Segunda-feira, 7 de junho de 2021 - 18h43
A grande verdade- e isto se
observa com o hiato entre os políticos e os seus representados, bem como pelo
papel indigno da grande imprensa no momento atual- é que as pessoas sentem que
os sistemas, que davam um direcionamento ao mundo, falharam. Quem, por exemplo,
se sente representado por um Renan ou um Aziz? Quem concorda, por exemplo, com
este movimento torpe contra a Copa América? E esta decepção se torna pior por
vir acompanhada da percepção de que somos impotentes para mudá-los ou, pelo
menos, consertá-los. Qual o significado que isto pode ter? Respostas
irracionais como caos, autodestruição e desespero, quando, no curto prazo, não
há respostas. Reclama-se, no Brasil, da vacina contra o coronavírus (até com a
enganadora conversa de que se custou a comprar uma promessa), mas, se ignora
que, certamente, fora de nosso país, que tomou as providências cabíveis, não
haverá vacina para todos os que precisam, e querem. Não é uma questão de falta
de tecnologia, nem de capacidade para atender- assim como não é a questão dos
alimentos-é uma questão de poder e, isto é o que não se diz-poder somente muda
com educação e informação-duas coisas que os donos do poder não desejam ver
democratizadas. Quem sabe, quem tem informação, compreende que o comportamento
vergonhoso da mídia nacional em relação ao governo nada tem de interesse
público ou defesa de bandeiras. É só levantar a quem pertencem os conglomerados
de mídia- famílias milionárias e políticos- para verificar que as políticas
públicas atuais não atendem seus caixas nem seus interesses. Será que interessa
saber que o governo Bolsonaro fez mais por saneamento e água limpa do que todos
os outros deste século? Não. Não é de se esperar que as crianças brasileiras
sejam prioridade para receber educação, comida decente, saneamento, água limpa
e oportunidade de futuro. É de se esperar sim que surjam na imprensa as
acusações de fascismo, de fanatismo contra milhões que vão as ruas em busca de
um mundo melhor. Não se vê a imprensa cobrando (nem os políticos) que se faça
um plano de emergência para a educação para extinguir a falta de escolaridade
entre nós depois de dois anos, praticamente, sem escola. Embora se use os
pobres, como Lula da Silva usou sem freios, ninguém se preocupa com eles.
Bolsonaro é o maior exemplo da falência do sistema. Sua eleição, contra tudo
que esta aí, e sua popularidade crescente, vem de que o sistema fraturou,
quebrou. As pessoas não sonham com a irrealidade de um mundo igual para todos,
mas, desejam o mínimo possível como renda, comida, remédios e liberdade. E
tiveram suas rendas e vidas impactadas por medidas restritivas de suas
liberdades e direitos. As camadas mais pobres (e que menos falam) foram as mais
atingidas e sabem sim quem são os responsáveis por suas vidas terem sido
brutalmente atingidas. E não precisam de CPIs para isto. Agora, e as informações que circulam pelas
redes sociais permitem isto-já não estão submetidas as versões únicas, que ainda
tentam se impor e impor o retorno ao passado. Não há volta. Não que os
Marinhos, os Jereissatis, os Collors, os Liras, os Gomes, os Magalhães vão
deixar de ter poder, porém, não poderão mais impor suas vontades, como sempre
fizeram. Atravessamos sim, uma época negra, escura mesmo, no entanto, há raios
de sol no meio da escuridão. O Brasil é maior do que este sistema prá lá de
medíocre e, contra todos os que torcem pelo quanto pior melhor, haveremos de
ter tempos melhores. Os primeiros sinais de luz já são visíveis.
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