Sábado, 15 de novembro de 2008 - 07h22
PRIORIDADES MESMO SÃO OS INTERESSES DOS CONGRESSIsTAS
Não há qualquer medida imediata entre os milhares de projetos que abundam no Congresso em relação ao combate radical à criminalidade, por exemplo. Mas há um, do interesse da classe política, que está correndo mais rápido do que Louis Hamilton ou Felipe Massa. Trata-se da abertura de uma “janela” para que os todos os que quiserem trocar de partido possam fazê-lo sem correr o risco de perder o mandato. É assim a elite política brasileira: Mateus, Mateus, primeiro os meus! Antes de resolver problemas que desesperam a sociedade brasileira – como medida rápidas, duras e exemplares para combater a criminalidade que não tem fim – nossos parlamentares deixam claro que em primeiro lugar estão as preocupações consigo mesmos.
Há projetos de grande importância para o País que apodrecem nas gavetas da Câmara Federal e do Senado – o caso da transposição dos servidores do ex-Território Federal, só para citar um tema local serve como exemplo claro disso – mas nossos nobres homens públicos precisam mesmo é se preocupar com seus mandatos. Ah, povo brasileiro! Até quando vais suportar tudo isso?
LÍNGUAS DIFERENTES
As Câmaras Municipais, em todo o país, não tem conseguido se aproximar das suas comunidades. A maior prova disso é o alto índice de renovação a cada disputa eleitoral. Vereadores e povo no geral não falam a mesma linguagem. Os mais radicais, aliás, questionam se a existência das Câmaras tem alguma necessidade real para as cidades.
OUTROS INTERESSES
O problema se amplia na medida em que os custos das Câmaras para os cidadãos, que já pagam impostos demais, são inversamente proporcionais aos benefícios. E, pior ainda, os nobres edis sempre que podem atendem aos próprios interesses, mesmo sabendo que suas decisões nunca seriam aprovadas pela população.
RAPIDINHO
O caso mais recente é o do pagamento do 13º salário aos vereadores em vários Estados. A Câmara de Porto Velho, aliás, correu para aprovar lei nesse sentido. Ora, para os trabalhadores comuns, para gente pobre, para os assalariados que têm que bancar essa conta, será que os vereadores têm mesmo que ganhar o 13º, como se operários fossem?
DUAS VISÕES
Com salários atuais de perto de sete mil reais, os edis porto-velhenses, que trabalham dois dias por semana, dão de presente a si mesmos mais uma graninha. Como o fizeram, aliás, vereadores de centenas de cidades pelo país afora. Tudo feito rapidinho, como se fosse prioridade. Já as decisões que poderiam melhorar a vida das comunidades, essas são bem mais lentas.
PARA ONDE VAI?
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, estará hoje em Rondônia. Vem participar do encontro estadual do partido em Ariquemes. A convenção, sob a liderança do deputado federal Moreira Mendes, pretende avaliar a participação do PPS nas últimas eleições e planejar o futuro. Tem que fazer o mesmo em nível nacional, porque o PPS não chegou ainda a lugar nenhum.
SÓ FESTA
Mais um feriado no país onde eles nunca acabam. Este sábado é Dia da Proclamação da República, feriado nacional. Nessa sucessão absurda de feriados e feriadões, não há governo que tenha coragem de acabar com essa festa. O negócio é folgar, não importa o que isso custe ao país.
“COMUNICADOS”
Polícia e membros da Liga dos Camponeses Pobres, a famigerada LCP, andaram se confrontando de novo. A Polícia, investigando delitos e cumprindo decisões judiciais é sempre tratada nos “comunicados” da LCP como violenta. O outro lado da verdade, a forma como muitos membros da LCP agem, foram da lei, isso é claro, fica fora dos “comunicados”.
DETALHES
O que as notícias enviadas à imprensa pela LCP não dizem a polícia diz. Por exemplo, diz que prendeu sete integrantes de um grupo de extermínio, cumprindo determinação judicial. E que todos os presos são criminosos. Talvez, por algum esquecimento, os “comunicados” da LCP omitiram esses pequenos detalhes.
CONFUSÃO
Enquanto isso, a situação da usina de Jirau continua complicada. Mesmo com a autorização para o início das obras anuncia pelo Ibama e pelo menos por dois ministros – Edison Lobão e Carlos Minc – o caso ainda anda circulando na seara judicial. O rolo é grande e a confusão está formada.
NOVO LOCAL
O assunto está sob pressão desde que o consórcio que venceu o leilão para a obra decidiu fazê-la bem distante do que determinava o projeto original. A decisão se baseou em análises técnicas e na diminuição de custos e prejuízos à natureza. Mas para o Ministério Público e outros organismos, a história é diferente.
Fonte: Sergio Pires/Gentedeopinião
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