UMA JUÍZA TRAGICAMENTE MORTA, MAS
NOSSOS LÍDERES SÓ FALAM EM ALGEMAS
Estamos vivendo, realmente, a antessala do fim, nas questões da moral, do amor às leis, do patriotismo, das prioridades. Nos últimos dias, eventos abalaram o país, mas um deles, especialmente, chamou e chama muito a atenção. Uma Juíza do Rio, reconhecida como dura, principalmente nas penas contra policiais corruptos e membros de esquadrões criminosos, foi barbaramente assassinada, com mais de 20 tiros. No dia seguinte, a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o vice Michel Temer, o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomáz Bastos e o atual, Eduardo Cardozo, entre dezenas de figurões governistas e do mundo político, foram à imprensa para falar de sua indignação. Ora, se pensava, todo esse pacote de gente poderosa ocuparia câmeras e microfones para protestar contra a morte da Magistrada; para anunciar medidas duríssimas contra o crime organizado; para se solidarizar com a família da vítima; para dizer ao povo brasileiro que os bandidos não ganharão essa guerra. Nada disso. Para surpresa geral, a grita de Dilma e todos os demais nada tinha a ver com o horroroso crime da Juíza e muito menos com promessa de que outros 100 magistrados, que estão sendo ameaçados de morte, terão toda a proteção. O motivo central da gritaria palaciana e das adjacências foi contra o uso de algemas, por policiais federais, ao prenderem políticos e apaniguados, suspeitos de corrupção, dias antes.
Queriam, nossas autoridades maiores e seus parceiros, que ao executar mandados de prisão, os federais checassem a carteira de identidade, o CPF e a filiação partidária do capturado. Se fosse figurão, mesmo com provas e denúncias pesadíssimas, jamais poderia ser algemado. Agora, se fosse o Zé da Silva, ah, bom!, quem mandou ele não ser autoridade? Que se algeme a pobretada, mas se preserve o ladrão do dinheiro público, porque ele pode ser um importante aliado político. Dantesco, trágico, obsceno. Nossa elite política aderiu, de corpo e alma, à inversão total dos valores. Nós, aqui na base, não temos mesmo a quem pedir socorro...
PÉ DE OUVIDO
No início da semana, pelo menos dois delegados da Polícia Federal de Rondônia tiveram um bate papo com o senador Valdir Raupp. Na conversa de pé de ouvido, os federais trataram da situação em que autoridades protestaram contra o uso de algemas na prisão de ladrões dos cofres públicos. O assunto é importante e Raupp, como presidente do maior partido do país, pode ajudar a contornar a crise entre PF, governo e políticos.
DUPLA AÇÃO
Agora sim, há chance de que a maluquice que a Funai está preparando, de entregar 200 mil hectares de terras de Porto Velho e Candeias para 132 índios, possa não dar certo. O mais poderoso casal da política rondoniense – Valdir e Marinha Raupp – entrou de sola no assunto. Os dois estão tratando de tentar impedir o absurdo via órgãos importantes em Brasília. Há uma chance, então, de que a bandalheira não se concretize.
PÉSSIMO SERVIÇO
O atendimento do 0800 da ex-Ceron está cada vez pior. Atendentes despreparados, isso quando alguém atende, avisam que o reclamante “não está cadastrado”. E pior ainda. Mesmo que o cliente questione que se não está cadastrado, como recebe sua conta de luz religiosamente, todo o mês, o despreparado ainda quer argumentar que é ele quem está certo. Uma vergonha a mais que temos que conviver. Faltou energia, a dica é: não ligue para a ex-Ceron.
NÚMEROS REAIS
Há muita gente sem as informações corretas, tratando o caso de isenção de impostos para a hidrelétricas como se fossem especialistas no assunto. Não são. A verdade é que um acordo existente desde antes das obras começarem, agora será cumprido. E tanto os valores quanto os percentuais estão longe do que anda sendo divulgado. A Secretaria da Fazenda começa a esclarecer o caso nestes próximos dias.
AGORA VAI!
Uma grande concentração de autoridades e convidados marcou o relançamento oficial das obras do Teatro estadual. Confúcio Moura à frente, com Marinha Raupp presente, comandou o encontro. A solenidade foi transferida do mês passado para este, porque o Palácio Presidente Vargas havia esquecido de convidar Marinha, que foi quem lançou a obra, lutou por recursos e tem batalhado intensamente pelo Teatro. Agora, tudo ficou certo...
É ZEQUINHA!
Se a decisão fosse hoje, o PMDB de Porto Velho já teria definido o nome do seu candidato à Prefeitura de Porto Velho. Seria Zequinha Araújo, que aparece em todas as pesquisas bem à frente de outros pretendentes. Mas como faltam ainda 14 meses para a eleição, tudo pode mudar. O partido já tem outro nome na manga. O do secretário Abelardo Castro Neto.
BLINDAGEM
O clima é de paz, no geral. Por isso, causou surpresa a intenção da Assembleia Legislativa de comprar um carro blindado, que suporta até tiros de armas poderosas, para a Presidência da Casa. Ao que se sabe, o presidente Valter Araújo é benquisto e tem popularidade em toda a Rondônia. Também por isso foi usado o bom senso e a licitação foi cancelada.
PERGUNTINHAS
Em que país policial corre o risco de ser processado e preso por algemar envolvidos em crimes contra o patrimônio público? Alguém aí sabe?
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)