Quarta-feira, 1 de novembro de 2006 - 15h24
Lulla da Silva foi reeleito como se fosse a oitava maravilha do mundo. Pudera! Como se resiste aos portentosos poderes da Presidência da República embalados pela mídia exaustiva pregando a auto-profecia de que se vai ganhar com 20% de diferença e distribuindo, como tão bem se gabou o governador eleito Jacques Wagner os bombons de bilhões da bolsa-esmola? No entanto despida das espetaculares e ricas fantasias, passado o carnaval dos auto-elogios e das promessas mirabolantes qual a dura realidade? Que Brasil temos de fato? Não é difícil de ver. Basta verificar que mal se fechavam as urnas já assinávamos um contrato, em todos os sentidos lesivos ao país, como foi a de negociação do rebaixamento da Petrobrás a mera prestadora de serviços na Bolívia com um substancial aumento dos impostos. Ponto para a incompetência externa.
Para quem podia entender que era suficiente, logo o governo tratou de mostrar que não entendeu nada nem nada aprendeu. Qual uma das primeiras e originais medidas do governo reeleito? Simplesmente os repórteres da revista Veja que haviam denunciado o encontro ilegal do faz tudo do presidente envolvido com o dossiê fajuto, Freud Godoy, com Gedimar, que mudou o seu depoimento, foram intimados (ou intimidados) por horas a fio no interior da Polícia Federal de São Paulo como forma de demonstração do apreço tão louvado pelo ministro da Justiça, Thomaz Bastos, sob as luzes da televisão, da liberdade de imprensa. O contraditório é que neguem o episódio, e a operação Abafa, mas investiguem o vazamento da informação, ou seja, se é possível crer na versão não se investiga nem se desvendam os fatos reais, porém se abre inquéritos para apurar e desvendar a irreal idade. Não é uma gracinha?
Num país, porém onde a ficção é sempre menos emocionante que a realidade a capacidade governamental, no entanto é rapidamente comprovada. E outra prova dela também apareceu e invadiu as televisões com a crise dos controladores de vôos. Por interesses políticos concentraram a aviação em Brasília. Hoje quase todas as rotas passam por lá e, como é praxe, o fizeram ao sabor do imediatismo sem pensar nas conseqüências, sem planejamento nem de médio quanto mais de longo prazo. O resultado é visível. As autoridades jogam peteca com a culpa, porém, diante do inegável, concordam que faltou planejamento. Alguma novidade? Nenhuma. É imperativo que roguemos a Deus, todos os dias, para que nada aconteça no ambiente externo, pois, caso isto ocorra, a ilusão que se vende, graças à desinformação, a pouca instrução, à pobreza e à baixa reflexão, serão testadas por tempos difíceis e, como se sabe, os nossos dirigentes são ótimos em criar imagens virtuais, em brandir uma falsa realidade, porém não sabem, nunca souberam o que fazer. O pior é que nós, que já pagamos o preço em impostos, teremos que pagar um preço muito maior em atraso, insegurança e problemas sociais. É o temor é maior porque, hoje, o castigo vem em bytes.
Fonte: silvio.persivo@gmail.com
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