Terça-feira, 25 de julho de 2017 - 16h30
RESENHA POLÍTICA
ROBSON OLIVEIRA
INCONGRUÊNCIA – Enquanto o Governo Federal aumenta o número de cargos comissionados para atender a uma base congressual ávida por cargos que contemplem os seus respectivos apaniguados, inchando a máquina pública com gastos perdulários, propõe ao servidor público concursado e por anos qualificado um programa de demissão voluntária (PDV), o que poderia provocar a precarização de alguns setores da administração pública que aderirem ao programa.
INTERESSES - O incongruente na proposta é que aumentam os gastos com custeio para atender a interesses fisiológicos e tentam, por outro lado, penalizar o servidor de carreira com a conta desses gastos. E ainda arriscam deixar vagos cargos de carreira imprescindíveis ao estado, porque somente os mais qualificados teriam bala na agulha para uma saída do serviço público na conjuntura de 14 milhões de desempregados.
TERCEIRIZAÇÃO – O novo PDV proposto pelo presidente Michel Temer esconde na verdade a intenção da administração federal em repassar ao setor privado funções públicas até então reservadas a servidores concursados. Com a aprovação recente da terceirização no Congresso Nacional no bojo da Reforma Trabalhista, o PDV abre caminho à precarização dos serviços com a contratação das empresas terceirizadas.
PIERRÔ – Embora o presidente Temer tenha vencido o primeiro round na votação ocorrida na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal que mudou o voto do relator ao rejeitar a denúncia de abertura de ação penal ofertada pelo MPF no âmbito da delação de Joesley Batista, a situação do presidente ainda não é cômoda e com ritmo carnavalesco.
ALVO - A Câmara volta a analisar o pedido para processar o presidente da república no plenário em agosto. Além da sangria que o caso provoca, o governo será obrigado a fazer as concessões esdrúxulas. Mesmo que Temer volte a vencer no plenário da Câmara, o MPF não vai dar trégua ao presidente e prepara uma nova denúncia com fatos ainda não totalmente conhecidos. Ele hoje é o alvo de todas as atenções, em particular do MPF.
INCONTINÊNCIA – Apesar de o presidente ter declarado que a população entenderia o aumento dos impostos sobre os combustíveis, a 20 ª Vara Federal da Justiça do Distrito Federal concedeu uma liminar suspendendo o malfadado aumento, nesta terça-feira. Uma decisão perfeita para conter uma injusta majoração nos combustíveis e conter também a incontinência verbal do senhor excelentíssimo presidente da república. Mesmo que o governo federal derrube a liminar, o desgaste já está contabilizado e a língua contida.
MONITORAMENTO – Os partidos em Rondônia estão monitorando o humor do eleitor estadual e três deles (grandes legendas) estão encomendando uma nova rodada de pesquisa para verificar as chances dos caciques e avaliar as probabilidades de eventuais surpresas. O atual cenário indica uma descrença enorme do eleitor com a política e os políticos. A pesquisa mensura esse humor, a popularidade do cacique e aponta cenários possíveis de serem modificados. Com diz o adágio: é hora de ficar com um olho no padre e o outro na missa. Já que os humores não são bons.
REDE – O pastor Aluísio está propenso a voltar a disputar a eleição senatorial pela Rede Sustentabilidade, após se desligar do PSOL. Nas eleições estaduais passadas obteve uma boa votação ao cargo, errou no segundo turno das eleições para governador ao endossar a chapa do PMDB encabeçada por Confúcio Moura. Como a Rede é crítica hoje do PMDB, a fala do pastor no programa peemedebista em 2014 pode ser usada como vacina contra estas críticas em 2018. Tudo que cai na rede é peixe, diz o ditado.
INACREDITÁVEL – Nem Roberto Sobrinho acreditou numa pesquisa dando ele em primeiro lugar para governador no município de Jaru. O petista, mesmo sendo um dos maiores expoentes do partido por estas bandas, tem consciência que as resistências ao seu nome para governador são grandes, inclusive no âmbito do PT. Outro entrave que joga o nome para baixo é a lei da ficha limpa. Embora na política tudo pode acontecer e nada é definitivo.
DESASTRE – No primeiro mandato Roberto Sobrinho fez uma administração bem avaliada, razão pela qual, na reeleição, venceu ainda no primeiro turno com folga. O segundo mandato foi considerado pela maioria dos portovelhenses um desastre por brigar com os companheiros, arrumar confusão com a mídia e deixar que o ego aumentasse o seu apetite pelo poder. Restaram as denúncias que pesam sobre si. Caso esteja verdadeiramente bem avaliado para governador, vira um fenômeno a ser estudado pelos cientistas políticos de plantão. Ou piada de salão.
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