Terça-feira, 19 de julho de 2022 - 16h43
TELEMARKETING
Ainda
está no âmbito da Justiça Eleitoral de Rondônia (TRE), para julgamento de
mérito, a ação intentada pelo Podemos contra o uso de disparo em massa de
propaganda eleitoral por telemarketing feita na semana passada pelo candidato à
reeleição Marcos Rocha. O relator é o juiz eleitoral Clênio Amorim, indicado
pela OAB-RO, e que possui uma larga experiência na área uma vez que já foi
reconduzido às funções por várias vezes. A liminar requerida não foi julgada
porque perdeu o objeto, visto que o próprio Marcos Rocha comunicou à Justiça
Eleitoral que havia suspendido os disparos por telemarketing, ferramenta que é
vedada por lei. A antecipação da suspensão em si, reconhecendo a ilegalidade,
não ilide o crime.
PESQUISA
Os
fatos a serem analisados pela corte eleitoral são graves, embora o governador
negue o cometimento da vedação e alegue que as ligações foram feitas com o
objetivo de colher subsídios para uma pesquisa. Na tentativa de se esquivar,
escamoteou a verdade e apresentou um suposto contrato de pesquisa. Embora sua
execução tivesse sido por telemarketing.
MÁSCARA
Quem
conhece pesquisa e tem o mínimo de intimidade com a coleta de tais dados sabe
que a justificativa de Marcos Rocha à Justiça Eleitoral é uma lorota. Seja
aqui, seja alhures, pesquisa tem método, formato e dinâmica própria. Também
sabe que os dados colhidos por telefone não podem sofrer interferência de quem
tem interesse no resultado. Portanto, ao utilizar a voz do governador e o
disparo em massa, fica descaracterizada por completo a tese que Marcos Rocha se
agarra para fugir das garras da regra eleitoral. A nossa dedução dos fatos é
que foi telemarketing mesmo. Mascarar a verdade não é a melhor
argumentação.
EXPLICAÇÃO
Outro
ponto ainda obscuro e que exige do pré-candidato Marcos Rocha uma luz é
explicar como obteve o acesso aos números de telefones (inclusive o deste
cabeça-chata) para que os disparos em massa fossem executados. A Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais - LGPD (13.709/18), veda expressamente a prática,
além de transgredir as regras do Marco Civil da Internet. São explicações que a
população exige sem sofismas para que novas transgressões não sejam
perpetradas, desequilibrando de forma abusiva a disputa entre os concorrentes
ao pleito. O governador pode muito, mas não pode tudo. Mesmo a entouragem
achando que pode.
ESPECULAÇÃO
Com
a convenção marcada para o próximo final de semana, o União Brasil, partido que
deverá homologar a candidatura à reeleição de Marcos Rocha, especula-se que a
chapa majoritária será composta por Sérgio Gonçalves de vice-governador, irmão
do atual Chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves. Caso a hipótese se confirme, Jr
mostrará mais uma vez que nos bastidores é tão rápido que qualquer outra raposa
política, revelando uma capacidade de articulação incomum para quem estreou na
área em tão pouco tempo. O MDB e o Republicanos ainda pleiteiam a indicação e
fazem gestões nos bastidores para emplacar seus nomes. Até as convenções pode
haver reviravoltas uma vez que em política nada é definitivo.
SUSPENSÃO
Ontem,
final da tarde, o Diário Oficial do Estado publicou, por determinação do
Tribunal de Contas do Estado, a suspensão de Pregão Eletrônico do Departamento
de Estradas e Rodagens para contratação de transporte que levaria aos
municípios o concreto asfáltico destinado ao “Tchau Poeira”, principal programa
de infraestrutura em execução da administração estadual e que tem ancorado a
propaganda do governador Marcos Rocha na sua pré-campanha à
reeleição.
IRREGULARIDADES
Entre
as diversas recomendações do TCE, os diretores do Departamento de Estradas de
Rodagens ficaram notificados para abster-se de homologar, adjudicar, contratar
e publicar "Atas de Registro de Preços" em razão das irregularidades
apontadas pelos técnicos do controle da corte. Além de intimá-los a
apresentarem justificativas do relatório com as inúmeras irregularidades, sob
pena de multas pesadas, inclusive outras medidas administrativas mais
severas.
FRACASSO
Após
as repercussões negativas da traição do senador e pré-candidato a governador
pelo PL, Marcos Rogério, ao colega Expedito Junior (PSD), fracassou o encontro
organizado em Vilhena para confirmar a chapa governamental do partido à
pré-candidatura a senador de Jaime Bagattoli. As próprias fotos do evento
distribuídas pela assessoria retratavam fielmente a desânimo dos presentes ao
evento com a imagem de uma criança na mesa principal bocejando cansaço no mesmo
momento em que o senador falava seu lero lero.
VACINAÇÃO
As
autoridades rondonienses estão sendo relapsas no programa de vacinação infantil
e doenças que estavam erradicadas estão voltando com voracidade perigosa. A
imunização é fundamental para as políticas públicas e para que as unidades
hospitalares não sejam demandadas por doenças de fácil controle. A incapacidade
de nossas autoridades, especialmente em Rondônia, de fazer propagandas
esclarecedoras para alcançar as metas de vacinação é aterrorizante. Estão
preocupados com as eleições, enquanto a população adoece. Sarampo,
poliomielite, covid, entre outras vacinas, não possuem um calendário para
começar a vacinação em massa. Aliás, a saúde rondoniense continua um gargalo
sem solução. Priorizam a poeira e negligenciam no essencial.
