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Sergio Pires

Primeira Mão - 07/03/09


Primeira Mão - 07/03/09 - Gente de Opinião 
DECISÃO POLÊMICA QUE PARECE
VIR DOS TEMPOS DA IDADE MÉDIA

Respeitar a crença e a ideologia de todos é um princípio básico da democracia dos relacionamentos humanos. Nas sociedades mais avançadas, esse princípio é vital para uma convivência harmônica entre todos os tipos de pensamento e crença. Mas, com todos esses descontos e mesmo assim, há coisas que não se pode entender. Como a decisão do bispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho         (foto), que excomungou a equipe médica e a mãe de uma criança de nove anos, grávida de gêmeos e que teve autorizado um aborto. A criança, estuprada continuamente pelo próprio padrasto, corria risco de vida. Nada amoleceu o coração do religioso, que seguindo dogmas que a sociedade moderna não entende, decidiu que a criança tinha que manter a gravidez. E que se tivesse que morrer pelo parto arriscado, que morresse, porque esta seria a vontade de Deus, segundo o religioso. É muito provável que por causa de reações medievais como essa que a Igreja Católica só perde adeptos não só no Brasil mas em todo o mundo. Com posições reacionárias, seguindo dogmas que por vezes  parecem vir dos tempos da Idade Média, algumas lideranças católicas não aceitam qualquer mudança ou opção da sociedade moderna. Compreende-se porque, então, o número de evangélicos aumenta aos saltos, ano a ano. 

 

TOCOU NA FERIDA

O senador Expedito Júnior, que tem se destacado pela apresentação de dezenas de projetos, tocou na ferida também em relação aos trabalhadores nas indústrias madeireiras. Quer que os demitidos por causa de ações de fechamento de indústrias pela Polícia Federal e Ibama também recebam um seguro-desemprego.

 

IGUALDADE

Nada mais justo. Se o governo federal tem milhões de reais para doar ao MST e aos grupos de invasores de terras alheias, certamente não se furtará em ajudar trabalhadores, homens e mulheres simples, que sem o emprego nas madeireiras correm o risco do abandono e da fome.

 

FÊNIX

Fernando Collor de Mello. Esse é o nome do político que poderia ser chamado de Fênix, pois ressurgiu das cinzas. Depois do fracasso como Presidente da República, ele tornou-se uma das figuras mais poderosas do Congresso, ao presidir a comissão que trata de todas as grandes obras no país. O Brasil tem, mesmo, memória curta!

 

NA DÚVIDA...

As últimas decisões do TSE, cassando mandatos até de governadores, começam a ser contestadas no país. Ao decidir por cassar políticos sem a clareza das provas, os ministros do TSE estariam contrariando a máxima do direito de que, na dúvida, pró-reú.

 

TAPETÃO

Pelo menos nos dois últimos julgamentos – dos governadores Cássio Cunha Lima e Jackson Lago – a dúvida foi utilizada contra os réus. Isso sem contar que a conquista de cargos no tapetão deixa claro que o TSE não está muito preocupado com a decisão do eleitorado. As urnas ficam em segundo plano.

 

RISCO À DEMOCRACIA

É claro que as eleições têm que ter lisura e quando há provas irrefutáveis de irregularidades, não há como a última instância da Justiça Eleitoral não intervir. Mas decidir em cima de ilações e probabilidades é um grande risco à democracia.

 

NOVOS TEMPOS

Depois de uma legislatura onde houve pouca pressão sobre sua administração, o prefeito Roberto Sobrinho vai começar a enfrentar dificuldades no relacionamento com a nova Câmara Municipal. Os primeiros sintomas já apareceram.

 

CANDIDATURAS POSTAS

Além de alguns nomes da oposição mais fortes, o efeito eleição também deve guiar os passos de alguns dos novos edis, ávidos por disputar cadeiras na Assembléia Legislativa em 2010. Pelo menos quatro dos atuais vereadores já estão em campanha e vão buscar espaço tentando se firmar como opositores do governo municipal de Porto Velho.

 

SUCESSO

Se tudo desse certo no Brasil como as campanhas de vacinação, estaríamos já há tempos no Primeiro Mundo. A última, contra a rubéola, imunizou quase 68 milhões de brasileiros. Em Rondônia, foram 550 mil as pessoas vacinadas, 137 mil apenas em Porto Velho. Sucesso total.

 

E O RESTO?

O problema é o resto. A segurança pública, a saúde, a infraestrutura, a absurda impunidade que campeia em todos os níveis, a educação precária e a falta de responsabilidade da maioria dos homens públicos. Tudo isso está ladeira abaixo. Mas a vacinação, essa sim é de orgulhar o país!

Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com.br
ibanezpvh@yahoo.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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