Terça-feira, 9 de junho de 2020 - 15h49
PÉSSIMO NEGÓCIO
Embora membros do executivo
estadual esmerem-se em afirmar que a compra do hospital Regina Pacis tenha sido
um bom negócio, quem conhece o sistema público de saúde garante que a aquisição
foi péssima. A começar pela localização, pela estrutura inacabada, passando
pela falta de mão de obra para tocar a unidade, entre outras. Quanto ao preço,
mesmo com o governo jurando que obedeceu a medida cobrada no mercado imobiliário,
um hospital exige muito mais que o local onde funciona e, doze milhões (custo
inicial), não é uma ninharia. Há controvérsias.
URGÊNCIA
Desde que a pandemia chegou em
Rondônia, em março passado, os órgãos estaduais (MP e TCE) alertavam as
autoridades políticas para montarem as estruturas necessárias para atender à
população, pela urgência em combater com denodo o coronavírus. A princípio a
ideia do governo de Rondônia era alugar a ala recém construída do hospital
Prontocor pela bagatela de nove milhões de reais que não se concretizou em
razão da atuação firme do Tribunal de Contas cobrando esclarecimentos. A
própria direção do hospital, ao perceber o imbróglio jurídico que poderia
causar transtornos, avisou que não havia mais interesse em fechar o contrato e
caiu fora da confusão. O bom desse contrato era que junto constavam os
profissionais de saúde pagos pelo contratado. Livrando o erário dos custos
adicionais com salários.
CAMPANHA
Nenhuma autoridade do país deixou
de ser alertada sobre os estragos que o vírus Covid 19 começava a causar no
mundo afora. Foram alertadas também que nenhum sistema de saúde pública
aguentaria atender um número excessivo de pessoas contaminadas e, portanto,
foram orientadas a se planejarem para que os efeitos da pandemia fossem
minimizados com adoção de ações para o enfrentamento, entre elas, hospitais de
campanha. São hospitais que ajudam a atender as pessoas, em especial as mais
humildes, em tempos de “guerra”. Nossas autoridades estaduais e municipais
ignoraram as recomendações e a proposta dos hospitais de campanha sequer foram
analisadas. O tempo passou, nem hospital de campanha nem os privados suportaram
a crise. O sistema todo entrou no caos e contabilizamos mais de três centenas
de mortos.
LOROTA
Enquanto várias cidades montavam
seus hospitais de campanha, inclusive o governo federal nas mediações de
Brasília e Goiânia, em Rondônia, a opção adotada desde o início pelo governador
e seu falante secretário de saúde foi a desesperada e intrigante vontade em
adquirir uma unidade na rede particular. Sem avaliar inclusive as condições
estruturais que atendessem às pessoas infectadas pelo Covid. Nem o corpo
técnico a ser designado para atender os pacientes. Aliás, até hoje o hospital
continuam sem utilidade concreta. No futuro estará obsoleto para atender ao
sistema. Anotem!
INACABADA
O que causa mais curiosidade,
principalmente aos órgãos de controle (TCE tem sido vigilante e diligente), é
que se encontra inacabada uma ala enorme no Hospital de Base, há mais de três
anos, que poderia estar à disposição da população e salvando vidas. E qual a
razão de estar parada? Uma resposta simples, a falta de gestão do governo que
foi incapaz de aditivar um contrato em sessenta mil reais para concluir a obra.
O mesmo problema se repete em Guajará-Mirim com uma estrutura física hospital
quase conclusa, mas abandonada. Por coincidência é o município do interior que
contabiliza mais óbitos.
MISTÉRIO
Não se sabe ainda porque cargas
d’água a opção governamental para combater a pandemia foi a aquisição na rede
privada de um hospital, podendo ter concluído aquelas instalações do HB. Há
desconfianças, resta claro, mas, somente após uma ação de avaliação dos órgãos
de controle para desvendar este mistério. Aliás, pode concluir que nenhum
malfeito tenha sido praticado, mas dificilmente deixará de verificar que houve
incompetência na gestão. Esta claríssimo aos olhos dos leigos. O Tribunal de
Contas está averiguando tudo e tem sido um aliado firme da população no combate
ao Covid e às demais mazelas dele oriundas.
ILAÇÃO
Indignado com a falta de uma gestão
competente, o deputado federal coronel Chrisóstomo (PSL), ex-aliado do coronel
e governador Marcos Rocha, ambos bolsonaristas incondicionais, usou as redes
sociais para colocar em dúvida a honorabilidade administrativa do governador.
Apontou, inclusive, a compra da unidade hospitalar Regina Pacis como exemplo a
ser investigado. Cotejou os preços pagos pela Assembleia Legislativa em leitos
contratados no Hospital do Amor com os preços pagos pelo governo.
REVERBERAÇÃO
O parlamentar (Coronel Chisóstomo),
em voz estridente, promete convocar a PF para investigar os recursos federais
destinados ao combate ao Covid, reverberando e sugerindo ao coronel Rocha
largar o osso e cair fora. Briga de quem conhece a caserna. O governador, pelo
que vimos, fez ouvidos de mercador aos gritos estridentes do deputado e sequer
defendeu-se das ilações.
CONDECORAÇÕES
Logo após enrijecer as normas
do lockdown que baixou na capital, o governador Marcos Rocha
organizou uma solenidade no palácio para condecorar com a medalha Marechal
Rondon – principal condecoração estadual – o general Estevam Theophilo. A
solenidade foi criticada por outras autoridades em razão do aumento de mortes
na capital pelo Covid, embora o homenageado, segundo fontes ouvidas pela
coluna, seja merecedor. Nesta hora de tristeza para vários rondonienses não é
momento para condecorações. É uma falta de humanidade, registrou um membro do
legislativo que pediu anonimato.
COISA DA CHINA
A aquisição dos teste em massa de
procedência da China ainda vai vacinar muita autoridade na LIA. Mas é um
assunto para próxima semana. Produto made in China nunca é o
melhor a ser comprado. Hoje, no Paraguai, encontramos produtos mais originais.
Perdão pelo humor!
ARAPONGAGEM
Nos meios políticos há um
desconforto com informações reservadas de que autoridades estariam sendo
vítimas de bisbilhotagem criminosa. A coluna apurou que as desconfianças recaem
sobre um auxiliar próximo de uma autoridade de alta patente. O engraçado,
segundo apurações em off, é que o mesmo indivíduo que estaria
bisbilhotando está sendo alvo também de arapongagem, além de traição de
subordinados. Aguardemos como terminará a vida destes guardiões da obscuridade.
Após colher provas mais robustas, a coluna dará nomes aos bois. Grampo e escuta
sem autorização é crime. No Mato Grosso, em tempos não muito distantes,
destruiu governo.
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