Quarta-feira, 24 de maio de 2017 - 00h02
NAS OBRAS PARA OS POBRES,
É MOLEZA MANDAR PARAR TUDO...
O Conjunto Mato Grosso, próximo à Semtran e o Condomínio Floresta, na Rua Três e Meio, são apenas dois exemplos de obras grandiosas, que poderiam beneficiar dezenas de famílias mais pobres e que, lamentavelmente, estão abandonadas ou invadidas. Dezenas de apartamentos para pessoas de baixa renda foram construídos, nunca foram terminados, uma grana preta foi investida e, até agora, os dois conjuntos não serviram para nada. Aliás, serviram: para que o mato tomasse conta; que fossem invadidos, mesmo sem as mínimas condições de uso; que se tornassem monumentos ao desrespeito ao dinheiro público e aos cidadãos. Todo o mundo dá pitaco, todo o mundo manda parar as obras; não falta quem faça de tudo para que as coisas não andem. Só faltam aqueles que verdadeiramente resolvam os problemas, que concluam as obras e as entreguem para o povo que precisa. Um dia, quando esse for um país sério, ninguém acreditará que construções vitais como essas, podiam ser paradas por qualquer autoridade com crachá, que achasse que alguma coisa estava errada. Prender, botar na cadeia, fazer devolver o que foi roubado, é outra história. Mas mandar parar obra que poderia ajudar os pobres, aí é moleza!
Nas habitações que poderiam servir à maioria da população, o envolvimento de todas as instituições e entidades fiscalizadoras que se possa imaginar e o emaranhado de leis; a burocracia infernal; os trágicos obstáculos, tudo é sempre posto à frente dos mais pobres, dos que mais precisam. Quando é, por exemplo, um estádio de futebol gigantesco, como o Mané Garrincha, em que foram desviados mais de 900 milhões de reais, nada de parar nada. Faz-se isso com obras sociais (o Espaço Alternativo em Porto Velho é outro exemplo gritante disso!) e, aí, qualquer fio de cabelo serve para interromper os serviços. E que a comunidade vá procurar a sua turma! Que se queixe ao bispo! Os conjuntos habitacionais abandonados em Porto Velho são apenas exemplos locais desse acinte. O mesmo ocorre em todas as regiões do país, onde sempre que há suspeitas de ilegalidades (ou mesmo sem elas, como no caso das obras de água e esgoto em Porto Velho, atrasadas há anos por suspeitas de desvios que jamais se confirmaram), tudo é parado, mesmo que isso represente prejuízos irrecuperáveis para os mais necessitados. Já em casos de desvios bilionários, como se viu agora em Brasília, aí a história é outra...
TUCANO CHORA POR LULA
Alguém acredita que um tucano derramaria uma só lágrima pelo maior adversário deles, o ex Presidente Lula? Pois em Rondônia, há um deles, fundador do PSDB em nível nacional, que se emociona e chora, quando começa a falar na derrocada de Lula, que ele, o tucano, considera o maior Presidente do Brasil em todos os tempos. Duvida? Pois quem não acredita, basta ler a excelente entrevista produzida pelo jornalista Vinicius Canova Pires com o ex deputado federal e ex prefeito José Guedes. O agora pré candidato ao Governo do Estado, que foi um dos criadores do PSDB nacional, encheu os olhos de lágrimas na entrevista, publicada no site Rondônia Dinâmica, quando se referiu à queda do petista. A entrevista de Guedes é daquelas para começar a ler e não parar até a última linha. Uma espécie de documento histórico da recente política rondoniense. E com essa curiosidade: um tucano fã do petista, maior inimigo do seu partido...
OS ETERNOS VIADUTOS
Cinco anos depois e 40 milhões de prejuízos, marcam a história dos viadutos sobre a BR 364, em Porto Velho. Finalmente, o da rua Três e Meio, que ligará a cidade à zona sul, recomeçou, depois de estar paralisada desde 2012. O Dnit permitiu o abandono, nesse vai e vem que deixa a população boquiaberta com tanto desrespeito e incompetência. Mas agora, avisa que pelo menos mais essa obra será entregue à população, dando o mês de setembro como data definitiva para a conclusão dos trabalhos. Claro que refere-se ao setembro que chega daqui a quatro meses, embora os mais bem humorados achem que pode ser num setembro daqui até a próxima década. Já outros monumentos à incompetência, como os viadutos localizados na altura da avenida Campos Sales, que dá acesso ao bairro Eletronorte e ao hospital João Paulo II, por exemplo, continuarão por lá, atirados às traças, porque o Dnit diz que não sabe quando eles poderão ser concluídos. Pobre Porto velho!
