Quarta-feira, 25 de outubro de 2017 - 05h02
RESENHA POLÍTICA
ROBSON OLIVEIRA
INTERROGAÇÃO – À medida que se aproxima as eleições de 2018, período fértil para as conjecturas mais extravagantes, a grande interrogação feita é a eventual candidatura ao Senado Federal do governador Confúcio Moura (PMDB). Os apaniguados de plantão juram que é candidatíssimo, ele próprio (Moura), em particular sinaliza que não é candidato. Em público, pela vez primeira, Confúcio Moura disse, durante inauguração de um órgão público em Cacoal, sábado passado, que vai até o último dia de governo como se fosse o primeiro. Pelas palavras ditas leva à dedução de que não é candidato a nada. Mas em se tratando de Confúcio Moura é melhor manter a interrogação: será que é? Um enigma para o PMDB desvendar.
INTERPRETAÇÃO – O deputado federal Nilton Capixaba (PTB), por exemplo, interpretou a fala do governador como descartando qualquer candidatura em 2018. Embora o parlamentar seja um entusiasta da administração do atual chefe do executivo, reconhece que pelas pesquisas feitas por aí a avaliação do governador já foi bem melhor.
DESGASTE – Nilton Capixaba reconhece que a atual conjuntura não é favorável aos políticos e, em particular, aos que estão perfilados ao presidente Michel Temer contra as ações da Lava Jato. Entretanto, Capixaba adiantou que votará contra o pedido de abertura de processo em face de Temer, visto que tem sido um dos parlamentares mais aquinhoados com liberação de emendas para os municípios rondonienses. Para minimizar o desgaste repete o mantra: “Não posso negar apoio a quem libera recursos para Rondônia”.
LIMITAÇÕES – Em relação às candidaturas ao Governo de Rondônia, o petebista Capixaba é simpático à pretensão do presidente da Assembleia do Estado, Maurão de Carvalho. Contudo, reconhece as dificuldades que o deputado estadual enfrentará na viabilização do nome no PMDB e, caso vença esta etapa, nas limitações pessoais quando exposto aos debates televisivos.
LIMITADO – A verdade é que Maurão de Carvalho é candidato a candidato dele próprio já que os mandachuvas dos partidos que hoje orbitam ao seu redor fazem juras de amor em privado e fogem do assunto em público. Mesmo sendo uma pessoa afável com qualquer interlocutor que o aborda, é perceptível a limitação política e pessoal para administrar um estado com as especificidades rondonienses, algo que numa campanha polarizada não passa despercebido do eleitor, inclusive aquele médio.
BOMBANDO – Quem assistiu domingo ao evento promovido pela prefeitura para a entrega de títulos de lotes testemunhou o quanto o prefeito da capital está "de boa" com os munícipes. Foram inúmeros pedidos de selfies com Hildon Chaves. No final da solenidade o prefeito foi literalmente ovacionado, reconhecimento que anda incomodando muita gente que torce o nariz empinado para o alcaide.
RECONHECIMENTO – Sem muito alarde o presidente reeleito do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Edilson Silva, vem imprimindo no órgão uma gestão arrojada que começa a receber reconhecimento nacional. Recentemente, em Curitiba, o presidente do TCE recebeu o prêmio “Rui Barbosa”, como destaque nacional pelas boas práticas implantadas no Tribunal.
TRANSPARÊNCIA – Outro reconhecimento nacional vem de um dos principais prêmios instituídos pelo mundo jurídico. O Tribunal de Contas de Rondônia é um dos finalistas deste ano para ser agraciado com o prêmio INNOVARE. A premiação decorre da transparência adotada pela corte em todos os atos administrativos, além da certidão de qualidade e agilidade nos procedimentos internos da gestão. São ações dessa natureza que merecem registros da coluna porque em tempo não muito distante o TCE era visto por parte da população como um monstrengo "faz de contas".
CUSTO BRASIL – Nesses dois dias que antecedem a votação do pedido de abertura de processo penal contra o presidente Temer, requerido pelo STF, a “Feira do Paraguai” se transferiu para o Palácio Jaburu, residência oficial do presidente. É nesse endereço que os deputados federais da base governamental levam seus pedidos de liberação de emendas e nomeações de apaniguados aos cargos federais nos estados. Parte da bancada rondoniense encaminhou ao Jaburu seus pleitos. Portanto, novas portarias nomeando para cargos federais começam a sair no DOU. ICMBio e Ceron, entre outros, já têm indicados.
ABOLIÇÃO – Ao editar um decreto punindo os fiscais que penalizam latifundiários por submeterem seus trabalhadores a casos análogos ao regime de escravidão, o presidente Temer ultrapassou todos os limites aceitáveis para garantir na bancada ruralista os votos de que necessita para sua impunidade. A reação nacional e internacional é grande para que o governo recue e revogue a portaria, o que deverá ocorrer após a votação de amanhã da Câmara Federal.
ESCRAVIDÃO - O episódio serviu para expor ao mundo a perversidade com que nossos produtores de commodities tratam os trabalhadores rurais, uma medida economicamente estúpida já que o modelo agrícola brasileiro é voltado para o mercado internacional. As nações civilizadas valorizam os direitos humanos e não compram produtos de países incivilizados cuja mão de obra trabalhe em condições análogas à escravidão. Temer quis abolir por decreto a dignidade humana e reintroduzir a escravidão. Com o ato aboliu apenas o que restava de decência.
AGRADECIMENTO – Essa coluna reconhece e agradece o profissionalismo, a rapidez e a presteza com que os policiais da PRF (Cecílio e Paulo Barreto) agiram para recuperar e prender um perigoso bando que praticou um sequestro violento com roubo, sábado passado. Foram seis horas de terror, mas com um final satisfatório para os familiares. Agradecimentos também aos delegados da polícia Civil, Dr. Glauco, Dr. Alessandro e toda a equipe que, embora em condições materiais péssimas de trabalho, cumpriram suas missões com competência e denodo. A violência tem crescido, mas nossos policiais fazem o que podem com muito profissionalismo. A vítima é parente deste cabeça chata.
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