Quarta-feira, 27 de agosto de 2014 - 18h02
Robson Oliveira
Marola
Embora este cabeça chata não vote nem acredite na ladainha repetida feito um mantra da sustentabilidade que enfeita o discurso da candidata a presidente Marina Silva (PSB), as pesquisas divulgadas recentemente na mídia nacional revelam que ela entrou na disputa feito um tsunami, derrubando todos os prognósticos feitos até o momento. Tudo indica que a candidatura de Marina não é uma marolinha nem um recall de viúva da tragédia que vitimou Eduardo Campos. Os números revelam que ela chegou pra derrubar candidatos e analistas, inclusive as avaliações desta coluna.
Niilismo
A descrença com os políticos e a política que assola parte da população brasileira enxerga nos percentuais de Marina Silva uma musculatura perigosa que tende a levá-la ao palácio do planalto com um discurso vazio que somente realimenta a incredulidade nos partidos e a descrença nas instituições e seus representantes, como se a candidata neossocialista representasse a negação de tudo. São tempos niilistas na sua mais permissiva contemplação.
Coalha
Marina possui lastro político que não a coloca na mesma vala comum da maioria dos colegas políticos, mas é uma militante antiga que assumiu cargos e mandatos abrindo mão de alguns princípios para sobreviver à política. Um exemplo foi ingressar numa legenda que possui entre seus membros o patriarca da família Bornhausen que tão bem representa a velha e velhaca política. Portanto, mesmo negando as velhas práticas, faz de conta que não enxerga convívio ao lado daquilo que tanto condena. É a velha máxima: faça o que digo, mas não faça o que faço!
Maionese
Durante a sabatina cívica promovida na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Rondônia, os postulantes ao governo foram arguidos nas áreas de saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e cidadania por representantes do CREMERO, UNIR, OAB-RO e CREA. Instado pelo presidente do CREMERO a falar sobre a saúde estadual, o candidato à reeleição, Confúcio Moura (PMDB), tascou essa: “os hospitais públicos rondonienses atendem melhor que os particulares”. Não há registro de nenhum parente do governador ou auxiliar de primeiro escalão atendido pela “excelente” rede hospitalar estadual. Os presentes ao evento perguntavam:
- ele nunca visitou um plantão no João Paulo? A declaração foi uma imersão ao cconfucionismo ou uma viagem na maionese. Ou os dois?
Pito
Sem uma proposta concreta e factível para apresentar, o candidato a governador pelo PSOL, Pimenta de Rondônia, esqueceu o objetivo da sabatina e descumpriu ali mesmo os compromissos que no final do evento prometeu seguir para manter a campanha em níveis respeitosos. Assim que partiu para a jugular de um dos concorrentes, de forma agressiva e atabalhoada, foi repreendido pelo moderador da OAB-RO no evento e ainda recebeu um pito do Procurador Geral de Justiça. Diz o adágio: pimenta nos dos outros é refresco.
Ventríloqua
A candidata do PP, Jaqueline Cassol, irmã de Ivo, tem procurado descolar a pecha de candidata ventríloqua (marionete) do irmão senador. Em todas as oportunidades explica que é candidata a governadora e não a primeira irmã. Embora seja apenas uma frase de efeito para evitar a inexperiência política, a candidata pepista (assim como os bagres do madeirão), sabe que a postulação depende essencialmente do irmão para vingar, mesmo demonstrando uma desenvoltura incomum nos debates em relação aos concorrentes.
Paisagem
Todas as vezes que os candidatos criticam a administração da capital, o candidato do PT, Padre Ton, faz cara de paisagem e mantém uma equidistância do tema porque sabe que são problemas deixados pelo prefeito petista Roberto Sobrinho e que o atual não conseguiu resolver. Ton sabe também que a ligação dele com o companheiro e ex-prefeito petista prejudica a campanha na capital e desmonta boa parte do discurso que utiliza para fustigar os adversários.
Calmaria
Apesar de uma aparente calmaria a campanha eleitoral ainda vai pegar fogo caso se confirmem as especulações feitas em reservado envolvendo malfeitos de figuras proeminentes do estado. Como Rondônia é um terreno fértil para boatos é possível que tudo não passe de mais uma especulação visando provocar calafrio nas autoridades de plantão. No entanto, diante da fertilidade de confusão e da aparente calmaria, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Precedente
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cassar o registro da candidatura de José Arruda, postulante ao governo do Distrito Federal, pode respingar em candidaturas já deferidas pelo Tribunal Regional de Rondônia.
Inovação
A Justiça Eleitoral do Distrito Federal havia deferido o pedido de registro da candidatura de José Arruda ao Governo do DF, porque na data do pedido ele (Arruda) estava tecnicamente quite com as certidões eleitorais. Ocorre que, após o deferimento do registro da candidatura, José Arruda recebeu uma condenação por órgão colegiado. Com base nessa condenação o TSE inovou no posicionamento e entendeu que a situação jurídica do candidato se enquadrava em fato superveniente, atraindo ao caso concreto, a aplicação da inelegibilidade, conforme a lei da ficha limpa.
Cadafalso
A interpretação dada pelo TSE poderá ser utilizada emcandidaturas de políticos em Rondônia que foram deferidas pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas aguardam julgamento de recursos em segundo grau, a exemplo de Roberto Sobrinho e uma fila enorme de ex-prefeitos e deputados estaduais. Ao colocar esta turma no cadafalso, a decisão do TSE poderá servir para começar uma pequena higienização na política local.
Reeleito
O médico Hiram Gallo foi reeleito para mais um mandato de conselheiro federal do Conselho Federal de Medicina (CRM). Atualmente ocupando um cargo relevante na estrutura da autarquia nacional, o médico rondoniense é nome certo para o próximo mandato na diretoria do CFM. Gallo é uma referência ética, moral e profissional.
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