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Silvio Persivo

Crônica em homenagem à uma paixão nacional


Crônica em homenagem à uma paixão nacional  - Gente de Opinião

Brasileiro que é brasileiro não vive sem uma cachaçinha. Considerada, inicialmente, uma bebida de negros, por sua origem, nos tempos coloniais, nos engenhos e consumo pela população escrava, chegou a ser proibida de ser produzida por 124 anos. Mas, a pinga, a branquinha, a caninha, a aguardente, a “marvada” assim mesmo foi produzida clandestinamente e gerou diversas revoltas populares em seu favor até que, entre novembro de 1660 e abril de 1661, no Rio de Janeiro, os senhores de engenho depuseram o governador da capitania e acabaram com a proibição. Daí para a frente esta bebida é tão brasileira, que só nossas aguardentes de cana podem ter o nome de cachaça. Conforme o artigo 92 do Decreto Presidencial Nº 4851, de 2 de outubro de 2003, "Cachaça" é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil. Esta cachaça deve ter uma graduação alcoólica de 38 a 48% em volume, a 20º Celsius. Ela é obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares. Além disto, a cachaça pode ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expressos em sacarose. A boa cachaça deve ter algumas características. Em primeiro lugar, a pureza: deve ser límpida e incolor, ou dourada, caso seja envelhecida. Outra característica fundamental é o aroma, de vez que como o teor alcoólico é alto, é comum que este elemento seja muito percebido pelo olfato. Porém, a boa cachaça deve mesmo é criar uma sensação aromática é agradável. E também possibilitar a percepção de outros cheiros, como madeira, frutas, canela, baunilha etc. A característica decisiva da boa cachaça, determinante de sua boa qualidade é a sensação que a bebida provoca no paladar. Quando de qualidade provoca um leve calor na boca que não interfere no seu sabor. Sente-se sua textura leve e aveludada e um gosto levemente adocicado. E a praxe é beber em pequenos goles. E indispensável, como caipirinha, na feijoada e em outros pratos fortes. Modernamente uma forma de conhecimento da boa cachaça é a certificação, o que é feito pelo laudo físico-químico de uma instituição reconhecida, como a ESALQ-USP ou o selo do Inmetro, bem como selos de prêmios ou de origem, o que garante que a produção seguiu normas, padrões e especificações técnicas. Também, como existe muita produção artesanal, é bom  averiguar o  registro de cachaças e aguardentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),  que fiscaliza os padrões de  das bebidas no Brasil e protege os consumidores de práticas abusivas. E acreditem, que é verdade: cachaça boa não dá ressaca. No Brasil seu consumo só é menor do que o da cerveja. A produção nacional é de cerca 1,3 bilhão de litros por ano, sendo que 75% delas são de fabricação industrial e 25%, artesanais. Apenas 1% a 2% são exportados (2,5 milhões de litros). Os principais países compradores são: Alemanha, Paraguai, Itália, Uruguai e Portugal. O Dia Nacional da Cachaça, 13 de setembro, portanto hoje, obrigatoriamente, deve ser comemorado com uns bons goles. Dois copinhos garantidos: o primeiro da cachaça Jibóia originária do Acre, do Mestre Cachaceiro Jackson Soares, um gourmet da água-benta. Outra, uma de Salinas, que não se pode falar de cachaça sem passar por Minas Gerais, a Havaninha, de vez que os amigos acabaram com a Anísio Santiago, que é uma joia. Tim-Tim! Saúde e viva a cachaça!!! Grande Lito Casara, quero um gole daquela que você esconde debaixo da cama!!!!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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