Segunda-feira, 11 de setembro de 2006 - 11h46
Grassa, atualmente, no país uma grave doença que ameaça as instituições democráticas que é o chamado assembleísmo. Seja em questões relativas as causas sociais, seja em órgãos sindicais e até mesmo nas universidades os riscos de decisões que acabam sendo tomadas ao calor de assembléias, muitas delas aparelhadas por interesses partidários e até mesmo anti-democráticos, são maiores, hoje, do que nunca. Um exemplo bem presente são as greves das universidades que, muitas vezes, são decididas, justamente, pelos que, na sua grande maioria, nem freqüentam as salas de aulas, porém fazem da política universitária sua função maior. E, como parte deles, são bons em agitação pretendem até mesmo minar a universidade com a adoção de um sistema paritário na qual os alunos passem a ser um fator decisivo na escolha dos reitores. Um enorme retrocesso na medida em que criar uma boa universidade com base no poder para os alunos é inverter a lógica do ensino. O que passa a ser preponderante não é mais a qualidade, nem a cobrança do mestre e sim sua capacidade de agradar aos alunos-o que, convenhamos, é a subversão da ordem natural.
Dar a mesma paridade de votos para os alunos que as dos professores é, na prática, quebrar a hierarquização universitária que situa os professores, em cima, e os alunos, embaixo, cada um com suas responsabilidades inerentes e insubstituíveis. É fundamental para a qualidade universitária que seja mantida a clara noção de que, embora os alunos devam ser ouvidos e suas reivindicações e reclamações, quando justas, atendidas, são os professores que conduzem a vida acadêmica e é da sua experiência, de sua condução, de seu trabalho continuado que surge, ou não, uma qualificação real. Nada, portanto tão danoso quanto o democratismo que diminui o professor dedicado, o que se preocupa com a pesquisa, com a qualidade do ensino, com o tipo de educação que seus alunos possuem com os que, simplesmente, procuram, convenientemente, atender os alunos para esconder sua preguiça quando não a irresponsabilidade. A democracia deve ser cultivada e feita nos locais adequados. Na universidade, para que seja, de fato, uma agência de desenvolvimento, de criatividade, de formação de qualidade a hierarquização se faz indispensável. Professor é professor por deter instrução, conhecimento, por ter anos de estudo e não pode ser equiparado, na vida acadêmica, ao adolescente recém-chegado que terá que sentar muito nas cadeiras da escola para ter o seu grau de conhecimento e experiência. Como aceitar que este vá ter a mesma influência que a de um mestre? Só o completo desrespeito a uma boa formação, e a má política educacional, podem defender coisas assim e esta é representada pelo assembleísmo danoso que, em nome da democracia, os que desejam miná-la procuram impor. Uma boa universidade se faz com e pelos bons mestres que possui. Para serem iguais os alunos devem se tornar mestres e, se possível, ultrapassá-los.
Fonte: Sílvio Persivo
silvio.persivo@gmail.com
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