O impacto inicial do Chat GPT é disruptivo

Uma das provas mais visíveis de como a inteligência artificial vem modificando o mundo é a ascensão meteórica do Chat GPT, que, com pouco mais de dois meses,  já alcançou 100 milhões de usuários e se tornou, sem dúvida, uma fonte de informações e discussões, especialmente como esta tecnologia pode transformar o mercado de trabalho e a educação. Mas, o que é, de fato, o Chat GPT. Para começar é preciso esclarecer que GPT é uma sigla de “Generative Pre-Trained Transformer”, um modelo de linguagem criado com base no deep learning (aprendizagem profunda), ou seja,  um desdobramento da inteligência artificial. Em resumo, é uma plataforma utilizadora de um algoritmo baseado em redes neurais que permitem estabelecer conversas com o usuário a partir do processamento de um acervo substancial, imenso mesmo de volume de dados. Ou seja, a inteligência artificial reúne informações, apoiando-se e milhares de exemplos de linguagem humana para entender o contexto das solicitações dos usuários e  responder às demandas feitas do modo mais preciso possível. Em suma, é uma  ferramenta desenvolvida pela empresa OpenAI, em 2019, capaz de criar textos simples, responder a inúmeras perguntas e automatizar as tarefas rotineiras com possibilidades, para muitos, assustadoras na medida em que despertam, inclusive, debates a respeitos dos limites éticos da inteligência artificial. Irônico é que, embora participe de maneira indireta, Elon Musk é um dos seus fundadores e um crítico que pede para se ir devagar no uso da AI. O que diferencia o Chat GPT, além de usar uma tecnologia de  algoritmos mais avançados, de um chatbot tradicional é sua maior amplitude, pois este se baseia em regras estabelecidas previamente, enquanto o Chat GPT é uma tecnologia de modelo de linguagem capaz de entender o significado das frases, de forma que desenvolve conversas muito mais complexas e responde a um infinidade muito maior de perguntas, portanto sendo mais dinâmico e flexível. De forma que os chatbots são programados de acordo com um script manualmente definido e limitado, o que os impede de responder a qualquer dúvida do usuário, Está restrito só as perguntas que foi programado para responder. Enfim, o chatbot é uma ferramenta programada para seguir determinados caminhos dependendo das suas perguntas e respostas e quando se faz perguntas fora do seu script se é encaminhado para o atendimento humano. Não é o caso do Chat GPT, que decodifica perguntas e responde  mesmo que feitas pela primeira vez, ou seja, não segue um contexto pré-definido.  O Chat GPT trata-se, por conseguinte de uma ferramenta conversacional online, ainda em versão beta, de vez que constantemente e atualizado e alimentado com novas informações, num processo de aperfeiçoamento como uma ferramenta nova que é. De fato,  funciona usando uma base de conhecimentos atualizada, que está restrita, por enquanto, até 2021, permitindo a decodificação das palavras para oferecer respostas em textos para as pessoas. Muitos o veem como um aprimoramento do Google na medida em que vai além da busca por palavra chave e é um modelo treinado a partir de dados de textos disponíveis na internet. É uma visão limitada porque, no caso do Chat GPT, há criação de textos. Um passo além, portanto.  O seu acesso pelo site oficial: chat.openai.com. Atualmente é acessível a versão a versão gratuita da ferramenta, porém existem planos pagos com vantagens maiores para quem os utiliza. Por ser uma ferramenta nova não se tem ainda uma visão clara de suas capacidades, porém o fato de armazenar as conversas, que podem ser consultadas mais tarde, e a capacidade da ferramenta de se integra a outras ferramentas, como o Word, Bing, Chatbot e WhatsApp Business expande bastante suas possibilidades de aplicação. É preciso fazer um cadastro para utilizar a ferramenta, o que não é nada complicado, mas importante é que, para o bem ou para o mal, temos um nova tecnologia, com múltiplos usos e que permite acessar um oceano de conhecimentos, de forma que não podemos fugir de nos informarmos a respeito até porque, embora não se possa mensurar seus impactos no mercado de trabalho e na educação, a tendência é a de que esta tecnologia  transforme, principalmente, áreas ligadas à comunicação, marketing, atendimento ao cliente e TI.

Ilustração: Exame.