Terça-feira, 7 de abril de 2020 - 12h20
Hoje dia 7 de abril é Dia do
Jornalista. Apesar dos tempos difíceis em que vivemos, de que a profissão de
jornalista tenha sido muito depreciada, submetida, como está sendo, a condições
quase vis, a uma gradativa e contínua subordinação à interesses pouco
recomendáveis, o verdadeiro jornalista continua a ser uma figura indispensável
para a nossa sociedade. É verdade que o jornalismo profissional, uma fonte de
informação qualificada, checada, que busca ser o mais fiel possível aos fatos e
fornecer os dois lados de uma notícia qualquer, se encontra, cada vez mais,
difícil de ser feito. O que temos, hoje, é a invasão de francos atiradores,
quando não arrivistas sociais, que usam a imprensa para seus próprios fins de
enriquecimento, extorsão, de alpinismo social. Há, inclusive nas redes sociais,
uma profusão de palpiteiros, de copiadores, que outorgam a si mesmo o título de
jornalistas (e muitos conseguiram até ser reconhecidos como profissionais) que
jamais se deram ao trabalho de buscar fatos e informações em fontes primárias,
quanto mais de reportá-los para a
sociedade de uma forma clara e objetiva. Na realidade nossa de hoje, do reino imperial
do Fake News, do sensacionalismo barato, da propagação unilateral de versões
nocivas, da facilidade na fabricação de
fatos, o jornalismo se tornou engajamento cego, opinião sem análise, alguns até
se valendo de Millôr Fernandes que disse que “Jornalismo é oposição. O resto é
secos e molhados”, se esquecendo que, até outro dia, aplaudiam governos
corruptos que enchiam suas bolsas. Jornalismo só é oposição, só pode ser
oposição em tiranias, em ditaduras. Em democracias deve ter equilíbrio, ser um
fiscal sim dos governos, porém, com equidade, buscando formar e informar. Não
posso, aqui, deixar de saudar os verdadeiros jornalistas, os grandes
profissionais da imprensa que sempre buscaram dar o melhor de si em prol da boa
informação. Por isto mesmo não posso deixar, de hoje, lembrar o meu grande e
saudoso amigo Euro Tourinho, que por mais de sessenta anos na frente do Alto
Madeira procurou transmitir, a todos que passaram por sua redação, as
verdadeiras qualidades de um bom jornalista. Lembro que, uma vez, numa
entrevista disse que: “Jornalista acima de tudo, tem que ter amor pela
profissão e levar a sério o que faz, sempre primar pelo respeito ao leitor e à
notícia”. Ele, com seu modo calmo e sábio, dizia que “não se deve publicar como
jornalista o que não se pode sustentar como cavalheiro”. Para ele, “O bom
jornalismo é como uma xícara de porcelana, bela e frágil, precisamos cuidar com
o maior zelo possível”. Ser, e fazer, jornalismo de qualidade é isto: garantir
que a informação que se passa é fidedigna, pautada pela ética e por princípios
fundamentais- algo difícil nos nossos conturbados tempos. É, por isto, pela
falta destes valores que agregam respeito e credibilidade à imprensa, que
restam, hoje, o jornalismo anda tão desacreditado, com jornalistas sendo apenas
papagaios, meros repetidores de chavões e, por isto, uma razão fundamental para
que o nome de Euro Tourinho não seja esquecido e cultuado, além de suas
inesquecíveis qualidades humanas. Na figura dele, nossa homenagem aos
verdadeiros jornalistas.
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