Terça-feira, 24 de novembro de 2020 - 21h09
RETA FINAL
São apenas quatro
dias que nos separam em Porto Velho do segundo turno para que os eleitores
possam escolher o prefeito entre o tucano Hildon Chaves (candidato à reeleição)
e Cristiane Lopes (vereadora), do PP. Caso não haja nenhuma surpresa inesperada
e as pesquisas divulgadas regularmente estejam minimamente dentro dos
parâmetros corretos, a diferença entre o primeiro mais bem posicionado em
relação à segunda colocada é enorme. Portanto, feitos os registros das cautelas
anteriores, Hildon Chaves está próximo de ser reeleito ao segundo
mandato.
REJEIÇÃO
Embora a rejeição do
atual prefeito detectada na última pesquisa seja superior à da adversária,
avaliando cuidadosamente os números veremos que estão abaixo dos trinta pontos,
bem distante do cálculo que a concorrente fez no último debate na TV, quando
calculou que a soma dos votos obtidos pelos adversários do prefeito no primeiro
turno, em torno de setenta por cento, migrariam automaticamente para ela (por
ser oposição), neste segundo turno. Ledo engano: esta conta não é calculada
automaticamente desta forma simplória. Na primeira rodada eleitoral, em geral,
o eleitor opta por aquele candidato que consegue mais empatia ou que apresenta
as propostas mais próximas do seu perfil. No segundo, em particular, por ser
uma eleição plebiscitária, vota no candidato com mais experiência, com mais
credencial para fazer aquilo que promete e evita aventuras - embora nunca seja
descartada -, ainda assim com desconfiança. As pesquisas estão aí para serem contestadas,
mas no primeiro turno acertaram em cheio. Portanto...
TERCEIRIZAÇÃO
O principal ator
político no programa eleitoral de Tv e rádio da vereadora Cristiane Lopes (PP)
é sem dúvida o deputado federal Léo Moraes (PODEMOS). O parlamentar, declaradamente
desafeto de Hildon Chaves(PSDB), desde que levou uma sova nas eleições
municipais passadas, abraçou a campanha da pupila com se fosse a dele própria.
Há quem avalie que ao terceirizar a disputa com o desafeto, corre o risco de
perder outra vez com um percentual ainda maior. Um risco que pode custar caro
em 2022, visto que o deputado abriu mão de disputar a sucessão do desafeto aos
45 minutos que antecediam a data fatal das convenções, quando desfrutava de
percentuais alvissareiros. Mesmo assim, após Hildon anunciar formalmente que
seria candidato.
PELA DIREITA
Mesmo faltando poucos
dias para a eleição e uma vantagem enorme que separam os dois concorrentes da
capital, Léo intensifica a cruzada pelo voto na tentativa de reverter a
desvantagem e passou a ser o principal personagem na campanha anti-Hildon
Chaves. O parlamentar adotou um discurso bem mais à direita, de olho no
eleitorado mais conservador, visando anabolizar os percentuais da pupila. A
próxima rodada da pesquisa que vai ser divulgada comprovará se a terceirização
do pleito está em rota correta. É um tarefa hercúlea, mas possível de ser
alcançada mesmo em relação a uma candidatura terceirizada. Caso a vereadora
consiga uma reviravolta tão inesperada, Léo se consagra como maior tutor.
Riscos são riscos. No domingo, após a apuração dos escrutínios, tiraremos a
prova e voltamos ao assunto para nova avaliação.
DEBATE
Próxima sexta-feira,
na Rede de TV Amazônica, Hildon e Cristiane voltam a ficar frente a frente para
o debate final. São reduzidas as chances deste último debate mudar o rumo da
eleição, mas é uma ótima oportunidade para o eleitor poder cotejar entre os dois
qual deles tem mais capacidade para administrar um município com a complexidade
de Porto Velho. No primeiro debate, ocorrido na SIC TV, sábado passado, o que
constatamos foram cenas lamentáveis de ataques mútuos sem o conteúdo que o
eleitor necessita para avaliar as propostas de cada candidato, apesar de que
alguns setores dos dois lados gostem mesmo é da pancadaria para que sirvam de
memes no dia seguinte. Vamos torcer para que seja um debate acalorado no
confronto das ideias e nos ideais que cada um professa.
