Sábado, 4 de agosto de 2018 - 20h15
NA BATALHA PELO GOVERNO, EXPEDITO VEM COM
ALIANÇA FORTE E TRAZ PASTOR EDÉSIO DE VICE
Uma das principais convenções dos últimos dias acontece neste domingo. Será uma das maiores até agora realizadas, pelo que se ouve nos meios políticos: a que reunirá PSDB, do DEM e do PSD e se realizará, a partir das 9 horas da manhã, na sede a Fimca, na Capital rondoniense. Os tucanos e seus aliados se reúnem para oficializar o nome de Expedito Júnior na disputa ao Governo e do vereador de Porto Velho, o pastor Edésio Fernandes, do PRB, como seu vice. Marcos Rogério, do DEM será o nome da coligação ao Senado. Ela terá ainda uma nominata das mais quentes para a Câmara Federal, principalmente, mas também para a Assembleia. Entre os nomes da coligação para concorrer à cadeiras no parlamento federal, destacam-se Mariana Carvalho (PSDB) e Expedito Neto (PSD), que vão à reeleição; Lindomar Garçon, do PRB, que tem grande eleitorado entre o público das periferias e também tenta novo mandato e ainda Ieda Chaves, esposa do prefeito Hildon Chaves, cuja candidatura foi anunciada há alguns dias e sua entrada no jogo político deu uma mexida nos lados do tucanato e seus parceiros. Outro nome que não se pode esquecer é o do jovem Lucas Follador, do DEM, que vem com o apoio de Ariquemes (onde é vice prefeito) e região e é filho do deputado estadual mais votado no último pleito, Adelino Follador, que, aliás, concorre à reeleição. O pacote de partidos, que ainda pode crescer, com a chegada de algum nanico, já que as conversas continuaram durante todo o final de semana, considera que Expedito Júnior tem, agora, todas as condições para ser eleito Governador. Pesquisas internas do partido e de institutos que as registraram, apresentam números que incentivam o grupo a acreditar que essa meta é bastante viável.
Agora, resta combinar com o eleitor. Porque Expedito terá pela frente pelo menos dois adversários de grande peso. Maurão de Carvalho é o candidato que mais cresce nas pesquisas. O representante do MDB vem com o aval do seu poderoso partido e quer ser Governador, depois de cinco mandatos de sucesso na Assembleia, dois dos quais como presidente eleito por unanimidade, coisa rara nos parlamentos. E tem ainda o poderio político de Acir Gurgacz, o homem da Eucatur, que fez mais de 300 mil votos para o Senado, que comanda um Frentão de partidos e que acha que chegou a sua hora de governar Rondônia. Por fora, ainda correm nomes menos conhecidos, como os do jovem Vinicius Miguel, da Rede e do coronel Marcos Rocha, com o empresário José Jodan, de Rolim de Moura, que têm a seu favor apenas o fato de serem os escolhidos por Jair Bolsonaro, para concorrer em Rondônia. Enfim, depois deste domingo, tudo leva a crer que a corrida começa mesmo com toda a força. Faltam apenas 64 dias para o primeiro turno da eleição. Em 7 de outubro saberemos quem serão os dois que irão para a disputa final, em 28 de outubro.
PT, UM PARTIDO EM GUERRA
Se alguém achou que a convenção do MDB foi uma batalha, certamente não imagina a guerra que foi a do PT, na noite desta última quinta. O pau comeu solto. Dezenas de membros do partido se revoltaram contra a decisão do comando do diretório, de se aliar ao grupo liderado pelo senador Acir Gurgacz e apoiá-lo ao Governo e, por isso, deixar de lançar não só candidatura própria à sucessão de Daniel Pereira, como, para surpresa geral, defenestrar a candidatura de Fátima Cleide ao Senado. Vaias, gritos, protestos, empurrões, ameaças: não faltou nada disso no encontro petista. A decisão preliminar, que precisava ser confirmada em novo encontro deste domingo, já que a convenção ficou em aberto, é de que o PT se aliaria ao PDT/PSB/PP e PR (quem imaginaria esse acordo, há apenas algumas semanas atrás?) e lançaria poucos nomes para a proporcional. Alegando que se não se coligasse com o Frentão do PDT/PSB, não teria chances de eleger sequer um deputado, o comando partidário bateu o martelo e tirou Fátima do jogo, decidindo apoiar as candidaturas de Jesualdo Pires (PSDB) e Carlos Magno (PP) ao Senado. Os únicos nomes fortes dos petistas para a eleição seriam o Padre Ton, para deputado federal e Lazinho da Fetagro, para a Assembleia.
