Domingo, 8 de dezembro de 2024 - 08h05
Nesta última sexta-feira (6)
foi anunciado o acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia. O
governo brasileiro comemorou o fato como um caminho para a ampliar a relação
comercial com o segundo principal parceiro comercial do Brasil, e prevê um
efeito positivo de R$ 37 bilhões até 2044. Há motivos afinal isto representa a
maior parceria de comércio e investimento do mundo, beneficiando ambas as
regiões e atingindo 718 milhões de pessoas e economias que representam um total
de 22 trilhões. Mas, mesmo sendo um acordo ganha-ganha no geral, todavia há
diferenças na forma como atinge os países e os setores. Basta ver a reação de
agricultores franceses que dizem que o acordo é o fim da agricultura local e a
ministra de Comércio Exterior da França, Sophie Primas, afirmou que lutará
contra a aprovação do acordo, quando houver a votação interna. É preciso ver
que para que o tratado seja assinado, e entre em vigor, são necessárias ainda a
aprovação por duas instâncias dos países da União Europeia:
o Conselho de Ministros e o Parlamento Europeu, sediados em Bruxelas, capital
da Bélgica. O grande objetivo do acordo, além de outros temas que contempla, é
a redução das tarifas de importação entre os blocos que pode ser imediata ou
gradual (em até 15 anos), dependendo dos setores. Esta liberação deve atingir
91% dos bens que o Brasil importa da União Europeia e, do outro lado, 95% dos
bens que o bloco europeu importa do Brasil. Um dos efeitos será o aumento das
exportações do agronegócio, que um estudo do IPEA prevê ganhos acumulados de
produção da ordem de US$ 11 bilhões, até 2040, enquanto o saldo da indústria da
transformação seria mais modesto, com ganho de somente US$ 500 milhões no mesmo
período. Aliás, segundo o estudo, vamos ter ganhos de produção em quase todos
os setores do agronegócio e perdas concentradas em alguns setores industriais. Há
a possibilidade do consumidor ser beneficiado com o barateamento de produtos
importados, como azeites, queijos, vinhos e frutas de clima temperado (frutas
secas, peras, maçãs, pêssegos, cerejas e kiwis), bebidas e laticínios, porém
isto depende também da taxa de câmbio e de outros fatores que afetam os
produtos. Também o consumidor pode ter benefícios indiretos graças à
modernização da produção brasileira que poderá fazer a importação de máquinas e
insumos a preços menores. A indústria
brasileira terá que se reinventar na medida em que deve ter quedas em setores
como veículos e peças, têxteis, farmacêuticos e equipamentos eletrônicos, embora
a perspectiva seja de crescimento de outros setores, como calçados e artefatos
de couro, celulose e papel, e outros equipamentos de transporte (o que não é
automotivo, como aviões e navios). Esta preocupação com os setores mais
vulneráveis esteve presente na negociação, pois foram feitas salvaguardas no
acordo para evitar uma enxurrada de importações no setor automotivo e estimular
investimentos para a produção no Brasil. A Europa aceitou essas condições por
causa da crescente presença chinesa no mercado automotivo brasileiro, setor que
historicamente tem forte atuação de multinacionais europeias, como Fiat e
Volkswagen. Neste sentido o acordo deve afetar o setor automobilístico chinês, de
vez que a suspensão de tarifas para carros da Europa altera a competitividade
das marcas chinesas. Mas, resumindo o acordo é muito positivo para o Brasil
por, ainda segundo o IPEA, as trocas comerciais com a UE provocarem um
crescimento de 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2040. E,
embora aumente a exportação de produtos agrícolas e a importação de bens industriais
pode, na prática, representar a modernização das fábricas brasileiras e uma
maior integração do país às redes de produção dos países europeus.
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