Terça-feira, 14 de janeiro de 2025 - 10h29
As novas regras da Receita
Federal, por mais que tentem dizer o contrário, se destinam a arrecadar mais.
Nenhum analista que se preze dirá o contrário. É um aperto- é dos grandes-
sobre o setor informal, em especial os micro negócios e profissionais liberais.
O maior problema é que, além de mexer com os setores mais pobres da sociedade,
incomoda todo mundo e, no limite, invade a vida particular das pessoas. Quem,
por exemplo, dividir despesas, jogar em conjunto, tiver atividades sociais em
que recebe dinheiro alheio ou até tiver uma amante está sujeito a ter sua vida
devassada. Por mais que se tente, com publicidade ou declarações de autoridade,
imputar as Fake News as repercussões negativas, há o fato incontestável que o
estado aumenta sua lupa sobre os recursos privados de uma forma quase total.
Ao, praticamente, invadir todos os espaços econômicos, o governo passa a ter um
controle sobre a vida das pessoas que jamais teve. Acompanhar toda a
movimentação financeira das pessoas não é a mesma coisa que taxar apenas a
renda, pois há relações sociais, inclusive de quem já pagou imposto de renda,
que são informais e não se justifica o governo, a partir do montante que a
pessoa movimenta, exigir explicações que ninguém quer dar. Quem não se sente
ruim em todo movimento que fizer ter que explicar? Muitas vezes divórcios
acontecem por causa similar. Além do
mais, em especial nos negócios informais, grande parte do que se movimenta não
é renda e sim insumos ou algum tipo de necessidade que o informal possui para
ganhar dinheiro. A verdade que, em geral, esta renda de grande parte deles, não
é renda e também, mesmo o que é, não é taxada. Mas, convenhamos, taxar
pipoqueiros ou moto boys, embora vá acrescentar recursos ao governo, implica em
tornar uma vida que já é difícil mais difícil ainda. Há sim clandestinidade
nestes ganhos e somada é significativa, porém, convenhamos, se taxados o custo
de seus trabalhos será muito maior, com impactos significativos, na inflação e
com um problema adicional: os mais pobres não possuem, na sua quase totalidade,
um acompanhamento de seus negócios. Muitos nem sabem quanto movimentam e serão
a essas pessoas que, no fim do ano, serão apresentadas contas que não terão
como explicar nem saber como enfrentar a questão. O que sempre se espera de um
governo, ainda mais de um que, supostamente, é voltado para o social, é que não
dificulte a vida das pessoas e é isto que o governo está fazendo com sua
voracidade fiscal. Não há estratégia de comunicação capaz de esconder o que dói
no bolso e vai doer em especial sobre os informais que serão detectados e
cobrados por recursos que não terão: a grande maioria se vira para sobreviver.
Afora outros impactos colaterais como gastos com contadores ou perda de ajudas
sociais. A vida de grande parte da população mais pobre não ficará apenas mais
complexa e sim muito mais difícil. O estado, de fato, não somente atrapalha a
vida do microempreendedor somente. Com as novas medidas o irá impedir de ter a
possibilidade de se capitalizar, de ascender socialmente. É uma medida que, se
não for revogada, irá corroer, com certeza, o que ainda resta de credibilidade
do governo federal.
Revogar as normas foi uma decisão estratégica
Embora grande parte do próprio governo trate a revogação das novas normas da Receita Federal como uma derrota, de fato, não é. A revogação foi a min
Quando chega o fim do ano, por mais difícil que a vida esteja, as esperanças são renovadas. Até quando se pretende negar sempre colocamos uma boa ca
Acordo Mercosul-EU e seus efeitos
Nesta última sexta-feira (6) foi anunciado o acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro comemorou o fato com
Que tempos não são difíceis? Há tempos que não o são? Sei lá. Sei que é difícil viver em qualquer época e, como não vivemos as outras, a nossa sempr