Domingo, 30 de março de 2008 - 13h05
A escalada de perda do bom-senso do presidente Lula da Silva, nos últimos dias, foi impressionante. Embriagado, talvez, com os supostos números de sua aprovação pública que dizem estar no seu melhor momento dos dois mandatos, numa semana só inocentou o ex-presidente da Câmara, o impoluto Severino Cavalcanti, e, logo depois, sem o menor constrangimento, passou a elogiar o também indefensável ex-presidente do Senado Renan Calheiros afirmando, num discurso no interior de Alagoas, mesmo depois de Renan ter sido vaiado publicamente, que "O mais importante é que nessa política de aliança eu não poderia, Renan (Calheiros), dizer aos companheiros que muitas vezes vocês não precisam aceitar que as denúncias dos nossos adversários virem verdades absolutas para que nossos amigos virem nossos adversários." Ou seja, pelo jeito Calheiros é também um mártir das elites e, fica evidente, que, segundo Lula, não fez nada demais. Deve ter feito o que todos fazem, no mínimo.
A rigor Lula da Silva não tem o mínimo de visão histórica ou de auto-crítica ou, o que é mais assimilável, não tem o menor pudor de sacrificar tudo em prol de resultados no melhor estilo de que o fim justificam os meios. Somente a falta completa de auto-crítica ou de visão justificam que tenha a coragem de dizer, no mesmo comício, que "não é fácil para uma parte da elite política do Brasil compreender por que é um torneiro mecânico e retirante nordestino que está aqui nessa tribuna e não eles".
Fonte: Sílvio Persivo
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