Terça-feira, 30 de outubro de 2012 - 15h31
Na mosca
Na coluna passada, conforme previsão que fizemos (intuição), alertamos para um contingente expressivo de eleitores da capital que não declina o voto publicamente e deixa para as poucas horas que antecedem as eleições para confirmar em quem vai votar. Mas antecipadamente sabe qual daqueles candidatos finalistas que não merecem apoio. Veja embaixo nossa intuição:
Intuição
Há um universo de eleitores silentes observando o quadro político e deve optar por um dos candidatos horas antes das eleições. A coluna intui uma possível vitória do 40 um pouco mais folgada do que os números anunciados pelo Ibope com a migração desse eleitor silencioso.
Equipe
Nem acabou a ressaca das comemorações da vitória eis que apoiadores do prefeito eleito Mauro Nazif (PSB) começam a especular sobre a formação do novo secretariado. Nomes como Mário Medeiros, Mário Jorge, Daniel Pereira e Iracy Macário surgem como fortes para compor o primeiro escalão. Verificando um a um vemos que são nomes experientes e experimentados na vida pública. Um bom começo.
Persistência
A vitória de Mauro Nazif é o resultado positivo da persistência, visto que era a quarta eleição consecutiva que disputava. As três primeira sem lograr êxito. No início do processo eleitoral, ainda nas convenções, nos meios políticos poucos acreditavam na probabilidade de vitória de Nazif. Sua persistência lhe rendeu uma folgada vitória.
Acertado
Nazif está absolutamente correto ao afastar qualquer tipo de 'caça as bruxas' em relação a administração de Sobrinho. Ele foi eleito pra resolver os problemas que o antecessor não foi capaz de solucionar. Acertou ainda quando disse que devassa cabe aos órgãos de controle que, como sabemos, estão funcionando normalmente.
Consolidado
Em que pese a derrota por uma margem de votos considerável, Lindomar Garçon (PV) perdeu as eleições para a prefeitura, mas pavimentou o caminho de volta ao Congresso Nacional. É nome forte para uma vaga de deputado federal.
Cobrança
Aos viadutos inacabados, como diz o pensador Ari Ott, principais “obras de arte” da administração de Roberto Sobrinho, vão ser cobradas soluções imediatas ao prefeito eleito de Porto Velho. Não vai adiantar tergiversação nem desculpas, pois Nazif e sua equipe vão ser obrigados a se esmerarem para resolver o problema. E melhorar a estética daquelas “obras de arte”.
Lambança
Inegavelmente Roberto Sobrinho (PT) foi de longe o prefeito que mais obras executou na capital. Isso se refletiu na eleição que lhe conferiu o segundo mandato. Os transtornos causados com as obras inacabadas dos viadutos desgastaram tanto o alcaide que o eleitor esqueceu-se do asfalto e da construção de quilômetros de drenos que minimizaram os problemas de alagamento em boa parte da cidade. Ficou na lembrança a lambança dos viadutos.
Hipótese
Mesmo com o passivo acumulado nas obras inacabadas não significa que Roberto Sobrinho esteja morto politicamente como andaram sugerindo alguns apressados de plantão. Sempre há a hipótese na política que diz: ‘ se está ruim, pode ficar pior’. Uma premissa hipotética dessa se confirmando é possível o eleitor ficar saudoso do alcaide que sai. Torço para que seja uma premissa falsa. Para o bem do município.
Veneno
Situação mais complicada do que a do atual prefeito é a de uma parte dos secretários municipais que ostentou arrogância e desdém no exercício do cargo. Ao perder a sinecura o (s) dito cujo (s) vai amargar o próprio veneno.
Previsões
Nas rodas políticas pairam uma grande desconfiança sobre a capacidade política de Mauro Nazif em realizar uma administração proativa em Porto Velho. Cotejando o que falam os críticos com a pessoa do prefeito eleito, é possível que todos errem as previsões. Serenidade e tenacidade não faltam ao deputado federal para fazer uma boa gestão.
Suplente
Com a renúncia obrigatória de Mauro Nazif antes do dia 1º de Janeiro, quem assume a vaga na Câmara Federal é o suplente Anselmo de Jesus, do Partido dos Trabalhadores. Atualmente o petista ocupa o cargo de Secretário de Estado da Agricultura na administração de Confúcio Moura. Aliás, o petista vinha sendo ‘fritado’ no palácio para desocupar o cargo.
Anistia
Consta hoje (30) na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal um Projeto de Lei, de autoria do deputado João Paulo Cunha (PT), que concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia punidos no episódio conhecido como “Massacre de Corumbiara”. O projeto não estende o benefício aos militares igualmente envolvidos no conflito o que nos parece ser uma falta de isonomia.
Preocupação
Os sindicatos ligados à área da saúde ameaçam retomar a greve caso o Executivo estadual não envie imediatamente o Plano de Cargos e Salários, além de outras reivindicações que foram negociadas em maio passado e que não foram atendidas. Um movimento paredista neste momento tende a aprofundar uma crise política sem precedentes. Uma preocupação a mais para o governo que está precisando contratar novos servidores nesta área e conter os gastos correntes.
Escassez
São escassos os espaços culturais para que os valores artísticos da capital possam mostrar seus trabalhos musicais a uma população que também não dispõe desses mesmos espaços pra fruir de bens culturais.
Grosseira
Eis que um boteco localizado no final da Avenida Calama, no bairro Nova Caiari, de propriedade do Zé Juba, cearense radicado em Porto Velho há mais de quarenta anos, que cedeu o local aos artistas para mostrarem seus trabalhos, foi vítima de uma denúncia de que supostamente estaria com o som acima do permitido. O que mais revoltou os presentes, inclusive este escriba, foi a forma grotesca pela qual os membros do Batalhão Florestal trataram o velho Juba e recolheram o equipamento de som.
Mandado
Além de não mostrarem nenhum mandado judicial determinando o fechamento do local, os policiais não portavam o equipamento que mensura os decibéis para que comprovassem que o som estaria acima daquele permitido por lei, visto que o horário era compatível com as apresentações (sete horas da noite).
Talentos
Tudo isto aconteceu sábado (20), quando as dezenas de pessoas presentes ao boteco do Ceará ouviam uma linda apresentação do cantor Bubu Johnson, do instrumentista Lito Casara, do violonista Junior Johnson, do baixista Russo, entre outros tantos talentos. O talento musical foi ofuscado pela batida policial.
Diferenças
No boteco do Zé Juba, no final da Calama, mesmo humilde e onde a lama invade as calçadas, nunca foi registrada nenhuma cena de violência. Bem diferente da chamada rua da fama, localizada na Avenida Pinheiro Machado, onde o som é estridente, a rua é obstruída por carros importados, as calçadas viram extensão dos ‘Pub’s e a briga é uma constante.
Apartheid
A calçada da lama é frequentada por boêmios, intelectuais, advogados, jornalistas e anônimos. A calçada da fama por socialites, mentirosos, políticos e filhos de ‘papai’. O tratamento dado a um e ao outro é totalmente discriminatório. Zé Juba terminou a noite numa DP. Os donos dos estabelecimentos da Pinheiro viram a noite aumentando seus caixas sem nenhuma importunação. Exceto pelas constantes confusões promovidas por parte dos habitués daquela sofisticada rua. Os frequentadores da primeira rua espelham o cheiro das essências amazônicas, os frequentadores da segunda, expelem as fragrâncias francesas. Ambas cheiram bem. O que fede é o Apartheid.
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