Sexta-feira, 30 de maio de 2008 - 19h41
No Clube da Aeronáutica do Rio de Janeiro, numa palestra para militares, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, classificou a política indigenista do governo Lula de "inconseqüente, incoerente e irresponsável". Para ele, o governo federal não tem condições de garantir a cidadania dos índios e cede a pressões internacionais para demarcar áreas de reserva junto à fronteira. E foi duro: "Essa política equivocada de demarcação de áreas indígenas esvaziando as fronteiras é um risco à soberania nacional. Índio não precisa de terra, e sim de condições de vida". O governador disse que dos 2.212 quilômetros quadrados de fronteira entre Roraima, Guiana e Venezuela, apenas 350 quilômetros quadrados não se encontram em terras indígenas e que, nelas se encontram centenas de ONGs internacionais agindo onde estão as principais reservas minerais. E é taxativo: "A Fundação Nacional do Índio-Funai é um órgão para servir às ONGs e luta pela demarcação para justificar sua existência. Porque quem está levando saúde e educação aos índios é o governo de Roraima, apesar de ser uma obrigação do governo federal."
Se dúvida tivesse de que o governador tem razão um simples olhar para o que está acontecendo no país já seria o bastante, para quem examina os fatos à luz da lógica, concordar com seu posicionamento. Basta, por exemplo, verificar que se sucedem invasões totalmente despropositadas de indígenas em cidades como Curitiba, Belo Horizonte e Cuiabá ou até mesmo numa área das mais valorizadas de um condomínio. Só falta, daqui a pouco, um grupo que se instale no Vale do Anhangabau, no centro de São Paulo, pedindo sua transformação em reserva exclusiva das populações indígenas porque afinal eles já estavam lá antes de qualquer um chegar... O absurdo é tão grande que, na capital do Paraná, em dois prédios públicos do Ministério da Saúde, fizeram dezenas de funcionários como reféns. Em Belo Horizonte interditaram a rodovia estadual onde trafegam caminhões da Vale do Rio Doce. Em Cuiabá novas invasões de prédios públicos. Ou seja, as constantes incursões parecidas com o modus operandis do MST em sua similaridade revela que há uma estratégia por trás de tudo isto. Com certeza são eventos orquestrados e com finalidade de agitação não só para influir internamente como para repercutir internacionalmente de forma negativa contra o país. Um reflexo evidente é que o episódio de Altamira, no Pará, com a agressão e o esfaqueamento de um engenheiro da Eletronorte, parece ser um resumo de toda esta ópera bufa que é a política indígena brasileira que opera apenas no sentido de entregar terras, índios e riquezas nacionais nas mãos de ONGs que lutam para subtrair a soberania da Amazônia de nossas mãos.
Fonte: Sílvio Persivo
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