada à disposição da população.
MENTIRA
Na
campanha eleitoral a única promessa do coronel Marcos Rocha – já que não tinha
nenhuma proposta de governo – era a amizade com o capitão Bolsonaro e que,
segundo o coronel, seria o suficiente para resolver os gargalos administrativos
rondonienses. Aliás, nos debates afirmava, - já falei com Bolsonaro sobre os
problemas de Rondônia e ele garantiu resolvê-los. Ao que parece era mentira do
coronel ou foi enganado pelo seu capitão. A verdade é que os problemas
continuam sem solução por falta de ajuda federal.
RECURSOS
Ano
passado, por exemplo, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas
anunciaram pela mídia que estariam repassando dos seus respectivos orçamentos
alguns milhões para que o Governo do Estado iniciasse a construção de um grande
hospital na capital que substituiria o João Paulo II. Com o sistema de saúde de
Porto Velho em colapso em razão do coronavírus, a promessa de um novo hospital
revela a letargia que acometeu o governo do coronel. Embora as instituições
tenham contribuído orçamentariamente para melhorar o sistema, o
governo não fez a sua parte para ajudar as pessoas acometidas pela pandemia. As
pessoas mortas viraram estatísticas dos órgãos governamentais.
NOTA
O
Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público divulgaram uma nota em
conjunto desmentindo uma suposta versão da Secretaria de Estado da Saúde de que
teriam impedido a construção de um hospital de campanha na capital. Segundo a
nota, em seis de abril a própria Sesau teria informado aos órgãos de controle
que a unidade hospitalar era dispensável, naquela ocasião.
FISCALIZAÇÃO
Alguns
governadores e prefeitos pelo país afora optaram em culpar os órgãos de
controle por impedir que esses gestores não aproveitassem a decretação de
calamidade para driblar a legislação e fazer compras com preços acima de
mercado. Não fosse a atuação firme e célere destes órgãos, os malfeitos teriam
sido ainda piores aos que estão sendo revelados agora com operações policiais
em várias cidades. Aliás, muitas investigações estão em andamento, inclusive
por aqui, que podem desmascarar a desfaçatez dos prefeitos e governadores
envolvidos em eventuais tramoias. Rio de Janeiro, por exemplo, governado por um
destes outsiders, eleito com um discurso evangélico e de
virtuoso, as revelações dos malfeitos são devastadoras.
ATENÇÕES
Todas
as atenções do mundo político e jurídico estarão voltadas ao Tribunal Superior
Eleitoral que estará pautando as investigações sobre supostas irregularidades
cometidas na campanha pela chapa do presidente eleito Jair Bolsonaro e General
Mourão. Nos bastidores brasilienses são fortes as especulações de que fatos
apurados na denúncia e subsídios com provas emprestadas de outras investigações
- a exemplo do inquérito das Fake News -, reunirão um
corolário de elementos capazes de julgar procedente as ações e cassar a chapa
que catapultou Bolsonaro e Mourão a presidente e vice. É bom ficarmos atentos.
NEGAÇÃO
Ninguém
pode deixar de avaliar que há uma crise política nacional agravada com as
posições tresloucadas do presidente em meio a uma pandemia mundial que ceiva
cada vez mais vidas, em particular no Brasil. Ao invés de ouvir os órgãos
sanitários, os especialistas na área de infectologia como um líder que cuida do
seu povo, Bolsonaro optou em negar o problema, minimizar as mortes, ignorar os
protocolos sanitários e dar coices a quem recomenda o distanciamento social. Em
razão desta postura insana, o presidente cavalga sobre pedregulho político e
perde cada dia apoio popular.
ATALHO
Um
atalho, via TSE, para resolver a crise política e sanitária que enfrentamos,
pode ser a melhor forma de fazer o presidente cair do cavalo e perder os
arreios da (des)condução do governo. De nada adiantará suas ameaças em convocar
toda a cavalaria já que a infantaria não entrará numa fria para garantir um
“boiadeiro” que dá sinais de que pode cair do cavalo, muito antes do que
imaginávamos.
GOL DE PLACA
Enquanto
os partidos políticos estão fora das ruas por total falta de representatividade
em razão de um discurso em desuso, as torcidas organizadas dos maiores times de
futebol do país tomaram as ruas para defender as bandeiras da democracia e da
liberdade. São bandeiras historicamente caras aos povos e, não raros,
desfraldadas ao custo de muito sangue derramado. Esta nova forma de protestar
une uma das maiores paixões que é o futebol ao maior bem jurídico a ser
defendido que é a liberdade. A rua é do povo e todo poder emana do povo,
conforme nossa carta cidadã, tais manifestações são gols de placa que as
torcidas brindam a todos brasileiros.
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