NEGACIONISMO
Um tema importante a
ser debatido entre Cris e Hildon é a possibilidade de uma segunda onda do
coronavírus que a comunidade científica tem alertado. A vereadora é uma
negacionista convicta, deixou escapar ainda que velada esta
posição no debate da SIC, e Hildon é declaradamente seguidor dos protocolos
sanitários dos órgãos mais importantes de Saúde Pública. Ela tenta impingir
nele a pecha de isolamento total – o que é uma mentira – e ele, nela, o carimbo
de inexperiência para lidar com uma pandemia de dimensões assombrosas. O
cidadão, principal vítima da Covid-19, tem que saber com quem pode contar “na
hora (como repetia o bordão petista) do vamo ver”, quem defende você,
eleitor.
TEORIA DA
CONSPIRAÇÃO
Desde que a Justiça
Eleitoral adotou a urna eletrônica para captação dos votos nas eleições
brasileiras há uma desconfiança de que o sistema informatizado seja passível de
invasão. Os técnicos da área garantem que as urnas são invioláveis porque não
estão em rede e cada uma é ligada individualmente. É natural que as pessoas
questionem o sigilo do voto pela automação, assim como questionavam a apuração
manual onde não raro mesários e fiscais em conchavos, especialmente nos
rincões, manipulavam os votos e resultados quando transferiam os números de
votos obtidos para os mapas oficiais. Há, inclusive em Rondônia, muitos causos
dessa natureza narrados por autoridades que trabalharam nas apurações
pretéritas. Algumas em forma de piada. Mas até hoje este cabeça chata não ouviu
um único relato verdadeiro de alguém que tenha violado a urna eletrônica.
Sequer em forma de piada. Todavia, a cada eleição, os perdedores acusam a urnas
pelo infortúnio da derrota. Principalmente num momento em que figuras de alto
coturno em cargos igualmente importantes colocam em dúvida todo o sistema. É a
teoria da conspiração que serve de alento a quem não reconhece a derrota. É
compreensível a gritaria em razão da desconfiança, o que não significa estarem
certo. Quem apresentar uma prova mínima possível de uma invasão, mesmo que não
haja interferência no resultado, seremos os primeiros a reconhecer a
infalibilidade do sistema. Tudo indica que não exista, exceto a teoria da
conspiração.
FAKE NEWS
Não surtiu efeito o
protesto na frente do Tribunal Regional Eleitoral de candidatos derrotados para
a edilidade da capital. Chegaram a anunciar que a corte eleitoral teria acatado
um pedido para recontar os votos, o que foi imediatamente desmentido pelo TRE.
Os insurretos conseguiram apenas uma cópia dos tickets impressos que registram
os votos obtidos pelos candidatos por urna. Para ter acesso a esta informação
bastaria que cada candidato procurasse a direção do partido que é filiado já
que recebem da justiça eleitoral estas cópias logo após a apuração de cada
urna. Alias, nas mídias sociais, devido à demora do anúncio da apuração, esses
tickets foram amplamente divulgados. Os insurretos continuam fazendo protesto
nas redes sociais, bem longe das dependências do TRE já que o barulho não
conseguiu ressoar na altura que almejavam.
CAOS NA SAÚDE
Várias mensagens repassadas no WhatsApp denunciam
um caos eminente nas dependências das unidades de saúde estadual com a
paralisação das atividades das empresas terceirizadas responsáveis
pelo recolhimento do material de coleta de lixo. Além da falta de coletor
perfurocortante. Segundo a coluna apurou extraoficialmente, sem contrato a
empresa recolheu seus equipamentos para evitar prejuízos futuros e entrar em
insolvência já que as despesas estavam sendo feitas sem prévio empenho. Caso
confirmada a denúncia, o caos impactará num momento em que a infecção por Covid
voltou com força.
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