Terça-feira, 3 de maio de 2022 - 17h52
VALE
TUDO
Em época pré-eleitoral há quem considere usar os meios mais
tortos para tentar aparecer ao eleitor como mais atuante e maior defensor das
causas populares mesmo que a forma para alcançá-los seja pela violência. Foi o
que pregou o deputado estadual Geraldo de Rondônia durante um evento promovido
pela Assembleia Legislativa para debater a questão fundiária dos moradores que
ocupam uma reserva ambiental no distrito em Jacinópolis. O parlamentar incitou
a população presente para tocar fogo nos veículos da fiscalização do Ibama,
todas as vezes que os fiscais se deslocarem à área para cumprir suas
funções.
IMPUNIDADE
Geraldo de Rondônia é um parlamentar polêmico que se envolve
constantemente em confusões por exacerbar as funções de parlamentares: seja
pela incontinência verbal, seja pela violência física. No discurso incendiário
em Jacinópolis fez questão de registrar (até zombou) que responde mais de cinco
dezenas de processos e que, um outro, não seria problema e aproveitou o calor
das palavras acerbas para colocar à disposição dos ocupantes da reserva o
próprio telefone caso decidissem atear fogo no próprio escritório do
Ibama.
VIAS DE FATO
Diferente do colega de legislatura, o deputado Alex Redano,
presidente da Assembleia Legislativa, por cautela, soltou uma nota alegando que
a fala de Geraldo de Rondônia é uma posição isolada que a maioria do
legislativo não concorda. “Foi uma fala infeliz”, sintetizou Redano. Não foram
apenas palavras duras, foi literalmente um incitamento à violência. Sequer teve
o cuidado de lembrar aos presentes para preservar a integridade física dos
fiscais. A fala agressiva está disponível nos sítios eletrônicos e pode render
ao parlamentar mais um processo, apesar da aparente certeza de
impunidade.
LIVRE
Por quatro votos a um o ex-senador Valdir Raupp conseguiu a
absolvição do crime imputado a partir de delatores da lava jato por
supostamente receber propina disfarçada de contribuição eleitoral. Este cabeça
chata leu atentamento os autos, diferente daqueles que tentam minimizar a
absolvição por não gostar das barbas do ex-parlamentar, e concluiu que os
elementos probatórios utilizados para a condenação eram duvidosos uma vez que
tais recursos foram direcionados por uma empreiteira diretamente para a
campanha de forma oficial e registrada na prestação de contas da
campanha.
LANHAR
Propina, em casos similares, dificilmente entra mascarada de
forma oficial nas campanhas uma vez que o método supostamente utilizado e
amplamente divulgado é por “recursos não contabilizados”. Raupp era o único
dirigente da cúpula do antigo PMDB com condenação na lava jato, agora livre do
pesadelo que lanhou sua carreira política até então bem sucedida. Que os
desafetos não se enganem, Raupp é um ser político que tem conseguido ao longo
da vida se reinventar.
SAUDOSISMO
À coluna o ex-senador avisou que não disputará nenhum cargo nas
eleições deste ano, mas quem o conhece na essência sabe que acorda e dorme
pensando em política. Há prefeitos e vereadores no interior do estado com
saudade do apoio que recebiam do senador nas causas municipalistas em Brasília.
Saudade compartilhada por Valdir Raupp. Embora não seja uma unanimidade hoje
entre os eleitores, possui um recall político ainda consistente.
TUBOS
Após o alerta feito na coluna passada de uma licitação para
aquisição de tubos supostamente eivada de ilegalidades, por coincidência, horas
depois o Tribunal de Contas determinou preventivamente a suspensão. Chama a
atenção o laudo técnico da lavra de um profissional privado utilizado como
fundamento para que o certame seguisse em frente, em detrimento das orientações
contrárias da área técnica do órgão. A modalidade escolhida de dispensa é
também discutível uma vez que a empresa vencedora não preenchia todos os
requisitos estatuídos no certame.
COMEMORAÇÃO
O Governo de Rondônia divulgou efusivamente como política
governamental a realização de mais de trezentas cirurgias eletivas sem
mencionar os problemas causados por muitas delas cujos resultados foram
complicadores para o cidadão, em particular as oftalmológicas. Há também
denúncias sérias sobre a especialidade ortopédica. As peças publicitárias foram
bem feitas, mas os resultados negativos escamoteados.
LUPA
Uma fonte da coluna informou que esses contratos de cirurgias
eletivas estão sendo analisados por lupa pelos órgãos de fiscalização. Não
informou inicialmente das eventuais incompatibilidades contratuais, mas revelou
que daí é possível que haja barulho. A ver!
CALCANHAR
Quem analisa com mais cuidado as pesquisas oficiais divulgadas
verifica que a área de saúde e o emprego (economia) vão ditar a pauta
eleitoral. Diferente das eleições nacionais passadas onde corrupção e segurança
foram os principais temas, nesta, pós-pandemia, a saúde será o calcanhar de
“Aquiles” de governantes que disputam a reeleição. Em Rondônia, por exemplo, as
críticas já estão surgindo inclusive no parlamento estadual onde o governador
mantém a maioria.
LEGADO
O Heuro seria a vitrine que o governo guardou para anunciar como
a maior obra na saúde, mas ainda é uma miragem. Unidades hospitalares em
construção desde que Marcos Rocha (União Brasil) assumiu, Ariquemes de
Guajará-Mirim, embora com a estrutura física erguidas, nunca foram concluídas.
O hospital Cosme e Damião, na capital, que atende às crianças, sofreu recentemente
interdição ética pela péssima qualidade em suas instalações e por colocar em
risco nossas crianças e os profissionais da saúde. É o legado que o coronel
Marcos Rocha será compelido a explicar na campanha.
ENTREVISTA
A entrevista concedida ontem (segunda-feira) pelo deputado
federal e pré-candidato governador Léo Moraes (PODEMOS) ao jornalista Arimar de
Sá, na rádio Cultura da capital, atingiu índices altos de audiência. Léo não se
esquivou de responder as perguntas e demostrou que está afiadíssimo sobre as
áreas governamentais e crítico em relação a leniência (segundo ele) do
governador Marcos Rocha na solução dos gargalos de Rondônia.
IPVA
Além de apontar inércia do governador quanto ao crescimento
estadual, lembrou que o IPVA não tungou os proprietários de veículos, como
queria inicialmente o governo, porque agiu imediatamente denunciando que a
proposta de Rocha oneraria o imposto uma vez que seria usada como base de
cálculo a alíquota da Fipe. “Denunciamos a manobra e conseguimos evitar que o
contribuinte penalizado com uma alíquota aviltante”, assinalou Léo Moraes.
CONTRAPONTO
Na entrevista o deputado fez questão de apresentar contraponto
sobre as ações que o governo anuncia com os fatos reais. Criticou a forma
avassaladora utilizada pelo governo na cooptação de apoio ao seu projeto de
reeleição. Lembrou, ainda, que é obrigação do governador investir no estado sem
discriminar nenhum município para que haja isonomia na distribuíção dos
recrusos públicos.
ALIACIAMENTO
Lamentou,
no entanto, a adesão de prefeitos sob o pretexto, amplamente divulgado, de que
o apoio estava condicionado ao recebimento verbas do tesouro estadual. “Aliciar
prefeitos distribuindo dinheiro público de forma discriminatória é um crime. Os
recursos dos contribuintes devem ser distribuídos equitativamente sem a
manipulação do toma–lá-dá-cá. Infelizmente é um escândalo em Rondônia o que
está se fazendo para a perpetuação no poder”, disse
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