Sábado, 14 de março de 2009 - 05h00
PODE TER DESVANTAGENS SER UMA ILHA DE PROSPERIDADE NO MEIO DE UMA CRISE
Enquanto a crise chega ao restante do país muito mais complicada que a “marolinha” que o presidente Lula previu, em Rondônia a situação é ainda muito diferente. Com as obras das hidrelétricas do Madeira, com investimentos em obras e estrutura como nunca se viu e a perspectiva de um grande aumento de vagas no mercado de trabalho, Porto Velho pode-se transformar de uma ilha de prosperidade numa cidade atulhada de brasileiros de todos os quadrantes, foragidos da crise e esperançosos de ter novas oportunidades por aqui. Pode ser até, mais ou menos, a repetição da corrida do ouro no rio Madeira, ocorrida no final dos anos 60 e até início dos anos 80. Quando esteve essa semana na Capital rondoniense, o presidente Lula, certamente ouviu das autoridades (na foto, lançando obras das usinas) – do governador Cassol ao prefeito Roberto Sobrinho e a várias lideranças – de que a crise econômica em várias regiões do País pode fazer com que hordas de brasileiros corram para cá, atrás de trabalho. Como não houve investimentos antecipados para preparar a capital rondoniense para receber milhares e milhares de pessoas, os problemas já começam a se avolumar. E as rodas do caminhão estão sendo trocadas com ele andando, como gosta de dizer o prefeito Roberto Sobrinho. Enfim, temos muito o que comemorar com as usinas. Mas os problemas que virão junto com elas, esses não podemos ignorar. Eles já estão aí...
DINHEIRO TEM
O consórcio responsável pela hidrelétrica de Santo Antonio, Madeira Energia S.A. – MESA – fechou contrato com oito instituições financeiras privadas. Receberá nada menos do que 3,56 bilhões de reais para investir na obra.
RECURSOS NA MÃO
Só do Banco da Amazônia, através do Fundo de Desenvolvimento do Norte, virão mais de 503 milhões de reais, certamente o maior investimento individual do Fundo em uma só obra em toda a Amazônia. Ou seja, grande parte dos recursos necessários para que a obra anda e seja concluída já estão disponibilizados. Importante para Rondônia e muito mais para o país.
MAIS PAULEIRA
Enquanto isso, o consórcio que constrói Jirau continua com problemas de relacionamento com meio mundo, aqui no Estado. Nessa semana, foi pau puro para cima das empresas que atuam na obra, na Assembléia Legislativa. O caso da contratação de mão de obra e utilização de madeira vinda de Minas continua sendo o mote principal da pauleira.
ONDE ANDA O RP?
Falaram no assunto, entre outros, os deputados Tiziu Jidalias, que disse que 89% da mão de obra da construtora Camargo Correa vem de fora. E foram atrás, sempre falando duro, Jesualdo Pires, Valter Araújo, Miguel Sena e vários outros. Está na hora do setor de RP da turma de Jirau entrar em ação.
EXAGERO
Que a primeira dama da Capital, Lucilene Peixoto, merece elogios pelo trabalho social que realiza, não se questiona. Mas alguns vereadores, na ânsia de ficar bem na foto com a esposa do prefeito Roberto Sobrinho, chegaram às raias do exagero nos elogios, durante a homenagem – justa - que ela recebeu esta semana.
LÁ, FUNCIONA!
A lentidão da Justiça brasileira, em que decisões podem levar décadas para serem tomadas, ajudou ao megabanqueiro Daniel Dantas. Nos Estados Unidos, onde as leis funcionam, um juiz de primeira instância mandou liberar 50 milhões de dólares de Dantas, que estavam retidos. Simplesmente porque ele até hoje não foi julgado no Brasil, depois de tanto tempo.
TARTARUGA
Embora seja algo negativo no sentido de que Daniel Dantas, envolvido na lama até o pescoço, possa se safar, o que se pode ter certeza é que nos Estados Unidos a Justiça funciona, contra ou a favor de quem quer que seja. E não anda a passo de tartaruga como a daqui.
PEDÓFILOS
Tem razão Fátima Cleide ao apresentar projeto no Senado exigindo punição para hotéis e motéis que hospedarem menores desacompanhados dos pais. Ao propor o fechamento dos estabelecimentos que descumprirem a determinação, a proposta da senadora rondoniense ajuda sim a combater a pedofilia.
MAIS ESPAÇO
Ainda da Assembléia: o deputado Doutor Alexandre, do PTC, ficou fora da Mesa Diretora e quer mais espaço. Apresentou projeto que impede que membros da Mesa comandem comissões, para dar espaço aos demais deputados. A proposta já está andando nas comissões da Casa.
REMÉDIOS
Mais um projeto apresentado pelo senador Expedito Júnior merece destaque. Ele quer que farmácias credenciadas pelo SUS passem a distribuir medicamentos essenciais e de uso continuado aos carentes. Com aval do governo federal. Tai uma idéia simples que ajudaria de milhões de brasileiros que não têm mais a quem recorrer.
Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com.b
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