DIRETÓRIO NACIONAL MANDA MUDAR
No dia seguinte, na sexta, o grupo derrotado na primeira rodada da convenção reagiu. Conseguiu se unir ao PC do B e ao PSOL, propondo lançar o advogado Jackson Chediak como candidato ao Governo (ele é do PC do B) com o petista Paulo Benito como candidato à vice e Fátima Cleide ao Senado. Exigiu também manter a nominata completa de candidatos à Câmara Federal e à Assembleia. Logo depois da convenção de quinta, Fátima, derrotada no regional, foi para Brasília, pedir apoio do diretório nacional, para tentar mudar a decisão. Deu certo. No meio da tarde deste sábado, chegou um comunicado assinado pela presidente Gleisi Hoffmann, determinado que seja fechado o acordo com PSOL e PC do B e garantida a vaga ao Senado à Fátima. No ofício 76/18, o diretório nacional ameaça o regional até de intervenção, caso a decisão não seja cumprida. Neste domingo, em sua sede, as duas alas do partido que estão em rota de colisão, vão se confrontar novamente. Será que o grupo que comanda o diretório do partido (Padre Ton, Roberto Sobrinho e o presidente regional, Lazinho da Fetagro, principalmente), vai acatar a decisão de dona Glesi ou se insurgirão contra ela? Ainda neste domingo, saberemos...
CORRIDA AO SENADO PEGA FOGO
E a corrida pelas duas vagas ao Senado? Depois da crise, há indícios de que os grupos do MDB estão se unindo, tentando criar uma estratégia de campanha em que todos se envolvam nas candidaturas de Valdir Raupp e Confúcio Moura. O partido sonha mesmo em eleger os dois senadores, coisa que seria um feito raro na política local, mas não impossível. Os tucanos e seus parceiros apostam todas as suas fichas no deputado Marcos Rogério, do DEM que disputará pela primeira vez uma vaga ao Senado. Mas o forte grupo do PDT/PSB/PP.PR e outros partidos menores, jura que Jesualdo Pires, seu nome mais forte, têm chances reais de chegar lá. Carlos Magno, que entrou agora na disputa, ainda é uma incógnita. Com Fátima Cleide de volta à disputa, depois da decisão do diretório nacional, a fila de pesos pesados fica maior ainda. A exceção, afora esses nomes já lembrados, que ainda pode ter alguma chance, é o professor Aluízio Vidal, da Rede, muito poderoso entre os mais de 335 mi eleitores de Porto Velho. Mas, pouco conhecido no interior, suas possibilidades diminuem. A tendência mesmo é que os dois senadores saiam dos grupos mais fortes. Veremos se será isso mesmo que as urnas vão nos dizer ou se elas trarão surpresas, em 7 de outubro...
RENOVAÇAO MENOR QUE EM 2014?