CONTAS
O
Tribunal Regional Eleitoral rejeitou por unanimidade as contas do MDB. A
aprovação do uso do fundo público eleitoral é um dos requisitos fundamentais
para que o partido esteja em condições de disputar as eleições. Lúcio Mosquini,
presidente da legenda, não está nem aí com o problema, visto que tem ocupado
seu tempo em negociar seu apoio ao projeto de reeleição do governador. Apesar
do perigo de ter sua candidatura à reeleição refutada pela corte
eleitoral.
BUFÃO
O
Bobo da Corte era um funcionário encarregado de entreter o rei e a rainha na
idade média. Naquela época o bufão não era nada bobo. Ele possuía várias
habilidades artísticas e era capaz de improvisar falas irreverentes que
beiravam a críticas em relação às extravagâncias dos nobres que parasitavam na
corte. No decorrer dos tempos, esse mesmo bobo perdeu a verve artística e
passou a ser reconhecido nos escaninhos dos poderes como uma espécie de
servidor babão, puxa-saco, velhaco e com limitação cognitiva. A principal
função era agradar ao patrão. Em Porto Velho, por exemplo, uma figura do alto escalão
da prefeitura tem se assemelhado ao bufão por fazer piadas nos regabofes
oficiais e fazer troça com os jornalistas, vereadores e com quem se insurja
contra os interesses da corte pela qual vassala. Uns chamam de Fafa,
outros de farofa, fabi, enfim, é mesmo o bobo.
CRETINICE
Este
cabeça-chata já presenciou em uma roda de autoridades o bufão tecer críticas
acerbas a profissionais que fazem parte da própria camarilha a que ele mesmo
faz parte, em especial jornalistas. Na oportunidade, como alerta, registramos
ser cretinice zombar de profissionais responsáveis em chegar aos súditos os
feitos do soberano.
FÚTIL
Ingenuamente
achei que o bobão havia se corrigido, mas ao que parece piorou ainda mais desde
a última vez em que estivemos juntos no mesmo regabofe social. Na semana
passada em um restaurante destilou suas bobagens contra este colunista. O mesmo
que hoje ele faz troça é o mesmo que ele teceu elogios num passado próximo
quando sequer sonhava assumir as funções públicas de bufão. E é o mesmo que
nestas linhas se compadeceu com a tragédia que recaiu sobre o lar dos seus
genitores. Juro que me surpreendi com as lorotas do bufão, uma vez que sempre
mantivemos uma relação mútua de respeito e generosidade. Ao se aventurar na
política, uma área pantanosa para quem não é do ramo, percebo que aquela pessoa
afável se transformou num bobão. Virou um bufão que faz qualquer pantomima para
agradar a nobreza com suas futilidades.
FOLCLORE
Conversando
com seis vereadores, pessoas que mantêm contato direto com a coluna, fui
informado que o bufão, mesmo tendo funções importantes, nunca é demandado
porque não entende da ciência nem tão pouco sabe distinguir um cenário político
de um cenário barroco que embelezava os castelos medievais. Virou essa
figura folclórica do bobo da corte na era pós-moderna. Sobra ao bufão tempo
para contar suas piadas de gosto duvidoso aos súditos igualmente fúteis. Há
quem garanta que nem um suposto simples ofício é capaz de rabiscar. Sua
especialidade é palhaçada. Fazer graça semelhante ao bobo da corte.
EPÍTETO
Entre
os frequentadores do paço municipal há quem diga em sigilo de fonte que alguns auxiliares
do primeiro escalão da administração municipal são conhecidos pelos epítetos:
existe (ou existia) Sua Majestade, a Rainha da Inglaterra, Zé do Lixo (tema da
próxima coluna) e o bobo da corte.
CONTRASTE
Mas
nem tudo é folclore quando o assunto é o bobão, dizem que de moda ele possui
uma expertise como ninguém. Porto Velho nunca foi o seu forte, outro dia se
perdeu na Zona Leste e foi obrigado acionar o GPS para encontrar o caminho da
prefeitura. Mas de Paris, Nova Iorque e Madri, o animador de castelo é um
especialista. Anda de olhos fechados nestas metrópoles, embora em Porto Velho
se perca de olhos abertos.
PERSONAL
Nas
rodas da corte é o profissional mais requisitado quando o assunto é a alta
costura e as coleções novas da Casa Gucci e da Versace. Dizem os
mais próximos que vem daí sua capacidae infalível para se manter num cargo sem
os conhecimentos inerentes às ciências políticas, uma vez que tem quebrado o
galho da nobreza municipal quando instado a indicar a marca mais adequada para
cada ocasião: seja a casual, seja a clássica. Um verdadeiro personal
stylist, a real vocação desse bobo que faz da graça a desgraça dos
aristocratas da corte.
EXPERIÊNCIA
Na
seara política a única experiência do bobo foi amealhar uns votos nas eleições
passadas numa candidatura fracassada que nem os amigos o levaram a sério. Não
falava no programa eleitoral nada com nada. Porque nada tinha a propor. Também
nunca foi chamado por grupo político para ajudar na construção de algum projeto
eleitoral. Sua especialidade é agradar a todos que lhe dão ouvidos quando o
tema é futilidades. Ele é tão frívolo que distribui para os seus contatos fala
de autoridades tecendo loas a colaboradores, sendo um deles ele
próprio. Quem conhece dos meandros da política sabe que a boca que
beija é a mesma que apedreja e que nem tudo que é dito pode ser levado a sério,
ao pé da letra.
LIXO
Há
um ditado quem lixo se recicla quando o lixeiro é do ramo. Quando se mexe em
lixo, sujo fica. Esta metáfora faz parte de um relato que a coluna fará
adiante.
MERCADO
O
mercado imobiliário da capital vai em vento e popa. Nem a crise que assola o
país tem refletido nas transações por falta de liquidez e nem impedem
comercializações em queshe. É um mercado que merece entrar no radar de todos.
Voltaremos com o assunto.
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