Sexta-feira, 5 de dezembro de 2008 - 06h08
AINDA ESTAMOS NUMA ILHA, MAS CERCADOS PELA CRISE
As demissões e “férias coletivas” forçadas de grandes empresas brasileiras – como ocorreu esta semana com a poderosa Vale do Rio Doce, que demitiu 1.300 e mandou temporariamente para casa outros 5.500 funcionários – é de assustar. A Vale, que tem mais de 62 mil empregados pelo mundo, começa a cortar na própria carne. Indústrias do aço, de produção de carros e de outros setores já anunciam cortes de pessoal e investimentos. A crise que explodiu nos Estados Unidos começa a chegar por aqui também, mesmo que o governo e muitos economistas não acreditem em recessão.
Neste contexto, Rondônia parece, ao menos por enquanto, imune a esse perigo. Reservadas todas as proporções, as empresas estão chamando novos empregados, principalmente na construção civil e no comércio. Isso sem contar o grande volume de empregos que a obra de Santo Antonio já está gerando e que Jirau vai criar quando puder começar. Espera-se que esse quadro rondoniense continue em 2009, mesmo com todas as nuvens negras que se formaram em torno da economia mundial.
CONTRA-ATAQUE
Fervilha a Assembléia Legislativa nesse período que precede a chegada de um ano de disputa política. Partidários do governador Ivo Cassol – que são a grande maioria no poder – estão respondendo a todos os ataques da oposição e contra-atacando também com dureza.
BATEU, LEVOU
O mais combativo pró-cassolista tem sido o deputado Miguel Sena, ligado ao governador há longo tempo. Miguel não tem papas na língua e tem enfrentado a oposição de peito aberto. Não há exceção no bateu-levou do governista, cada vez que ele sobe à tribuna.
É MISSÃO
A questão da fiscalização dos poderes – que é função constitucional da Assembléia – é outro assunto que está dividindo opiniões. Não deveria. Os deputados são eleitos pelo povo e uma das suas missões e ficar de olho, fiscalizar, denunciar e cobrar soluções daquilo que considerarem irregular em todos os poderes. Inclusive no próprio legislativo.
DUREZA
É bom lembrar que o tom da disputa política vai subir cada vez mais. Já está quente a partir de agora e vai ferver lá por março. Governistas e oposição querem o poder. A disputa pelo governo não será fácil, tanto de um lado como de outro. Se Cassol fosse candidato de novo, ganharia. Mas não pode ser.
PORTA ABERTA
Mesmo com toda a guerra de palavras, alguns grupos políticos, mesmo em trincheiras por enquanto opostas, não fecham todas as portas ao diálogo. Já se sabe que pelo menos dois pesos-pesados para 2010 já andaram conversando. Se a conversa vai continuar e se dela sairá algum acordo, aí já são outros quinhentos.
RENOVAÇÃO
Que a Assembléia Legislativa melhorou muito, só não reconhece quem tem mesmo má vontade para com o poder. Está ainda distante do ideal mas deu uma volta por cima em relação ao que ocorreu na legislatura anterior. Por isso, embora haja ainda muita estrada pela frente, pode-se dizer que se a eleição fosse hoje a renovação na ALE não seria nem perto do que foi em relação ao período passado.
OLHA O BOLSO!
O governador Ivo Cassol, acompanhado do seu competente secretário de Finanças, José Genaro, andou por Brasília batalhando por dinheiro que Rondônia tem e terá direito, principalmente depois das usinas. Nossas lideranças têm mesmo que ficar de olho, senão o governo federal nos toma a energia e nos deixa com os bolsos vazios.
BOMBA, BOMBA!
Uma bomba que estava prestes a explodir há algumas semanas não foi totalmente desativada. Digamos assim: o esquadrão antibombas conseguimos isolá-la temporariamente. Mas seu poder de destruição ainda é enorme. Tomara que não exploda nunca.
VAI LONGE
Como se previa, recurso do Ibama para reiniciar as obras de Jirau não foi aceito pela Justiça. A coluna anteviu. Está aí mais um episódio daqueles que liminares vão estourar todos os dias, tentando impedir a obra. Jirau tem tudo para se transformar numa nova Belo Monte. É só anotar!
FORA DO AR
Está acontecendo com freqüência. De vez em quando, rompe um cabo de fibra ótica e parte do Estado – ou todo ele, como correu na quarta-feira – fica sem comunicação com o restante do país. Bancos não funcionam, lotéricas também não, a internet some. Está na hora dos responsáveis fazerem uma revisão geral no sistema, senão os enormes prejuízos vão continuar.
Fonte: Sergio Pires
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