Sexta-feira, 27 de abril de 2007 - 17h54
Durante a última campanha eleitoral para presidência constatei que o país, que já esteve na Uti, segundo nosso inabalável presidente, continuava anestesiado. Um país que reelege alguém cujos companheiros que o cercavam foram todos catapultados do governo por indiciamento e envolvimento em escândalos e que, no final do primeiro turno, tem um dos seus auxiliares mais próximos, com o expressivo nome de Freud, envolvido numa negociata da compra de um dossiê contra o candidato concorrente na qual é apreendida uma montanha de dinheiro, cuja origem permanece ignorada, não pode ser um país normal, um país comum. Tem que estar adormecido e em berço esplêndido, quem sabe anestesiado eternamente. Ainda mais que Lula da Silva, um líder trabalhista com origem sindical, teve o desplante de fazer uma reforma da Previdência que representou um esbulho sem precedentes dos direitos dos trabalhadores, principalmente contra os servidores públicos que sempre o apoiaram. E ainda faz discursos contra a elite, quando nunca os bancos ganharam tanto, enquanto cresce o desemprego e caí a níveis nunca antes visto neste país a participação salarial no produto interno. As evidências, porém, no mundo moderno do espetáculo, sempre perdem para o marketing.
Inútil ficar repisando o que todo mundo sabe: Lula não governa. Se dúvidas houvesse disto bastaria verificar a interminável nomeação de seus auxiliares, a lerdeza das ações contra o apagão aéreo, a fantasia do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC, que vive, até agora, de palavras, a monótona e enganadora promessa do espetáculo de crescimento todo ano repisada, logo depois que se constata um novo vôo de galinha, embora, depois, o IBGE faça a mágica de inflar os números. Nada mexe, porém com o gigante e anestesiado país. Caíam aviões, entupam-se os aeroportos de viajantes indormidos, tome de assalto Evo Morales nosso patrimônio, que se deixe a Varig sucumbir por falta do mínimo de ação ou se criem ministérios chinfrins para abrigar o privilegiado do momento nada importa. Lula continua a fazer discursos, cruzar os céus de aerolula, mudar de opinião de manhã para a tarde e sempre e sempre lançar programas que não se concretizam. O PAC da educação de hoje não é muito diferente do Fome Zero de ontem ou do Primeiro Emprego citado como forma de incluir os jovens que incluiu, de fato, apenas 8 ou 80, pouco importa, porém tem o efeito que interessa: manter a fantasia da ação, de que o governo age. O problema é que empurrar com a barriga tem um preço. E o preço está se avolumando em forma de violência, em deterioração da infra-estrutura, em desindustrialização, em adiamento de projetos fundamentais como as usinas do Madeira. A verdade é que, com anestesia ou não, sem tratamento a doença do atraso evolui e nós, fingindo que estamos bem, só assistimos a banda passar. E, a qualquer hora, o Brasil vai se descobrir como Carolina que, na janela, não viu o tempo passar.
Fonte: silvio.persivo@gmail.com
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