Quarta-feira, 13 de setembro de 2023 - 10h36
Brasileiro que é brasileiro não vive sem
uma cachaçinha. Considerada, inicialmente, uma bebida de negros, por sua
origem, nos tempos coloniais, nos engenhos e consumo pela população escrava, chegou
a ser proibida de ser produzida por 124 anos. Mas, a pinga, a branquinha, a
caninha, a aguardente, a “marvada” assim mesmo foi produzida clandestinamente e
gerou diversas revoltas populares em seu favor até que, entre novembro de 1660
e abril de 1661, no Rio de Janeiro, os senhores de engenho depuseram o
governador da capitania e acabaram com a proibição. Daí para a frente esta
bebida é tão brasileira, que só nossas aguardentes de cana podem ter o nome de
cachaça. Conforme o artigo 92 do Decreto Presidencial Nº 4851, de 2 de outubro
de 2003, "Cachaça" é a denominação típica e exclusiva da aguardente
de cana produzida no Brasil. Esta cachaça deve ter uma graduação alcoólica de
38 a 48% em volume, a 20º Celsius. Ela é obtida pela destilação do mosto fermentado
de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares. Além disto, a
cachaça pode ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expressos em
sacarose. A boa cachaça deve ter algumas características. Em primeiro lugar, a
pureza: deve ser límpida e
incolor, ou dourada, caso seja envelhecida. Outra característica fundamental é
o aroma, de vez que como o teor alcoólico é alto, é comum que este elemento
seja muito percebido pelo olfato. Porém, a boa cachaça deve mesmo é criar uma sensação
aromática é agradável. E também possibilitar a percepção de outros cheiros,
como madeira, frutas, canela, baunilha etc. A característica decisiva da boa
cachaça, determinante de sua boa qualidade é a sensação que a bebida provoca no
paladar. Quando de qualidade provoca um leve calor na boca que não interfere no
seu sabor. Sente-se sua textura leve e aveludada e um gosto levemente
adocicado. E a praxe é beber em pequenos goles. E indispensável, como
caipirinha, na feijoada e em outros pratos fortes. Modernamente uma forma de
conhecimento da boa cachaça é a certificação, o que é feito pelo laudo
físico-químico de uma instituição reconhecida, como a ESALQ-USP ou o selo do
Inmetro, bem como selos de prêmios ou de origem, o que garante que
a produção seguiu normas, padrões e especificações técnicas. Também,
como existe muita produção artesanal, é bom averiguar o registro de
cachaças e aguardentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), que fiscaliza os
padrões de das bebidas no Brasil e
protege os consumidores de práticas abusivas. E acreditem, que é verdade:
cachaça boa não dá ressaca. No Brasil seu consumo só é menor do que o da
cerveja. A produção nacional é de cerca 1,3 bilhão de litros por ano, sendo que
75% delas são de fabricação industrial e 25%, artesanais. Apenas 1% a 2% são
exportados (2,5 milhões de litros). Os principais países compradores são:
Alemanha, Paraguai, Itália, Uruguai e Portugal. O Dia Nacional da Cachaça, 13
de setembro, portanto hoje, obrigatoriamente, deve ser comemorado com uns bons
goles. Dois copinhos garantidos: o primeiro da cachaça Jibóia originária do
Acre, do Mestre Cachaceiro Jackson Soares, um gourmet da água-benta. Outra, uma
de Salinas, que não se pode falar de cachaça sem passar por Minas Gerais, a
Havaninha, de vez que os amigos acabaram com a Anísio Santiago, que é uma joia.
Tim-Tim! Saúde e viva a cachaça!!! Grande Lito Casara, quero um gole daquela
que você esconde debaixo da cama!!!!
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