Terça-feira, 25 de agosto de 2020 - 21h36
LOROTA
Embora
tenha participado da reunião presencial (em tempos de pandemia) ao lado dos
dirigentes do MDB, o ex-desembargador Walter Waltenberg não estava nada feliz
com o anúncio da candidatura do ex-secretário de estado da saúde Williames
Pimentel a prefeito de Porto Velho. É lorota achar que a suposta unidade
partidária repetida por todos naquela reunião seja pra valer. Sobram
desconfianças, além de decepção.
PRESSÃO
Ainda
na condição de magistrado, uma comitiva organizada pelos dirigentes do partido,
coordenada por Jean Oliveira, havia convidado Waltenberg para ser o nome novo
na sucessão da capital. Após algumas semanas, o deputado estadual Jean Oliveira
passou a pressionar para que ele (Walter) anunciasse imediatamente a
aposentadoria e a candidatura. Escalaram então o deputado federal Lúcio
Mosquini (Presidente do Diretório Regional) para que o procurasse e cobrasse
uma data sobre o anúncio. Após explicações dadas por Waltenberg de que
necessitaria mais alguns dias, Mosquini disse que ficaria aguardando a
definição.
BARRADO
Um
fato inesperado e humilhante com um militante do partido mudou toda a intenção
do Diretório do MDB em lançar um nome novo com a qualificação intelectual e
moral de Walter Waltenberg à prefeitura de Porto Velho. Williames Pimentel,
fiel escudeiro do senador Confúcio Moura, até então sequer era especulado para
candidatura, fora barrado pela segurança do governador Marcos Rocha de
ingressar nas dependências do Palácio Madeira para representar o senador
emedebista numa reunião com o ministro da saúde, general Eduardo Pazzuelo. A
humilhação sofrida foi o suficiente para que Pimentel rodasse a “baiana” (como
diz o jargão com alguém irritado) e exigisse uma reação. A reação veio em forma
de candidatura a prefeito da capital.
TAPETE
Quando
Waltenberg informou ao deputado federal Mosquini que aceitaria ser o candidato
do MDB, por ligação telefônica, percebeu imediatamente que o parlamentar havia
reagido à ligação com palavras de constrangimento. O diálogo foi se estendendo
até que o deputado informasse ao Walter que o partido havia estimulado outras
candidaturas. Foi então que o ex-magistrado caiu na real e lembrou dos alertas
que alguns amigos haviam feito de que não confiasse na atual direção do MDB.
Dito e feito: teve o tapete puxado e a direção do MDB já havia optado em lançar
como candidato a prefeito da capital Pimentel, seu ex-candidato derrotado nas
últimas eleições a prefeito. Inclusive na de deputado estadual.
EDILIDADE
Insistir
na candidatura numa convenção de carta emedebista majoritariamente ligada ao
deputado Lúcio Mosquini e ao senador Confúcio Moura, ambos amigos de Pimentel,
seria uma estreia horrível para o ex-presidente do Tribunal de Justiça. Walter
Waltenberg recuou na postulação e colocou de forma humilde o nome à disposição
da nominata do partido para vereador. Resta saber se também vão aceitar colocar
na nominata para edilidade um nome tão respeitado. No MDB de Rondônia tudo pode
acontecer, menos a turma de Confúcio Moura perder – Raupp que o diga.
PROGNÓSTICO
Mesmo
sem nomes vistosos na disputa da capital, a exemplo do deputado federal Léo
Moraes e do prefeito Hildon Chaves, qualquer prognóstico provisório – política
é como nuvem – no cenário atual não coloca o ex-secretário de saúde Pimentel
como um candidato competitivo por inúmeras razões, dentre elas, os problemas
judiciais. Nem uma máquina partidária azeitada foi capaz de levar Pimentel para
o segundo turno das eleições municipais passadas. O MDB contava com o
governador, senador, o presidente da Assembleia, três deputados federais e
inúmeros cargos federais. Além de tudo isto, Pimentel manteve toda a sua equipe
na secretaria de estado da saúde trabalhando em prol de sua
pretensão. Imaginem sem nada disso: passa a ser um prognóstico fácil
de desenhar.
REQUENTADO
Mesmo
esta coluna adiantando há mais de sessenta dias que Hildon Chaves não
concorreria a um segundo mandato em razão das suas posições contrárias ao
instituto da reeleição, alguns setores insistiram inutilmente em sentido
contrário. O prefeito vai anunciar quando achar conveniente que não é
candidato. Avalia até nem anunciar. Não é obrigado. Aos desavisados, a coluna
adianta que é mínima a possibilidade de Chaves – não sendo candidato - declinar
apoio a algum dos candidatos. Talvez num eventual segundo turno.
CAÇADOR
O
que tem chamado a atenção deste cabeça chata nesse início de eleição é a
movimentação de um candidato com o nome Caçador, em Guajará-Mirim. Os
concorrentes que abram os olhos para não virarem caça. Por coincidência, assim
como na capital, é onde se registra o maior desgaste do executivo
estadual.
MEIO
AMBIENTE
A
Federação de Indústria e Comércio de Rondônia organiza com a Confederação
Nacional da Indústria um grande evento na capital federal sobre desenvolvimento
na ótica das possibilidades ambientais. É um evento interessante que tem
recebido uma boa receptividade nos meios empresariais nacional.
EMPULHAÇÃO
Quem
desembarca no aeroporto Belmont é surpreendido com uma equipe da secretaria de
saúde do estado, acompanhada de policiais portando armas pesadas, exigindo o
preenchimento de uma ficha com o pedido de informações sobre onde você
embarcou, sua idade, companhia que voou e endereço. Pela propaganda exposta é
uma equipe ligada ao setor da Covid da secretaria. O que intriga é que a ficha
não tem nenhum conteúdo técnico, científico ou investigatório em relação à
pandemia. Uma inutilidade desnecessária que irrita quem desembarca e não há
nenhum outro aeroporto no país que faça a mesma exigência. Nomes e o embarque
bastaria requisitar a companhia. As demais informações não têm nexo com a
Covid. Uma empulhação.
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