Terça-feira, 10 de fevereiro de 2009 - 07h12
PARAFRASEANDO SHEAKSPEARE: HÁ
MUITO BARULHO POR (QUASE) NADA?
Há alguma coisa errada com essa crise. É só nela que se fala. É como se ela tivesse chegado ao planeta, como uma nave alienígena cheia de canhões com poder nunca visto, para destruir a tudo e a todos. Que a crise existe, não se duvida. Mas será que ela é tão violenta assim, pelo menos para o Brasil? Algumas questões têm que ser observadas. Por exemplo, o setor automobilístico continua vendendo bem mas dá férias coletivas e anuncia demissões. Algumas grandes empresas anunciam cortes de investimentos e empregos – uma delas, de São Paulo, fabricante de ferramentas e utensílios muito famosos, cresceu 15% em 2005; 20% em 2006; 25% em 2007 e 25% em 2008. Outras, como uma indústria de móveis do Rio Grande do Sul não tem mais como produzir mais nada até abril deste ano, porque já vendeu tudo, aumentou sua produção e não consegue dar conta de novos pedidos. São apenas dois exemplos concretos. Se poderia dar dezenas deles. Mas só se fala em crise, em desemprego, em tragédia. A situação está muito difícil mesmo nos Estados Unidos e alguns países da Europa. Mas no Brasil, pelo menos até agora, só tivemos muito barulho por (quase) nada, parafraseando Sheakspeare (foto).
DE VOLTA
Fernando Prado havia se afastado um pouco das lides políticas, depois da acirrada disputa dentro do seu partido, o PMDB, pelo nome indicado para ser o vice na chapa que acabou reelegendo Roberto Sobrinho, em Porto Velho Baixada a poeira, Prado voltou reanimado.
NOVOS PLANOS
Neste final de semana passado, ele já comandou encontro dos peemedebistas da Capital, na Uniron. Começou a ampliar a organização do partido, já de olho em 2010. E tratar de concretizar finalmente um sonho de muitos membros do partido: ter candidatura própria para o governo do Estado.
DO ZERO
Pelo menos uma boa notícia pelos lados do Congresso. O novo presidente da Câmara Federal, Michel Temer, já avisou que o projeto que aumenta significativamente o número de vereadores do país tem que começar do zero.
INFELIZMENTE....
Isso significa que mais essa farra com o dinheiro do contribuinte, esse absurdo que estão nos tentando empurrar goela abaixo, pelo menos pode demorar mais um pouco. Infelizmente, a tendência é que, mais dia menos dia, vamos ter que engolir mesmo, porque esse não é, decididamente, um país sério.
À FRENTE
Na bancada federal, agora acéfala, sem coordenador – pelo menos até ontem – Lindomar Garçon e Mauro Nazif correm atrás do caso da PEC da Transposição dos servidores do ex-Território. Garçon está um passo à frente, na medida em que conseguiu pessoalmente a promessa do presidente Michel Temer de votar a PEC ainda esse ano.
ALTO CLERO
Algumas autoridades da área jurídica e inclusive representantes do alto clero da OAB, lamentavelmente estão apoiado a decisão do STF de mandar soltar milhares de bandidos, que só voltariam à cadeia depois de serem julgados todos os seus recursos. Uma lástima, uma tristeza para todos os brasileiros de bem.
REFÉNS
O que essa decisão pode representar para a grande maioria da população brasileira é algo se só se poderá mensurar daqui a algum tempo. Mas pode-se antever que a impunidade vai multiplicar a insegurança, incentivar o crime organizado e deixar a sociedade refém da violência. Sem dúvida alguma.
OUTRA VEZ?
O prefeito Roberto Sobrinho praticamente não teve vice em seu primeiro mandato, já que rompeu com Cláudia Carvalho antes do primeiro ano de governo. Agora, o fato pode se repetir, mas por outro motivo. Emerson Castro pode ser candidato à Assembléia. Se ganhar, Sobrinho fica sem vice.
PODE MELHORAR
É possível sim reduzir os índices de doentes com dengue. No Rio de Janeiro, em um ano, o número de casos caiu 93%. Com campanhas contínuas, com participação da comunidade, com ações concretas. Por aqui estamos recém começando. Mas a dengue já ataca com menos força, também.
PRECONCEITO
São mais de mil novos casos de hanseníase, a lepra, por ano no Estado. São números impressionantes. Está na hora de ampliar as campanhas de saúde pública para prevenir a terrível doença. Que tem cura mas ainda vive sob o domínio do medo e do preconceito.
MAIS ESSA!
E essa agora: três índios da etnia kulina, que vivem a mais de 1.200 quilômetros de Manaus, estão sendo acusados de canibalismo. Teria matado e “jantado” um homem num ritual macabro. O assunto está sendo investigado mas os três envolvidos no crime estão detidos.
Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com.br
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