Segunda-feira, 8 de julho de 2024 - 07h59
Embora exista toda uma
estratégia operacional que se baseia em tentar criar otimismo sobre a
conjuntura econômica, que inclui uma pasteurização da grande imprensa sobre os
dados negativos, no entanto a grande realidade é que o Brasil vive tempos muito
difíceis e não há como esconder. O governo federal, nos tempos atuais, optou
por uma linha na qual não contempla os interesses nem das atividades produtivas
nem dos trabalhadores. É emblemático desta opção o fato de que não somente, de
diversas formas, aumentou os impostos, por leis ou decretos ou ainda pelo corte
de subsídios, como não tem melhorado a renda dos salários, exceto para as
poucas camadas do serviço público que lhes dá sustentação, como o legislativo,
a justiça e o setor de arrecadação. A recente, e longa, greve dos técnicos e
professores de ensino superior, que, no seu todo, ainda não acabou, é bem
representativa disto, pois impuseram, com alguns benefícios cosméticos, 0% de
aumento, no presente ano, alegando, o que não tem substância, 9% dado no ano
passado, sem considerar a inflação do ano nem as perdas de anos passados,
longos anos, aliás, em que os servidores públicos não tem recebido nenhum
aumento. Em certos setores da educação a situação de professores, em especial
os novos, chega a ser dramática. Mal conseguem prover a própria subsistência
enquanto veem os preços de seus livros, de cursos que desejam fazer e de coisas
básicas, como aluguel e plano de saúde, darem saltos enquanto seus salários
minguam com a inflação. Lula, que não tem problema nenhum de sobrevivência e
pode se dar ao luxo de viajar pelo mundo, fala, beatificamente, em compreensão,
em olhar para o que foi dado como se fosse possível pagar as contas com
promessas sobre a possibilidade de serem compensados no futuro. O problema
presente é que até mesmo a inflação oficial, que tende a subir, está
subestimada. Não somente porque o próprio órgão que realiza o seu levantamento
mudou a forma de aferir os preços como também existe, cada vez mais, presente o
fenômeno da reduflação, uma tática dos fabricantes de reduzir o conteúdo dos
produtos para manter os preços, diminuindo o poder de compra dos consumidores, segundo um estudo recente do Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) em cerca de 4%. É um fenômeno
que acontece, e as evidências são flagrantes, nos alimentos e produtos de
higiene atingindo de forma drástica, principalmente as famílias de menor renda.
Na prática se paga o mesmo valor para consumir menos. E os preços das verduras
e frutas também dispararam. Só os que não vão aos supermercados e mercados não
conseguem ver. Não há solução fácil à vista quando o governo não controla suas
contas e o chefe da nação ainda ajuda a espiral inflacionária falando contra a
política monetária e faz o dólar subir mais e mais. Os erros de política
pública estão se fazendo sentir fortemente no poder aquisitivo das pessoas. E,
com o endividamento, que já é alto, a pressão política tende a subir nos
próximos meses, inclusive por conta do período eleitoral.
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