Quarta-feira, 13 de maio de 2020 - 10h01
Um dos setores mais
profundamente impactados pela crise do coronavírus foi o setor cultural, em
especial a denominada economia criativa, a parte da economia que engloba todas
as expressões de criatividade da arte e inovação. Não é preciso pensar muito
para ver, por exemplo, que, com o confinamento, não se acabaram apenas as apresentações
de artistas em eventos ou shows, o que representa uma imensa perda de receitas
não somente para eles, como também para toda uma série de pessoas que se
movimentam em sua volta, que operam transportes, sons, imagens, negociações,
contratos e direitos. Isto não se restringe, porém, aos artistas renomados,
pois, mesmo os cantores de barzinhos, os grupos que se apresentam em
restaurantes ou churrascarias também ficaram órfãos durante esta epidemia.
Pode-se dizer que não. Que as lives, as apresentações ao vivo se sucedem, com
duas ou três, no mesmo dia. Isto é fato, no entanto, elas são feitas mais como
uma forma de continuarem presentes do que rendem recursos para os artistas.
Muitos, aliás, o fizeram mais como um meio de ajudar os necessitados ou comemorar
alguma coisa, de vez que somente grandes empresas, como a Google ou a Netflix,
conseguem ganhar dinheiro com a internet. Mas, não são apenas os artistas que
sofreram com a crise. Imagine os museus ou exposições de artes que precisam ter
público para sobreviver? Nem vou falar dos cinemas, das festas, inclusive as
costureiras e pessoas que vivem delas e dos teatros que foram fechados à força
para evitar a transmissão do vírus. Esta crise do coronavírus tem uma
característica que é ímpar: é globalizada, mas, seu impacto é sentido muito
mais fortemente na vida local. Afinal todos nós, querendo ou não, fomos
forçados ao recolhimento, a voltar a viver nos nossos ninhos, nas nossas tocas.
Esta crise tem um lado cruel que é o de nos impedir a convivência, o
entrelaçamento, o que, principalmente, para nós, brasileiros, efusivos, que
gostamos de abraços, apertos de mãos e beijos, dos encontros nos locais de
lazer é uma verdadeira sentença de morte para o cultivo das amizades. É uma
crise que nos força, nos induz à solidão. Muitos argumentam que, neste momento,
nunca antes fomos tão digitais. Talvez também tenhamos muito mais contatos via
e-mails, Twitter, Facebook, Whatsapp e Instagram do que antes. Até mesmo
utilizamos muito mais os bate-papos em vídeos ou as videoconferências. É
verdade sim. Tivemos que nos adaptar a uma realidade que nos limita. Mas,
duvido que, qualquer pessoa, por mais boa companhia que tenha, por melhor que
esteja passando, não tenha saudades de dar um bom dia a um desconhecido, de
poder beber uma cerveja ou um cafezinho, de dizer: -vou até ali assistir fulano
cantar ou ver uma peça ou um filme. Por mais bem acompanhado que você esteja
não tenho a menor dúvida: somos prisioneiros em nossas próprias casas.
Deserdados da cultura na medida em que não é possível uma cultura de qualidade
sem a presença física, sem o compartilhamento. Esta, por incrível que pareça, é
também uma crise de solidão. Amputaram uma parte considerável da nossa cultura
quando nos impedem de ir e vir e de trabalhar fora de casa. E sem cultura e sem
convivência somos muito menos humanos.
Ilustração: https://coloradoreview.colostate.edu/.
Os prováveis efeitos negativos de uma jornada menor de trabalho
Na imprensa, e entre os adeptos de soluções fáceis para os problemas sociais complexos, ganhou imenso espaço, e a adesão espantosa e, possivelmente,
Uma noite mágica do coral do IFRO
Fui assistir, neste dia 06 de novembro, o espetáculo “Entre Vozes e Versos”, que está sendo apresentado no Teatro Guaporé, os dias 5, 6 e 13, às 20h
Neste agosto, por uma série de razões, inclusive uma palestra que tive de ministrar sobre a questão da estabilidade e do desenvolvimento no Brasil,
A grande atração de agosto é o 8º aniversário do Buraco do Candiru
Agosto, mês do desgosto? Que nada! Consta que, em todas as épocas e meses, enquanto uns choram outros vendem lenços. Bem vindo agosto! Só depende de