Terça-feira, 11 de junho de 2019 - 16h34
VAZAMENTO – O mundo político está perplexo com os vazamentos de aplicativos que até então todos achavam invioláveis. WhatsApp e Telegram, os dois aplicativos mais usados por quem não quer ser bisbilhotado, em particular conversas com conteúdo nada republicano, agora revelam que são violáveis, em razão do vazamento das conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e membros do MP que investigam os malfeitos da lava-jato. A notícia em si caiu como uma bomba pelos diálogos revelados, mas deixou muita gente do mundo político preocupado.
PAPAGAIO – Uma fonte da coluna com experiência em investigar o mundo político local adiantou que a forma utilizada pelos hackers para clonar os telefones das autoridades da lava-jato, em Rondônia, é indispensável porque os políticos continuam falando abertamente sobre estripulias, despreocupados com eventuais vazamentos. Haveria, inclusive, em andamento, uma investigação com falas desses papagaios de arrepiar as penas das araras azuis, ave em extinção.
ABRANGÊNCIA – Outro dia houve uma operação policial de busca e apreensão numa empresa local e na casa de autoridades sem o mesmo alarde das anteriores ligadas ao ‘Pau oco”. Há informações ainda em apuração que a operação original se multiplicou em outros inquéritos com madeira suficiente para queimar muitas reputações ainda incólumes. Em pouco tempo algo nesse sentido poderá ser revelado com o barulho político que tende a vir pela frente, decerto pela abrangência dos fatos.
JORNALISMO – Li com tristeza alguns profissionais da mídia local tentando desqualificar o furo jornalístico envolvendo os principais personagens da lava-jato dado pelo jornalista Glenn Greenwald – profissional premiadíssimo e que acumula um prêmio Pulitzer, o mais representativo do mundo e, no Brasil, um ESSO.
CAPACHOS - Qualquer profissional sério que tivesse um material jornalístico tão forte nas mãos não temeria em divulgá-lo, em respeito ao acesso da população às entranhas da maior operação policial e judicial já vista por aqui. Tentar desqualificar o autor da matéria e o conteúdo exposto, na boca das pessoas comuns que se rivalizam com acusações mútuas nas redes sociais desde a campanha, não há nada anormal, mas não é comum profissionais da imprensa censurarem o trabalho competente de colegas premiadíssimos sob a justificativa de falta de isenção. Ora, censura a uma reportagem, aqui ou alhures, deve ser repelida por toda a sociedade, principalmente por quem um dia pode sofrer o mesmo mal.
GOTAS – Pelo quem tem sido publicado no noticiário nacional e internacional os diálogos controversos entre o ex-juiz Moro e as partes responsáveis pela investigação não são apenas os que foram tornados públicos, os que hão de vir prometem ser igualmente demolidores. É aguardar para ver a próxima gota desta nitroglicerina jurídica.
PONDERAÇÃO – Entre todas as notas corporativas divulgadas em relação aos vazamentos, a nota oficial da Ordem dos Advogados do Brasil foi a mais lúcida pela ponderação. Num ambiente contaminado pelo viés ideológico e um conteúdo publicado de causar perplexidade a qualquer rábula de porta de cadeia, a nota da OAB põe as coisas nos devidos lugares.
PRIORIDADE – Embora não seja afeto a atuação do Tribunal de Contas a construção de hospitais da rede estadual, a decisão do presidente da corte rondoniense, Edilson de Sousa, ao abrir mão de cinquenta milhões de reais, que seriam destinados às edificações e ampliações dos espaços do TC, para que sejam destinados a construção de um novo João Paulo II, merece todos os elogios. Os membros do Tribunal de Contas deram um exemplo de que é possível cortar gastos e priorizar ações que sejam capazes de atender com mais dignidade à população carente. Em tempos bicudos, os administradores têm que eleger prioridades e não serem perdulários.
RESPONSABILIDADE – Quem também tem imprimido uma gestão responsável e moderna é o presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes. O presidente do Legislativo tem conseguido economizar os recursos públicos e exigido muita seriedade dos seus comandados. Quem não seguir os ditames que regram a administração pública não terá longevidade na política. Os tempos podem ser bicudos, contudo, arejados.
PROJETO – Com a filiação do ex-governador Daniel Pereira ao Solidariedade, partido presidido pelo polêmico e ex-sindicalista Paulinho da Força Sindical, surgiram as especulações de que poderá ser mais um pretendente à sucessão do atual prefeito Hildon Chaves. É verdade, Pereira chegou a sondar o PSD sobre a possibilidade de filiação com a garantia da indicação à prefeitura da Capital. Como não conseguiu tais garantias optou em ingressar ao SD para viabilizar seus projetos pessoais. Por enquanto, pode sonhar com a candidatura. O problema reside na pedra no meio do caminho, já que em política dois mais dois nem sempre são quatro...
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