Terça-feira, 5 de abril de 2022 - 10h06
RUPTURA
Dos
parlamentares federais que mudaram de partido a pedetista Silvia Cristina foi a
que mais chamou atenção uma vez que ingressou no PL do presidente Jair
Bolsonaro e do senador Marcos Rogério, oriunda do PDT que, além de fazer
oposição ao presidente, a legenda é um feudo dos Gurgacz aliados de sempre do
PT, em Rondônia. A adesão ao PL da deputada federal Sílvia Cristina foi também
considerada nos meios políticos uma ruptura com o senador Acir Gurgacz.
INANIÇÃO
Embora
o senador Gurgacz seja a maior estrela do PDT de Rondônia, consta que ainda
está inelegível para disputar as eleições deste ano, fato este crucial para a
desintegração da legenda visando às eleições estaduais de outubro. As duas
únicas figuras públicas que o senador filiou na legenda, com direito a fotos e
exploração nas mídias sociais, foi o indígena Almir Suruí e o ex-deputado
federal Ernandes Amorim, ambos, conforme consulta no site do TCU, estão em tese
inelegíveis com julgamentos "transitado em julgado". Portanto, o PDT
vai às eleições sem chance de eleger governador, senador, deputado federal e,
dependendo das circunstâncias, deputado estadual. Virou uma legenda
nanica.
COINCIDÊNCIA
Tanto
o senador Marcos Rogério quanto a deputada federal Sílvia Cristina conseguiram
os primeiros mandatos sob a batuta dos Gurgacz. Por coincidência os dois são
oriundos dos quadros radiofônicos das empresas ligadas ao senador pedetista e
ambos romperam com Acir Gurgacz para seguir a carreira solo na política. Reza a
lenda em Ji-Paraná que todos aqueles políticos ungidos na sombra da Eucatur
apenas os que romperam os laços com o clã Cascavel conseguiram vida mais
longeva na política. Marcos e Silvia, ex-pedetistas, mudaram também
radicalmente suas concepções ideológicas e são hoje dois parlamentares bolsonaristas
de carteirinha. Coerência e lealdade política nunca foram o forte das
lideranças em Rondônia.
CANDIDATÍSSIMA
Não
adiantarão as reações acerbas dos bolsonaristas raízes de Rondônia contra a
filiação da deputada Sívia Cristina (ex-PDT) ao Partido Liberal (PL), legenda
pela qual Bolsonaro tentará o segundo mandato. A deputada convertida ao
extremismo de direita ingressou no PL sob as bençãos do "mensaleiro"
Valdemar da Costa Neto, donatário da legenda, e do senador Marcos Rogério,
presidente do Diretório Regional em Rondônia. Serão reações inócuas as
tentativas para impedi-la de disputar a reeleição. Quem verificar as votações
da deputada no Congresso Nacional verá que apoiou as principais propostas
encaminhas pelo governo, inclusive aquelas que afetam os trabalhadores e
aposentados.
INELEGÍVEIS
Três
outros nomes que constam nas listas para deputados federais dificilmente
conseguirão ter as candidaturas confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. O
delegado Thiago Flores (ex-prefeito de Ariquemes), recém filiado ao MDB, o
deputado estadual Jair Montes (AVANTE), o deputado estadual Alan Queiroz
(PODEMOS), o ex-vereador Flávio Lemos, entre outros, estão inelegíveis seja por
condenações no colegiado do Tribunal de Contas, seja por condenações no Tribunal
de Justiça. O que insistir no pleito vai passar a campanha sangrando tendo que
explicar que não é ficha suja.
LIXO
Apesar
de momentaneamente o deputado estadual Lebrão, sua filha Lebrinha e a
ex-prefeita de Cacoal Glaucione Rodrigues estarem tecnicamente aptos a
concorrerem estas eleições, o trio protagonizou cenas deploráveis no exercício
das suas funções públicas que resultou num escândalo de suposta malversação do
erário com direito a delação premiada de um empresário do ramo do lixo. Mas até
que os registros das candidaturas sejam convalidados é possível que a justiça
seja mais célere e torne o trio ficha suja.
