Terça-feira, 1 de setembro de 2020 - 15h48
PROTOCOLOS
A pandemia provocou
várias mudanças no cotidiano das pessoas e, via de regra, obrigou as
autoridades a se curvarem à nova realidade estabelecendo normas e protocolos de
convivência. O distanciamento entre as pessoas, utilização obrigatória de
máscara nos ambientes fechados e o uso de produtos de higiene pessoal foram
algumas regras estatuídas como forma de prevenção ao Covid 19. Em geral a forma
de fazer campanha, em particular nestas eleições, também foi afetada pela
pandemia.
FÓRMULAS
Não há mais uma fórmula
fechada de marketing para os candidatos e todos devem encontrar um caminho
próprio para convencer os eleitores. Mas as mídias sociais, preponderantes nas
eleições passadas, vão ser decisivas nas atuais. Usadas na medida certa e
manejadas com as ferramentas adequadas. Os alquimistas dos programas
disponíveis na TV e rádios são personagens superados e obrigados a se
reinventarem. Conteúdo e candidato bem preparado para debater os mais variados
temas serão ingredientes indispensáveis a esta nova realidade. Um bom debatedor
não significa sucesso imediato, mas pode ser o diferencial para o eleitor da
capital acostumado a decidir o voto nos últimos minutos que antecedem as
eleições.
MOMENTO
As pesquisas são
importantes a qualquer comitê eleitoral como bússola para pautar a campanha,
embora poucos saibam decifrar os números apurados porque refletem tão somente
aquele momento em que é apurado. Contudo, um questionário bem elaborado
consegue captar percepções que dão indicações diversas daquelas reveladas nos
percentuais concluídos e podem dar subsídios para redirecionar a campanha de
mídia.
FRIEZA
Com uma campanha
eleitoral sem o contato direto com as pessoas, visto que o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) impôs restrições na campanha de rua em razão do Covid.
Compreender esta percepção longe do contato direto com o eleitor faz da boa
pesquisa interna um instrumento poderoso. Esta será uma eleição fria do ponto
de vista do engajamento físico e muito quente no virtual. O que exigirá dos
candidatos impor limites aos apoiadores já que a Justiça Eleitoral também está
se preparando tecnologicamente para fiscalizar e por ordem aos excessos.
Trocando em miúdos: as mesmas ferramentas indispensáveis à vitória podem ser
igualmente ágeis para uma derrota.
CAPITAL
Embora o prefeito da
capital tenha dado todos os sinais de que está fora da disputa e não tem intenção
de carregar nenhum candidato nas costas, as especulações em torno do seu nome
aumentam na medida que as obras em andamento aparecem. Hildon Chaves não é
candidato e, sem querer fazer exercício de adivinhação, não será. Mas no
segundo turno, quem o atacar no primeiro, vai se arrepender pelo que disse.
Quem viver verá. O PSDB estuda outras opções eleitorais e, entre elas,
dificilmente recairá sobre o nome da deputada federal Mariana Carvalho. Mais
uma vez por razões simples: ela não quer nem dá sinais também de querer. Caso
aceite por pressão, aí sim será uma surpresa para a coluna e baixas previsíveis
que exigirão dela muita articulação.
ARIQUEMES
Diferente da capital,
Ariquemes começa a definir os postulantes ao paço municipal com o retorno à disputa
do atual prefeito Thiago Flores que, em abril passado, havia anunciado que
estaria fora da reeleição. Mais dois nomes com apelo eleitoral concorrem: Tiziu
Idálias e Lucas Folador. Nenhum deles vai ter vida fácil nas eleições com
flores perfumando, especialmente o atual prefeito. Olhando de longe o cenário e
desenhando perspectivas, o menino Lucas vai exigir do Thiago muita lábia nos
debates para vencer outra vez. A tendência é Tiziu cantarolar em outra
freguesia em razão do time que perdeu em sua brevíssima carreira
parlamentar.
DESGASTE
Em Guajará-Mirim,
município conhecido como a pérola do Mamoré, o atual alcaide passa por um
desgaste tão grande que é consenso entre os observadores políticos de que a
reeleição é uma tarefa quase impossível. Mesmo política sendo como nuvem que
muda conforme as circunstâncias, nem o prefeito acredita numa reviravolta. A
disputa voto a voto começa a se desenhar entre os prováveis postulantes,
Serginho e Caçador. O segundo, irmão do deputado federal Coronel Crisóstomo,
terá o apoio dos bolsonaristas, embora sob oposição do governador Marcos Rocha.
Um apoio que não interessa ao Caçador, visto que é o município em que o apoio
do coronel atrapalha muito mais que ajuda em razão dos percentuais negativos
sofridos pelo governo com o desgaste da pandemia.
AUSÊNCIA
É compreensível a
preocupação do Secretário Estadual da Saúde, Fernando Máximo, com a recuperação
dos seus familiares acometidos pelo coronavírus. Também é compreensível ele se
ausentar do solo rondoniense por uns dias para acompanhar em Goiânia a
recuperação do irmão famoso e dos pais. O que não é compreensível é o tempo
longo da ausência em Rondônia onde todos os dias concidadãos têm suas vidas
ceifadas pelo vírus. Principalmente depois que o chefe do secretário
(governador) criticou a ausência do prefeito da capital que viajou para rever
familiares. O pau que bate em Chico é o mesmo que bate em Francisco. Ausência é
ausência em tempos de crise sanitária.
TESTES
Os testes comprados
por alguns governadores para aferir o Covid de forma rápida na
população derrubaram as secretarias de saúde do Distrito Federal e do Rio de
Janeiro. As investigações nos demais estados estão bem avançadas e quem
adquiriu os mesmos insumos nas mesmas empresas investigadas – empresa goiana –
vai ter muito o que explicar.
RUMORES
Em entrevista numa
emissora de Porto Velho o médico Hiran Gallo, futuro presidente do Conselho
Federal de Medicina, criticou o Governo de Rondônia pela compra do hospital
Regina Pacci. Para Gallo, a aquisição não foi um bom negócio para os cofres
públicos. Eis aí um gasto que vamos ouvir falar por muito tempo. Nos bastidores
há muitos murmurinhos em torno do negócio e os órgãos de controle estão
analisando todos os atos administrativos. Após as verificações veremos se as
críticas são pertinentes. Por enquanto os rumores são muitos, mas
são só rumores. Aguardemos!
RECESSÃO
O Produto Interno
bruto (PIB) sofreu a maior retração em comparação com o primeiro trimestre de
2020. Significa que a economia brasileira foi duramente afetada com a crise
sanitária e pode voltar a uma recessão, o que afeta diretamente o emprego. É
neste mar de incertezas que muitos prefeitos estão avaliando não disputar um
segundo mandato para não afogarem seus currículos. Quem pensa que eleito vai
navegar em mar de almirante vai morrer na praia. Sorte terá aquele prefeito que
conseguir quitar a folha no mês trabalhado. A maré não está pra peixe. Até os
candirus do Madeira perceberam.
CANAÃ
Sem entrar no mérito
das questões judiciais que envolvem a fazenda Canaã e nem nas condutas que
levaram sem terras a ocupá-la, tudo que até agora foi publicado é parte de um
conjunto de atos que não foram cumpridos fielmente pelos adquirentes da área. A
outra face desta querela, propositalmente esquecida, é que era uma área
dividida em várias, adquirida via licitação, que foram juntadas uma à outra
formando um grande latifúndio. Sem falar nas cláusulas resolutivas que foram
descumpridas. Criminalizar apenas uma face da moeda é muito fácil. O difícil é
cumprir a Constituição que exige uma função social para a terra.
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