Sexta-feira, 21 de novembro de 2008 - 07h02
ENFIM, AS COISAS VOLTARAM
AOS SEUS DEVIDOS LUGARES
Quando começou a conversa de que o governador Cassol(foto) iria ser retirado à fórceps do poder e que haveria novas eleições em dezembro para substituí-lo, só quem torce contra ele ou quem ficou cego à realidade poderia acreditar que isso realmente aconteceria. Até porque seria o primeiro caso na história recente do país em que um mandatário seria defenestrado de sua função por decisão de primeira instância. Ao que parece, o TRE analisou todo o caso com paixão, cometeu erros crassos – como o caso de excluir o vice-governador João Cahúlla do processo -, exagerou na dose, tentou mostrar força e independência mas o que aconteceu, no final da história, é que mais uma vez sentença do tribunal eleitoral do Estado acabou parecendo algo mais folclórico do que baseado em fatos.
O TSE colocou as coisas no trilho, com alguma sutileza criticou a decisão do TRE de Rondônia, não deu-lhe qualquer amparo e mandou que as coisas voltassem ao normal, ou seja, que Cassol fique no cargo até decisão de última instância. Agora as coisas estão de volta aos seus devidos lugares.
SEM DIÁLOGO
Há um clima de clara animosidade entre o TRE, membros do governo e da Assembléia. O diálogo, que já existiu, está se rompendo. Os desembargadores têm tomado decisões que parecem ser baseadas mais em hipóteses e opiniões do que em provas. E que têm sido derrubadas, uma a uma, em instância superior. A coisa está feia.
PIADAS
Quem pagou o mico de estar preparando até convenção para lançar candidatura à absurda eleição de 14 de dezembro, sabia muito bem o risco que corria. Agora, esse pessoal vai ter que se esconder por alguns dias, para não ouvir piadas e gozações quanto andar na rua.
PARCERIA
Os atuais deputados estão mesmo fechados com Cassol, ao contrário do que aconteceu na legislatura passada. No episódio da decisão do TRE, os parlamentares aprovaram emenda à Constituição que só permite o afastamento do governador depois de sentença em última instância. A parceria está funcionando.
INSEGURANÇA
Há um clima de insegurança entre os auditores fiscais do Estado. Vários deles já sofreram algum tipo de ameaça ou atentado e um, Armando Dalari, de Ji-Paraná, foi assassinado com quatro tiros na cabeça.
VEZES CINCO
Os fiscais, trabalhando dentro da filosofia do governo do Estado, conseguiram em poucos anos passar a arrecadação de pouco mais de 45 milhões para mais de 200 milhões de reais. Cinco vezes mais. Mas, para seu trabalho, exigem mais segurança.
ATÉ QUE ENFIM!
Finalmente, uma decisão do Congresso que parece ser justa e de acordo com que a opinião pública brasileira pensa. O Senado mandou devolver ao governo federal a vergonhosa Medida Provisória que anistia bilhões de reais de dinheiro público doados a entidades filantróplicas.
MAIS GRANA
Milhares dessas instituições receberam dinheiro do povo brasileiro, nunca prestaram contas de nada, não se sabe se fizeram alguma coisa a não ser encher os bolsos dos seus comandantes. E agora querem anistia, não só para não prestar contas do que gastaram e onde gastaram como também para receber mais dinheiro público.
PIZZARIA
Aliás, não se entende como a tal CPI das ONGs nunca avançou e também como o governo não tem coragem de fazer com que estas instituições prestem contas do seu trabalho e do dinheiro que receberam. Na Amazônia elas abundam, usando dinheiro público e enriquecendo seus diretores.
SEM ESPAÇO?
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que esteve em Rondônia falando bobagens na semana passada, está num mato sem cachorro. Tem dito que não é favorável a uma fusão do seu partido com o PSDB. Acontece que as lideranças que sobraram no PPS querem. Freire está perdendo seu espaço.
FALANDO SÉRIO...
Agora que passou esta bobajada de eleição em 14 de dezembro, dá para começar a falar sério sobre 2010. Os partidos estão se organizando, procurando caminhos, nomes e programas. Política é coisa séria demais para ser levada na brincadeira, como estava sendo levada em Rondônia depois da fatídica decisão do TRE.
CAUTELA
O Natal está chegando. De um lado, os mais pessimistas acham que a crise pode afetar as vendas. Os mais otimistas pensam que vamos ter um Natal gordo e que a crise vai passar ao largo. Os realistas dizem que cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Fonte: Sergio Pires/Gentedeopinião
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