GOVERNADORES
Léo
Moraes (Podemos), Marcos Rogério (PL), Marcos Rocha (União Brasil), Anselmo
Jesus (PT) e Daniel Pereira (este último a coluna ainda duvida) são os
pretensos candidatos a governador. Vinicius Miguel (PSB) pode vir a se juntar
neste grupo uma vez que as convenções ocorrem somente no final de julho para a
homologação das candidaturas e até lá alguns destes podem mudar de planos. Nada
ainda é definitivo. Até porque até as convenções quando as promessas e
compromissos feito$$$ não se confirmem, aliados de hoje podem se tornar
adversários de amanhã, e vice versa.
PEDRA
O
jovem professor Vinicius Miguel (PSB), caso não seja candidato a governador,
pode vir a ser uma pedra do meio do caminho dos planos da deputada federal
Mariana Carvalho (Republicanos) na disputa pelo Senado Federal. Como são dois
nomes bem avaliados na capital é possível que a maior fatia do eleitor,
especialmente o mais jovem, corra para o professor na hipótese de optar por uma
candidatura ao Senado, opção que, a este cabeça chata, confidenciou estar
entusiasmado. Conspira favorável a Vinicius Miguel o recall de duas eleições
majoritárias com boas votações, além de uma experiência exitosa na Secretaria
de Agricultura de Porto Velho. Encarar o rapaz é uma pedreira, que o diga
Maurão de Carvalho.
EXPLOSÃO
Ainda
é mistério qual nome vai ser ungido pelo governador para assumir no Tribunal de
Contas do Estado na vaga de Benedito Alves, aposentado recentemente para
surpresa geral. Na boca miúda surgem os nomes dos deputados estadual Luizinho
Goebel e Ismael Crispim. Apesar de serem da base de sustentação do governador,
segundo a coluna apurou, eles não estariam nos planos de Marcos Rocha para a
vaga. Correm por fora dois coronéis da PM, amigos íntimos do governador. Mas
nos corredores do Legislativo Estadual é voz uníssima de que um nome a ser
ungido tem que estar alinhado com os deputados estaduais senão será reprovado.
O que seria uma desmoralização para a autoridade do governador que almeja o
segundo mandato. Qualquer nome que seja indicado, em período eleitoral, é
sempre uma reação exotérmica com combustão suficiente para incendiar o processo
eleitoral. Fiquemos de olho vivo!
AROM
A
licitação para contratação da assessoria jurídica da Associação dos Prefeitos
de Rondônia tem dado muito o que falar na medida em que as impugnações feitas
pelos concorrentes - que evitam prováveis direcionamento - estão sendo
denegadas sem uma fundamentação convincente. O certame, com certeza, tem
chamado a atenção dos órgãos de fiscalização para que atuem com firmeza contra
eventuais irregularidades, caso ocorram. O presidente da AROM, segundo apurou a
coluna, tem ignorado todos os alertas e insistido em leva-la até o fim.
ABUSO
Dorival
Caymme, letrista baiano da melhor cepa, já cantarolava: "quem não gosta de
samba, bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé". Mesmo com
registros altos de violência campeando por Rondônia e merecendo do governo
ações firmes para conter seu avanço, várias guarnições da PM foram deslocadas
para o Bar do Calixto, tradicional local de encontro dos sambistas e
apreciadores do ritmo na capital, no último domingo, para prender as caixas de
som sob o pretexto de que o barulho estaria incomodando a vizinhança. Um abuso
monumental de quem emitiu a ordem, uma vez que o horário do evento era
apropriado (17 horas); segundo, o samba naquele local existe há mais de vinte
anos sem registro de nenhum incidente grave que exigisse a presença de
tantos policiais. Com diz o letrista baiano, "o samba na minha terra deixa
a gente mole, quando se canta todo mundo bole, quando se canta todo mundo
bole". Mas a violência na capital continua avançando sobre os cidadãos sem
que a força repressiva governamental seja tão combativa quanto foi com as
pessoas que gostam de samba. Alguém, no aparato, é doente da cabeça ou doente
do pé. Um abuso.
PROGRAMA
Participei
do programa radiofônico de Arimar Sá, semana passada, e fiquei surpreendido com
o número enorme da audiência, além da qualidade das perguntas.
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