Dos atuais 24 deputados estaduais, apenas dois devem ficar fora da briga pela reeleição: o presidente Maurão de Carvalho, que disputará o Governo pelo MDB e o jovem Léo Moraes, do Podemos, que concorrerá à Câmara Federal. Os outros 22 querem renovar o mandato. São eles: Adelino Follador, Aelcio da TV, Airton Gurgacz, Alex Redano, Cleiton Roque, Dr. Neidson, Edson Martins, Ezequiel Junior, Anderson Pereira, Hermínio Coelho, Jesuino Boabaid, Jean Oliveira, Laerte Gomes, Lazinho da Fetagro, Eurípedes Lebrão, Geraldo de Rondônia, Luizinho Goebel, Marcelino Tenório, Ribamar Araújo, Rosangela Donadon, Saulo Moreira e Só na Bença. Na última eleição, a renovação na Assembleia foi de quase 65 por cento, depois de vários escândalos na legislatura anterior. Mas, na atual, muitos deputados tiveram atuação bastante destacada, não só em suas regiões, como também firmando-se como nomes respeitados em todo o Estado, imaginando-se que a renovação será bem menor. Predadores não faltam. Nomes de peso nas comunidades rondonienses vêm com tudo, para tentarem tomar as cadeiras dos atuais ocupantes. No total, mais de 300 candidatos vão disputar os 24 gabinetes da Assembleia Legislativa. Em 7 de outubro, saberemos quem ficou pelo caminho e quem sobreviveu...
O CONFLITO DAS ONZE ÁREAS
Os três pré candidatos ao Governo, com mais chances reais de chegar lá, são contra as onze áreas de reserva ambiental, criadas por decreto, pouco antes de o governador Confúcio Moura deixar o cargo. O caso está envolto em grandes discussões. A Assembleia já derrotou o decreto, o Governador vetou e a Assembleia derrubou o veto. O Governo entrou na Justiça com uma Adin, ou seja, uma ação de inconstitucionalidade, contra a decisão dos deputados. Na Assembleia, há quase unanimidade contra a criação das reservas, que podem tirar dezenas de famílias de suas terras, onde vivem há anos. Maurão de Carvalho é um dos líderes do movimento contra a criação das reservas. Em entrevista ao programa Papo de Redação, nesta sexta, Expedito Júnior também registrou ser totalmente contrário à elas, ou seja, vai mudar tudo, caso eleito. Neste sábado, foi a vez de Acir Gurgacz também dar seu voto contrário, ao comentar o assunto com a coluna, através de sua assessoria. Ele diz ser a favor da regularização fundiária e a produção rural, mas contra a criação de áreas de preservação, sem qualquer debate com a sociedade. O mesmo, aliás, que defendem Maurão e Expedito. Já o jovem Vinciius Miguel, que disputa o governo pela Rede, diz que “mais que medidas a favor ou contra, é preciso dar uma função econômica e social ao uso dos territórios e da terra”. Ele quer “equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção ambiental”.
DEVOLVAM NOSSA USINA!
Até que enfim, se começou a fazer Justiça, ao menos em parte, já que, no final, seremos nós, os contribuintes, que teremos que assumir o pepino. Mas aquela doação criminosa que o governo Dilma Rousseff fez à Bolívia, entregando de graça, via Eletrobras, a Usina Térmica Rio Madeira, aqui de Porto Velho, como presente de parceria ideológica à Evo Morales, foi considerada totalmente ilegal pelo Judiciário. No inicio deste mês, um ano depois da sentença, a Eletrobras teve que depositar 74 milhões de reais, devolvendo aos cofres públicos, o dinheiro que tinha sido investido para recuperar a usina que seria entregue ao “cumpanhero” Evo. Antes da entrega, a usina térmica Rio Madeira, de Porto Velho, com potência de 90 megawatts, passaria por uma reforma antes de ser doada e ter seu maquinário transportado ao território boliviano. Dois anos depois de o governo brasileiro editar a Medida Provisória que autorizava a reforma da usina, a juíza Diana Maria Wanderlei, da 5ª Vara Federal de Brasília, anulou o procedimento. A União já tinha passado 60 milhões de reais à Eletronorte, para a recauchutagem da usina. A Justiça determinou que a Eletrobras devolvesse aos cofres públicos nada menos do que 74 milhões de reais. Capaz de suprir uma cidade de 700 mil habitantes, a usina térmica Rio Madeira abastecia Rondônia e Acre por quase 20 anos, mas, depois das hidrelétricas do Madeira, não tem mais utilidade. A ex presidente Dilma, O Poste, não foi punida.
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