Segunda-feira, 16 de novembro de 2020 - 20h58
FINALISTA
Conforme detectado nas pesquisas
divulgadas para prefeito na capital, a segunda vaga para enfrentar Hildon
Chaves (PSDB) seria bem disputada entre Vinícius Miguel (Cidadania) e a
vereadora Cristiane Lopes (PP), e a diferença entre eles ficou abaixo de um
ponto percentual. Um resultado que não surpreendeu já que as pesquisas haviam
captado a tendência de subida da vereadora na reta final das eleições. Agora
ela terá a árdua missão de alcançar e passar o atual prefeito que, concluída a
votação, obteve um resultado expressivo acima da soma dos votos do segundo e
terceiro colocados.
REJEIÇÃO
Já há projeções publicadas por aí,
algumas avexadas já que não há ainda nenhuma sondagem sobre a migração dos
votos dos candidatos derrotados. Projeções que traduzem mais a vontade de quem
a faz do que a realidade a ser mensurada. Rejeição sempre é um dado complicador
em qualquer campanha, mas é preciso ponderar que a rejeição que vale daqui pra
frente é a que será pesquisada. Como a abstenção foi enorme, a tendência é que
aumente no segundo turno. É uma eleição plebiscitária: quem aprova o que está
sendo feito e quem quer mudar. O resto é lorota.
SUJEIRA
É óbvio que a entrada do deputado
federal Léo Moraes (Podemos) na campanha da capital nos últimos dias ajudou a
vereadora Cristiane Lopes (PP), mas é um equívoco avaliar que tenha sido este
em si o fato concreto que catapultou a vereadora para o segundo turno. O
principal obstáculo que Vinicius Miguel enfrentou e preponderante para que
afetasse sua ascensão e que impedisse chegar ao segundo turno foi o jogo sujo
na mentira contida num panfleto amplamente espalhado na cidade e replicado nas
mídias socais. De longe a mentira e o fake foram as variáveis mais robustas que
atrapalharam a campanha do jovem professor. Sem esta prática perversa, covarde
e criminosa, dificilmente a vereadora teria suplantado o professor. Léo Moraes
é um parlamentar bem avaliado, mas não é dono da vontade das
pessoas.
MÁGOA
Com as justificativas dadas por Léo
Moraes para anunciar apoio ainda no primeiro turno a Cristiane Lopes, restou
claro que guarda mágoa do professor Vinicius Miguel (Cidadania) em razão da
publicação de uma reunião entre os dois que vazou dias antes das convenções.
Embora não tenha sido Vini a fonte do vazamento, o parlamentar colocou para
fora todo o rancor acumulado e aproveitou para fazer ilações de que o candidato
do Cidadania seria uma espécie de plano B do grupo ligado ao atual prefeito.
Uma justificativa no mínimo desrespeitosa e equivocada. A política é feita de
consensos, apesar de existirem nesse meio aqueles adeptos à
beligerância.
PERDEDOR
O grande perdedor nestas eleições é o
governador Marcos Rocha que não conseguiu ajudar a eleger nenhuma aliado na
maioria dos colégios eleitorais do estado. Foi o principal garoto propaganda de
Breno Medes, quarto colocado na capital, que a despeito da estrutura
governamental colocada pelo governador na sua campanha, não obteve o êxito que
julgava conquistar. Autodenominado “fiscal do povo”, com um discurso
monocórdico que prometia expulsar de Rondônia a Energisa, Mendes e o governador
não conseguiram convencer o eleitor portovelhense. Perderam feio.
PRÊMIO
Já há quem diga que o “fiscal do povo”
deverá ser convidado para assumir um cargo de confiança no Governo do Estado
como prêmio de consolação pela derrota. Pelo discurso entabulado na campanha, é
fácil deduzir que o próximo diretor do Procon de Rondônia será Breno Mendes,
local onde ele pode cumprir a promessa de fiscalizar as empresas em nome do
povo. Mesmo sabendo que a promessa de expulsar a Energisa ele não tem como
cumprir, nem que tivesse vencido o pleito municipal no primeiro turno.
SURPRESA
Apesar dos modestos sete por cento dos
votos na capital, o resultado obtido pelo coronel Ronaldo Flores foi expressivo
para quem nunca disputou um cargo político. Esta campanha não repetiu a onda de
militarização da política ocorrida nas eleições nacionais passadas no espectro
bolsonarista. Em Rondônia, por exemplo, a maioria dos policiais concorrentes
foi derrotada nas urnas, mas o coronel Flores fez uma campanha sem alusão à
caserna e com proposta exequíveis para a administração municipal. Saiu da eleição
muito maior que entrou e passa a ser um quadro importante para futuras
disputas.
