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Silvio Persivo

COMPETITIVIDADE DO AGRONEGÓCIO SE PERDE NA LOGÍSTICA


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Logística não acompanha o avanço do agronegócio
 
O agronegócio brasileiro “cresceu a passos largos nos últimos 50 anos”, se destacando como o segundo maior exportador do mundo, porém, a infraestrutura logística não acompanhou essa expansão, afirmou o consultor para logística e infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antonio Fayet. “Crescemos e exportamos muito, mas ainda gastamos demais com logística.” Segundo ele, a logística está sufocando a produção rural, não apenas para o agricultor, mas para toda a cadeia produtiva.  Fayet estava entre especialistas, empresários e autoridades que participaram do fórum Logística e Infraestrutura no Agronegócio, realizado nesta terça-feira, 8, em São Paulo – uma parceria do Estado com a CNA.
 
Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, essa defasagem se dá porque o Brasil investiu pouco em infraestrutura nos últimos anos. “Se comparamos o investimento de 2013 até hoje, a redução é de mais de 50%, o que agrava um problema crônico do País”, disse Borges.  “Nossa infraestrutura logística foi construída antes da explosão do agronegócio”, explica o presidente da CNA, João Martins da Silva. Ele afirmou que o agronegócio brasileiro dentro da porteira é capaz de produzir mais e melhor, mas para fora é “um pesadelo”. O executivo citou que são milhares de quilômetros de caminhão em rodovias precárias e portos congestionados. “Essas condições elevam em 25% o valor do frete e no Norte chega a 35%”, afirmou. “Pelo menos 60% da carga é transportada por estradas.” João Martins comentou ainda que os modais mais recomendados, como o ferroviário e o hidroviário, são pouco usados. “Esses modais têm capacidade mais elevada, são menos poluentes e têm custos muito menores.”

Todos concordaram que grande parte da produtividade do agronegócio brasileiro, resultado de pesquisas e investimentos do produtor, se perde no trajeto da fazenda até o porto – são mais de 1.500 km em trechos terrestres. Segundo Fayet, da CNA, um terço da produtividade do campo é gasto com logística. “A logística sufoca o desenvolvimento do agronegócio.” Os desafios do agronegócio, em especial no momento em que a economia começa a se recuperar de uma recessão, exigem soluções duradouras e, nesse cenário, as concessões surgem como prioridade. “Há muito tempo não se dá ao setor a importância que ele merece”, disse Borges, presidente executivo ABCR. “A concessão nasceu da falta de recursos dos governos”.
 
Fonte: Jornal Diz Persivo com informações da ABIFER.

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