Segunda-feira, 16 de janeiro de 2017 - 19h32
PRESÍDIOS:
A GUERRA É APENAS
DE BANDIDO CONTRA BANDIDO
É verdade que, sem o controle de fronteiras, não há como ao menos diminuir a entrada de drogas e armas no Brasil. Por Rondônia, numa fronteira de mais de 1.300 quilômetros que temos com a Bolívia, há pelo menos 200 locais conhecidos das autoridades policiais por onde vêm a droga e armas e saem carros e motos roubados, mercadorias de troca. É verdade também que alguns dos maiores chefões do crime organizado estão em prisões federais, onde deveriam ficar isolados. Mas, quem acreditar nesse isolamento é muito ingênuo, a ponto de acreditar em Papai Noel. Dos grandões saem as ordens para roubos, assaltos, assassinatos e lavagem de dinheiro. Saem também ordens sobre confrontos nas prisões; sobre quem deve viver e quem deve morrer. O isolamento dos chefões é história da Carochinha, apenas para enganar trouxas. São eles que mandam e desmandam. São eles que orientam e decidem. E ai de quem não os obedecer! Por isso, é bom que se esclareça outra invenção que estão tentando nos empurrar goela abaixo. As chacinas que têm ocorrido em vários presídios pelo país (felizmente, dessa vez, Rondônia está fora dessa triste realidade), nada têm a ver com fronteiras, armas, drogas ou superlotação dos presídios, assim como eventuais péssimas qualidades de vida dos presos. Essa falácia de que as cadeias estão superlotadas e são desumanas, ao menos nesse momento, escondem a verdade: a guerra nas cadeias tem a ver com batalha por espaço, por domínio de território. São chefões mandando matar gente de outras facções, para que o domínio da área não seja feito por grupos rivais.
O governo trata essa assunto como se não soubesse da verdade. A cada chacina, anuncia liberação de verbas para construir mais presídios, como se isso, por si só, resolvesse tudo. Pode-se construir 20 novos presídios em cada Estado, que a guerra vai continuar. Os bandidões não estão brigando por nada que seja justo e humano. Matam-se pelo dinheiro, pelo poder do dinheiro, por ter mais lugares para vender a droga que traficam e as armas que trazem para matar inocentes, embora elas matem bandidões também. A crise nos presídios existe porque misturam-se criminosos de vários grupos e deixam que eles se matem. Essa é a verdade. O resto é conversa de político, feita pra boi dormir.
NOMEAR PETISTAS?
Surgem críticas ao prefeito Hildon Chaves pela nomeação de tucanos para seu governo. Ora, nomearia quem, um prefeito eleito pelo tucanato? Gente do PMDB e do PT? Indicados do seu principal adversário Léo Moraes? Obviamente que as críticas nesse sentido não têm qualquer fundamento. O que se poderia questionar é o fato de que, na campanha, Hildon anunciou aos quatro ventos que iria fazer um governo de técnicos e não de políticos, mas, ao menos por enquanto, são muitos políticos e poucos técnicos. A pressão sobre o Prefeito, aliás, é fortíssima. Todos os aliados querem alguma fatia do putim. Até o PSDC do vice Edgar do Boi anda torcendo o nariz, porque queria mais espaço e, por enquanto, não o está ocupando. Hildon precisará de muito jogo de cintura, para superar essa fase complicada do início do seu governo.
O HOMEM DO TRÂNSITO
O nome da esperança por um trânsito melhor para Porto Velho é Marden de Carvalho Negrão. Especialista que já trabalhou em São Paulo, chega com uma nova visão para o trânsito, pensando em humanização, em educação e em orientação, ao invés do sistema do governo anterior, onde a principal missão dos agentes de trânsito, era preencher prontuários de multas. A intenção agora é levar as questões do caótico trânsito de Porto Velho, onde dezenas de motociclistas, por exemplo, morrem ou ficam aleijados, todo o ano, para dentro da sala de aula, entre outras ações. Não será fácil a tarefa do técnico importado pelo prefeito Hildon Chaves. Mas ao menos há a esperança de que o assunto esteja nas mãos de um especialista. Porque os amadores e palpiteiros nunca resolveram nada. Vamos aguardar para ver o que vai acontecer. E se as melhorias vão chegar dentro do menor prazo possível.
SOB INVESTIGAÇÃO?
A lavagem de dinheiro é uma das pontas vitais do crime organizado. O dinheiro vindo das drogas, de roubos a banco, assaltos, muitas vezes é transformado na compra de negócios lícitos, para que o produto do ilícito possa parecer coisa normal na nossa economia. Aqui em Porto Velho, certamente já há investigações em curso sobre alguns setores onde há forte suspeita de que o dinheiro do tráfico esteja sendo usado para criação de várias formas de negócios. Indícios de que um grande “empresário” do crime, que está no Presídio Federal, seria o chefe de empresas na Capital, certamente já devem estar sendo analisados pelas chamadas autoridades competentes. Até em pequenos empreendimentos haveria o dedo do crime, comandado de dentro das cadeias. Claro que não é só aqui. Em todo o Brasil, os poderosos que mandam e desmandam nas questões da violência, lavam dinheiro com grande facilidade. Será que um dia se saberá exatamente quais os negócios lícitos só na aparência, que eles estão envolvidos?
PEQUENOS, MAS IMPORTANTES
Já se observam ações da nova administração de Porto Velho. Nada que se diga que são coisas grandes e transformadoras. Pelo contrário: Hildon Chaves e alguns dos seus secretários têm realizado várias pequenas ações, demonstrando que é possível sim recuperar o alto astral da Capital, que está quase entregue às traças. As medidas, inclusive midiáticas, tomadas pelo secretário Ocampo Fernandes em relação à Estrada de Ferro Madeira Mamoré, ao menos mexem com o assunto e apontam que haverá um grande esforço para melhorar a situação do nosso principal patrimônio. Tem que se destacar também o trabalho de limpeza geral realizado no único ginásio esportivo da Prefeitura (que o povo chama de Ginásio Dudu) e em outros locais, promovidos pela secretário de Esportes e Lazer, Ivonete Gomes. Claro que ainda é muito pouco, mas em menos de duas semanas, o novo estilo da Prefeitura dá sinais de que podemos ter esperança de, ao menos algumas coisas importantes vão mudar na nossa cidade. Torçamos, pois!
SELVAGERIA IMPUNE
Continua a selvageria contra as mulheres. Dessa vez foi na pequena Mirante da Serra, onde um ex marido enciumado matou a mãe dos seus filhos a golpe de coronhada na cabeça (um crime brutal) e ainda o atual companheiro dela. O que leva um empresário como ele a praticar um crime desse tipo, esfacelando a cabeça da ex mulher com uma fúria assassina impressionante? Claro, o machismo; o sentimento de propriedade do homem sobre a mulher; o típico canalha que diz que “se ela não é minha, não será de ninguém”!. Quando for julgado, os defensores do assassino vão fazer de tudo para destruir a imagem pessoal da vítima. E há vezes, com esse tipo de crime que vai a júri popular, em que o vagabundo matador ainda é tratado como pobre coitado. Enquanto as leis brasileiras protegerem os maus, as pessoas do bem só serão lembradas em missas de aniversário da morte. Já o bandido acabará solto, mais dia, menos dia. Lamentável!
PERGUNTINHA
Você acha que as chacinas nos presídios têm a ver com superlotação ou más condições das cadeias ou é apenas uma guerra pelo poder e pelo tráfico de drogas entre a bandidagem?
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