Quinta-feira, 19 de março de 2009 - 05h38
PORQUE NÃO SEGUIMOS O EXEMPLO
SIMPLES E OBJETIVO DOS QUENIANOS?
Se poderia escolher dezenas de imagens de eventos ocorridos no Brasil e no mundo nos últimos dias. Mas um deles, especialmente, até pelo simbolismo, merece destaque especial. No Quênia, a polícia queimou mais de quatro mil armas apreendidas das mãos dos bandidos. Uma enorme fogueira serviu para simbolizar a ação daquele país africano contra a violência e a criminalidade. É um exemplo que bem poderia ser seguido pelo Brasil. Todos os dias, policiais de todos os Estados apreendem dezenas de armas. De todos os calibres, algumas delas tão potentes que poderiam derrubar um avião. Para onde vai todo esse armamento apreendido? Fica a disposição da Justiça, enquanto o processo existir e, não é incomum, volta para as mãos dos criminosos tempos depois. Pela ação da corrupção que não acaba dentro da própria polícia ou até por ações cinematográficas de bandos que invadem quartéis, postos policiais e locais de treinamento de tiro. Se todas as armas apreendidas, ao invés de ficarem abandonadas no contexto da burocracia sem fim e dos processos judiciais que nunca terminam, fossem todas queimadas de imediato, não seria mais lógico, mais barato, menos arriscado? Claro que seria. Mas o Brasil é o Brasil, onde os caminhos sempre são tortuosos. Nós aqui é que sabemos como resolver os problemas de segurança. Basta ver a tranqüilidade que todos os brasileiros de bem vivem...
EXEMPLO
Ouro Preto do Oeste continua sem secretários municipais e com pelo menos 140 cargos de confiança vagos. A economia é enorme e o prefeito Alex Testoni está dando um exemplo incrível para o país. Ele trabalha por todos mas, ao que consta, está valendo a pena. É graças a essa economia é que as finanças do município tendem a superar a crise.
ESPERANÇA
A máquina administrativa funciona, os investimentos podem recomeçar a ser feitos, a trágica situação financeira em que o município foi deixado para Testoni pode ser superado, pelo menos em prazo razoável. Se muitos prefeitos brasileiros agissem dessa forma, quem sabe não se teria renovada a esperança no desacreditado serviço público?
HORAS EXTRAS
Há coisas, contudo, que o prefeito que não tem nem três meses de mandato deve se remoer, quando pensa em todos os sacrifícios que anda fazendo. O que pensará Testoni, quando vê, por exemplo, o inchaço da máquina pública Brasil afora e quando sabe que no Senado servidores ganham horas extras sem trabalhar? Deve dar vontade de chorar.
UÉ, TEM CONFLITO?
Os conflitos agrários, com troca de tiros e violência – que o ministro da Justiça Tarso Genro insiste em minimizar – estão explodindo novamente na região de Cujubim. Um dos invasores contumazes de fazendas chegou a ser ferido a tiros na perna. Saiu de um acampamento de uma fazenda distante, onde comandou uma invasão e foi para outra, para fazer o mesmo.
É GUERRA
Os donos da área reagiram a tiros. Nesse round, os sem terra, liderados pela famigerada Liga dos Camponeses Pobres perderam a briga. Mas já estão se armando e arregimentando para reagir. A guerra está prestes a explodir. Gente armada até os dentes está chegando para participar da batalha.
PROMESSA ANTIGA
Jair Ramires, secretário de serviços básicos, prometeu em entrevista ao programa Câmera 11 – Rede Record – que os donos de terrenos baldios serão punidos com pesadas multas, caso não os limpem. É uma promessa antiga da administração pública que até hoje não foi cumprida. Será agora?
PROBLEMA INTERNO
Ao acompanhar o presidente Lula em sua visita a Rondônia, na semana passada, o senador Expedito Júnior aproveitou para pedir ao Presidente que as obras da BR 319, que liga Porto Velho a Manaus sejam executadas logo. O problema da rodovia, contudo, está dentro do próprio governo.
QUEBRANDO O PAU
Dois ministros – Alfredo Nascimento e Carlos Minc – estão quebrando o pau para ver quem tem razão em relação à obra. Nascimento, dos transportes, quer a BR como mote de campanha para o governo do Amazonas. Minc quer agradar ONGs internacionais e brasileiras, dizendo que a estrada servirá para mais destruição na floresta.
PROMESSA
Os dois não se entendem e o presidente Lula não bate o martelo. Expedito Júnior aproveitou então a convivência por algumas horas com o Presidente para pedir solução para o caso. Lula prometeu olhar o assunto com atenção especial.
SEM FIM
Estamos chegando à última semana de março e o caso do PSDB rondoniense continua em aberto. Nem a Globo imaginaria uma novela tão longa.
Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com.br
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