ROUBO DE 150 POR CENTO
A ganância dos políticos corruptos é insaciável. Em Brasília (sempre lá!), mais um exemplo disso. Dois ex governadores (José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz), estão entre os presos por causa da obra do estádio Mané Garrincha. Orçada em pouco mais de 600 milhões, a obra custou 900 milhões a mais. Tudo isso teria sido desviado para os bolsos dos então governadores e de sua turma. Mais uma vergonha absurda, mas também por culpa dos órgãos de fiscalização, que só detectaram a roubalheira muito tempo depois que ela foi concretizada. Se fossem obras sociais, certamente a história seria outra, como o comentário de abertura dessa coluna. É inacreditável que as comissões da sacanagem, do percentual da sem vergonhice, que antes era na faixa dos 20 por cento a 30 por cento, tenham subido agora para 150 por cento do valor gasto. Todos esses canalhas, traidores do povo, que entraram para a vida pública apenas para roubar e sacanear, precisam ser presos durante longos anos; precisam devolver tudo o que afanaram e, mais que isso, têm que ser exonerados para sempre da vida pública. Vagabundos!
SEMANA INTERROMPIDA
Mais um feriado, no meio da semana. Porto Velho para na quarta-feira, para comemorar o Dia de Nossa Senhora Auxiliadora, Padroeira da cidade. Os feriados religiosos, aliás, inundam o calendário. São datas municipais, estaduais e alguns nacionais, parando todo o país. A ideia de transferir feriados para os finais de semana, é claro, jamais avançou. Porque eles, os feriados, atendem praticamente apenas os interesses da casta dos servidores públicos e não há coragem dos políticos em tomar decisão que possam tirar qualquer benefício deles, mesmo que isso represente prejuízos imensos para o país. Um feriado como esse, embora sempre se deva respeitar crenças e religiões, pode ser muito bem transferido para os finais de semana, inclusive permitindo muito mais tempos para comemorações. Por sorte, o feriado de 18 de junho, Dia do Evangélico, cairá num domingo. Senão, seria mais uma paralisação no Estado. Enfim, nesse país quebrado, tantos feriados é uma vergonha!
MEIO BILHÃO DE REAIS
Começa nessa quarta a maior feira do agronegócio da região norte. A sexta edição da Rondônia Rural Show abre em novo local, uma área de 50 hectares, localizada a 11 quilômetros do centro de Ji-Paraná, em direção a Presidente Médici, na BR 364. Nas cinco edições anteriores, a exposição agropecuária já rendeu quase 2 bilhões de reais em negócios, além de fomentar a economia do setor e, mais que isso, apresentar novas tecnologias que ampliam a produtividade no campo e ajudam a assentar os produtores nas áreas rurais. Milhares de pessoas ligadas à produção agropastoril se encontrarão na feira, que nesse ano, mesmo com toda a crise econômica pela qual o país passa, prevê negócios na ordem de 500 milhões de reais. Ou seja, meio bilhão. Tem que se destacar o incrível trabalho das equipes da Seagri e comandadas pelo secretário Evandro Padovani; do DER de Ezequiel Neiva e da turma da Prefeitura de Ji-Paraná, de Jesualdo Pires, que em poucas semanas transformaram uma área praticamente abandonada, num centro de exposição que é exemplo para o país. O que se espera, no final da feira, nesse sábado, é que ela alcance todos os objetivos.
A VOLTA DO CRIME
Depois de alguns poucos dias em que os índices de violência tinham diminuído, ela voltou com tudo à região de Ariquemes. Isso fica comprovado com os números assustadores: nove assassinatos num só mês; três apenas no último final de semana. Brigas por motivos fúteis fazem parte do contexto das ocorrências, mas, na maioria dos casos, os crimes envolvem disputa por ponto de drogas; membros de grupos rivais se atacando; bandido matando bandido. Muitos casos, a grande maioria, aliás, continua sem serem esclarecidos. A polícia não dá conta de tanta violência, que grassa no município e na região há anos, mesmo com os esforços da segurança pública no sentido de combatê-la. Autoridades da área estão apelando à população para que dê informações que possam levar aos criminosos. Claro que isso ocorre raramente, até porque o medo domina vários bairros da cidade, onde o crime é quem comanda tudo. Até quando?
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