Quinta-feira, 3 de abril de 2008 - 19h38
Há toda uma propaganda governamental cantando em prosa e verso o aumento da massa salarial e da renda do brasileiro. No entanto, os dados disponíveis sustentam, de fato, que a massa salarial cresceu, e sempre cresce no tempo, mas o mesmo não aconteceu com os salários que, a bem da verdade, tem decrescido. O salário médio do brasileiro está menor-a informação é do Cadastro Central de Empresas, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, cujo dado mais recente afirma que, em 2000, se ganhava em média cinco salários mínimos, em 2005 o valor caiu para 3,7. É verdade, porém, que graças aos programas assistencialistas governamentais 6 milhões de pessoas melhoraram seus padrões de vida e, com o aumento do salário mínimo, reforçado pela queda do dólar que se reflete num menor custo interno, a vida melhorou para as classes mais baixas.
No rastro desta melhora veio a diminuição do custo de máquinas e equipamentos de informática, juntamente com a expansão do crédito e dos prazos de crediário, que deram ensejo a que milhares de pessoas passem a ter acesso à tecnologia. Ter um computador, antes um privilégio das classes mais ricas, passou a ser um objeto de desejo com ampla possibilidade de ser satisfeito, por uma quantidade muito maior da população em decorrência seja da facilidade em adquirirm pelas formas de pagamento e preços mais acessíveis, seja menor custo. No Brasil, em 2007, foram vendidos mais de 10,7 milhões de computadores. Isto se reflete também no comércio eletrônico no qual a renda média dos compradores vem caindo ano a ano, o que indica que mais pessoas da classe C estão utilizando as facilidades das lojas virtuais, antes restritas as classes A e B.
Dados fornecidos por pesquisa da e-bit, no período de Natal de 2007 (de 15/11 a 23/12), comparam a percentagem de títulos de CD, DVD e Vídeo que são consumidos pelas classes A e B e pela classe C que mostram que, em razão do número maior de compradores, um empate técnico, de vez que os números são de 8% e 7% respectivamente. Ora, quando se compara o resultado com itens de Informática, que são mais caros como computadores, impressoras, notebooks, softwares e acessórios, o consumo da classe C é de apenas 9%, enquanto que nas classes A e B o número sobe para 12%. Há, nas compras de Saúde e Beleza, como perfumes e cosméticos, também uma igualdade, mas, a distância real entre as classes se mostra mesmo é no consumo de livros: as classes A e B têm percentagem de 17% contra 12% da classe C. A chave da questão se situa em que 79% das pessoas com renda familiar superior a R$ 5 mil possuem nível superior ou pós-graduação e somente 34% do e-consumidores com renda familiar de até R$ 3 mil possuem ensino superior completo ou pós-graduação. Ou seja, o nível de escolaridade responde pela diferença de renda.
Fonte: Sílvio Persivo
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