NULIDADE
Em Ariquemes, berço político do senador
Confúcio Moura (MDB), o candidato emedebista obteve uma votação pífia.
Observadores alegam que esta votação inexpressiva ao MDB é um aviso de
insatisfação do ariquemense com o senador que, após eleito,
sumiu. Em Porto Velho, o candidato a prefeito imposto ao MDB pelo
senador, Williames Pimentel, repetiu a votação inexpressiva do colega de
partido de Ariquemes.
IRONIA
Como esta coluna havia antecipado, a
eleição de Ariquemes seria disputada voto a voto com vantagem da vereadora
Carla Redano (Patriota). Não deu outra, Carla venceu com uma diferença pequena
em relação ao segundo colocado. Por ironia do destino, o segundo colocado
nestas eleições foi exatamente Tiziu Jedalias que, de forma açodada, excluiu da
sua chapa exatamente a prefeita eleita. A defenestrada defenestrou o sonho
cultivado por Tiziu em administrar o município.
TRANSFERÊNCIA
São pouquíssimos os políticos que
conseguem transferir votos para terceiros, entre este grupo seleto está o
prefeito de Ariquemes, Thiago Flores. Com a administração bem avaliada no
município, o prefeito optou em não disputar a reeleição por razões pessoais e,
durante a campanha, declarou apoio a Carla Redano o que ajudou a impulsionar a
candidatura da eleita. É perceptível que o prestígio de Thiago foi capaz de
interferir no resultado final da eleição e ajudou na eleição de Carla Redano.
Houve transferência de votos. E a cidade terá na sua condução a beleza de uma
cara nova.
MEMES
Carla Redano, incialmente subestimada
pelos adversários, também foi vítima de memes e fakes no decorrer da campanha.
Por diversas vezes ela compareceu às plataformas virtuais para comentar e
responder os detratores. Para surpresa geral, a vereadora comparecia
nas mídias de forma natural, sem uso da maquiagem que tanto envaidesse as
mulheres, sem filtro. Ela, despojada e ostentando uma capacidade incomum de
comunicação fácil, enfrentava as maledicências com muita competência e
profissionalismo. Os memes que a vitimavam terminaram ajudando a campanha em
razão da empatia com que respondia cada um deles. Em particular num município
altamente machista que uma das principais atividades econômicas é o boi.
DERROTA
Com uma votação pequena e insuficiente
para levar umas das vagas da edilidade de Ji-Paraná, não passou despercebida a
derrota do irmão (Wesley Brito) do senador Marcos Rogério (DEM). É um sinal
amarelo que acende no caminho do senador que almeja disputar em 22 o Governo de
Rondônia. Um dos obstáculos que a coluna apurou e que contribuiu para a derrota
do irmão do senador é a forma arrogante que ele (Marcos Rogério) assumiu depois
de alcançar a eleição senatorial. Além da palavra que nem sempre cumpre.
VITÓRIA
Poucos sabem que o jovem Raí Ferreira,
eleito vereador em Porto Velho, é sobrinho do ex-senador Expedito Junior. O
guri entrou na campanha sem muito alarde e conseguiu uma vitória numa campanha
altamente pulverizada. É o segundo membro da família Ferreira a vencer
consecutivamente um pleito no legislativo, já que Neto é deputado
federal.
RETORNO
Quem retorna à Câmara Municipal da
capital é o jornalista Everaldo Fogaça. Rubens Coutinho, entusiasta da
candidatura de Fogaça, não economizou saliva para pedir aos amigos apoio, o que
consagrou o retorno a edilidade do jornalista. Parabéns, a ambos!
SANDUBAS
Pela segunda vez Alison Sandubas não
consegue se eleger para uma cadeira na Câmara Municipal da capital mesmo com
uma campanha visivelmente abastarda e com o beneplácito dos principais bicudos
do PSDB. O pai, dado a falar pelos cotovelos, cantava vitória do rebento antes
das urnas revelaram os votos. Como candidato, o rapaz é muito ruim de votos,
enquanto na área comercial é um bom vendedor sanduiche.
EXCEPCIONALIDADE
A coluna sempre é
atualizada nas terças-feiras, hoje, em razão da excepcionalidade do resultado
da eleição municipal, este cabeça chata foi obrigado a fazer hora extra para
não perder o time dos acontecimentos. Na próxima semana voltamos as
terças-feiras, e permanecemos descansando na segunda.
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