Quarta-feira, 22 de dezembro de 2021 - 14h13
DEVASTAÇÃO
Esta coluna já havia alertado que o
setor agrícola, pecuário e madeireiro, de Rondônia, acabaria sofrendo boicote
em seus produtos no mercado europeu caso não adotasse medidas de contenção à
devastação ambiental. Lembro que na época um pecuarista abordou este cabeça
chata para criticar o alerta dado na coluna. O boicote aos produtos oriundos da
Amazônia é uma realidade e a tendência é que seja estendido por outros
continentes.
COMMODITIES
Embora os preços das commodities sejam
fixados pelas leis da oferta e da demanda no mercado internacional, há uma
produção que a compõe em larga escala. As carnes argentina, uruguaia,
australiana, americana e escocesa são também competitivas e tentam ocupar
espaço comercial que os produtos brasileiros alcançaram.
NEGACIONISTAS
Porém, o uso indevido do solo amazônico
com aumento do desmatamento para a exploração desses produtos fará com que os
mercados consumidores busquem outras alternativas para forçar o Brasil a
respeitar os tratados internacionais sobre as questões climáticas e preservação
do Meio Ambiente. Não adiantará em nada nossos produtores ficarem revoltados
porque vão ser compelidos a se enquadrar para voltarem a competir no mercado
internacional. O eco dos gritos que escutamos é da defesa ambiental e não do
histerismo negacionista do nosso agronegócio.
GARIMPAGEM
A exploração aurífera no leito do Rio
Madeira conseguiu deixar um enorme prejuízo ambiental para as futuras gerações,
apesar dos especialistas na área alertarem para os danos ambientais, sociais e
econômicos que o setor provoca, parte de nossas autoridades, por pura
demagogia, estimulam os garimpeiros a continuarem explorando a atividade.
POLÍTICAS
Os registros majoritários desta
atividade de garimpagem ilegal são devastadores para a sociedade, além do prejuízo
com a sonegação que o setor costuma operar, a violência se instala. Nos últimos
três anos, são crimes perpetrados com mais intensidade em razão do desmonte das
políticas afirmativas que compatibilizavam o desenvolvimento com a preservação
e por revogação de leis voltadas a normatizar o setor com racionalidade e
tecnologia.
VACILO
O governador Marcos Rocha demorou para
exonerar um auxiliar de farda por denúncia supostamente de assédio sexual. São
crimes que exigem soluções rápidas e precisas para a proteção da vítima,
especialmente quando o suposto autor ocupa cargo de tamanha relevância e que
comanda aqueles com a missão constitucional de manter a paz e o cumprimento da
lei. Uma demora vacilante, mas antes tarde do que nunca.
PAVÃO
Como a coluna havia antecipado há duas
semanas, o senador Marcos Rogério assumiu a direção regional do PL
defenestrando do posto o ex-deputado federal Luiz Cláudio. Após a rasteira, o
ex-deputado deixa o PL e vai aguardar passar as festas do final do ano para
definir o caminho a seguir. À coluna Luiz Cláudio avisou que Marcos Rogério
está fora dos seus planos para governador e que a postura arrogante do senador
é hoje seu maior adversário.
REFLEXO
Apesar de Rondônia ser um estado
agrícola e com uma predominância política mais conservadora e que votou
maciçamente na última eleição nacional em Bolsonaro, as primeiras pesquisas de
final de ano que a coluna conseguiu acesso indicam que os ventos começam a
mudar com Lula ganhando terreno. Bolsonaro ainda é bem avaliado em Rondônia, mas
não é mais a quase unanimidade das eleições de 2018. Pode ser reflexo da
realidade nacional e, a continuar o vento soprando em favor do petista, o
reflexo na eleição estadual é bem possível que levante a poeira e embace os
candidatos a governador partidários do presidente. Os Marcos que se cuidem...
CAMPANHA
Faltando menos de um ano para o
primeiro turno das eleições, o governador Marcos Rocha tem anunciado a
construção de unidades de saúde na capital e interior como forma de dar
visibilidade a sua candidatura à reeleição. São obras fundamentais para a
população. O maior desafio é concluir parte destas obras e colocá-las à
disposição do cidadão antes do segundo turno, senão será um tiro no pé. Obras
inacabadas são ótimos cabos-eleitorais para a oposição. Em Guajará, por
exemplo, há um hospital construído e que não está funcionando conforme
projetado.
SEM-VERGONHICE
Os membros da bancada federal que
votaram favoráveis à destinação de 5,7 bilhões dos recursos públicos para
serem torrados nas próprias campanhas eleitorais deveriam ser rejeitados nas
urnas. É uma ignomínia a aprovação de um fundão bilionário enquanto brasileiros
estão passando fome. Marcos Rogério (PL), Mariana Carvalho (PSDB), Jaqueline
Cassol (PP) e a senadora sem votos Maria Eliza (MDB) deveriam ser banidos nas
urnas pelo eleitor. Todos aprovaram esta sem-vergonhice bilionária e todos
presidem as respectivas legendas e serão responsáveis pela distribuição da
grana. Votaram contra: Coronel Chrisóstomo (PSL), Léo Moraes (PODEMOS),
Expedito Neto (PSD), Mauro Nazif (PSB), Sílvia Cristina (PDT) e Acir Gurgacz
(PDT).
ENERGISA
Para minimizar os efeitos da carestia
que assola os mais desfavorecidos, a Energisa entregou vinte e sete toneladas
de alimentos nos últimos dias a pessoas em situação de vulnerabilidade,
inclusive em comunidades indígenas. Lançou também o programa “Descarbonômetro”,
destinado a monitorar a redução de gases de efeito estufa. A ferramenta permite
acompanhar o resultado do maior programa de desligamento de termelétricas do
país, em curso na Amazônia. São ações desta natureza que as maiores empresas
sediadas no estado deveriam adotar porque unem a solidariedade com a
preservação ambiental.
MARCO
Mais de cem mil famílias estão
inscritas na tarifa social de energia. A quantidade é quase o triplo de quando
a Energisa assumiu a concessão há três anos. Tais políticas adotadas pela
empresa revelam que começa a mudar de atitude em relação aos rondonienses, uma
vez que ao assumir o setor no estado foi alvo de muitas críticas pela forma avassaladora
com que tratou os consumidores de Rondônia. É uma mudança substancial que
melhora a imagem da empresa e prestigia o consumidor mais carente.
NATAL
Desejo aos leitores um Feliz Natal e muita saúde, além de resiliência em
tempos bicudos.
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