Quarta-feira, 6 de maio de 2020 - 15h10
Embora, no Brasil, a mídia
tenha consagrado a quarentena, ou isolamento horizontal, como um consenso
científico, de fato, não é bem assim. O coronavírus, além de ser um vírus novo,
é um vírus extremamente mutável. Então, há uma corrente grande a favor de que
haja a contaminação do “rebanho”, ou seja, o vírus se dissemine para que as
pessoas desenvolvam antivírus. E, não são poucos os cientistas que dizem que se
não houver este tipo de desenvolvimento, o vírus pode se tornar muito mais
perigoso, de vez que, quando não encontra formas de sobreviver o vírus se
transforma e se torna mais letal (dizem que o vírus possui já identificadas 150
mutações). Um estudo de Harvard afirma que tentar superar o vírus, agora, pode
resultar em muito mais estresse e mais mortes a longo prazo, segundo os
pesquisadores. Eles também concluem que esse vírus não desaparecerá por si
próprio. Ou se devolve um remédio ou uma vacina ou não tem jeito. Por essas
razões, e que, como economista, tenho a certeza de que a quarentena, como comprovam
estudos do King’s College London (Reino Unido) e da Australian National
University-ANU com o isolamento social se pode estar praticando um crime de
lesa humanidade, com o retorno de padrões de renda de 30 anos atrás (https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/19841/como-o-isolamento-social-pode-estar-se-tornando-um-crime-de-lesa-humanidade),
considero que olhar a questão somente
sobre a ótica da doença é irracional, pois, sob o conceito de saúde, que a
própria Organização Mundial de Saúde-OMS adota não se pode desconsiderar a
economia. O sueco Anders Tegnell, que defende, e é o maior representante da
tese, de que a estratégia adequada de combate a epidemias baseado na convicção,
por motivos científicos, de que é menos prejudicial, no longo prazo, promover a
imunidade de grupo em lugar da quarentena total tem como maior rival, com, a
tese oposta, Neil Ferguson, conhecido como Professor Lockdown, que projeta, por
meio de um modelo por ele desenvolvido, sem a quarentena, o crescimento do
vírus com números, e mortes, catastróficas. Epidemiologistas e matemáticos,
agora, ganharam notoriedade por causa do vírus, mas, isto está longe de poder
afirmar que seus modelos e teses estão corretos. A ironia é que Ferguson, como
a pandemia foi politizada, ganhou a simpatia de órgãos e pessoas de esquerda,
mesmo sendo colaborador de um governo conservador. Ele também já tem em seu
currículo dois grandes fracassos, de vez que prognosticou também números
catastróficos para a vaca louca e a gripe aviária, que tiveram números bastante
insignificantes. Agora, porém, teve que se demitir da comissão de peritos que
assessora o governo – em inglês, o acrônimo é SAGE, ou sábio, por causa de um
escândalo amoroso. Sua amante atravessou Londres para ter encontros amorosos
com ele. Ou seja, ela quebrava as regras do isolamento para vê-lo. Foi o
suficiente para que Iain Duncan Smith, ex-líder do Partido Conservador e pouco
simpático ao isolamento extremo por causa dos devastadores efeitos econômicos,
afirmasse dele que “Cientistas como ele estão nos dizendo o que devemos fazer,
mas ele está fazendo o que quer” e concluiu “Ele quebrou suas próprias regras.
É difícil de acreditar que um homem inteligente faça isso. Além do risco de
prejudicar a mensagem do governo sobre o lockdown”. Neil Ferguson se deu mal
não por seu modelo, até agora, mas, pelo seu coração (o que, convenhamos, só
mostra que não é normal para os seres sociais ficarem isolados), porém, não
deve sair do centro do debate na medida em que, mais do que nunca, na história
humana, nenhum tema foi tão politizado e tantos cientistas se concentraram na
previsão e no combate a um vírus em tempo real.
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