Terça-feira, 1 de março de 2022 - 10h52
É um
problema demasiado humano, talvez provindo do desejo de sermos “realistas”,
somente nos ocuparmos daquilo que é imediato, dos problemas políticos e/ou
econômicos tidos, no presente, como mais relevantes. Daí, é uma tendência
inevitável, nos ocuparmos de fazer distinções fundamentais entre o que é
importante, ou não, para o futuro. Tendemos a tratar exclusivamente do momento,
do que está na moda. Isto é visível, por exemplo, pela atenção que se dá pela
intervenção da Rússia na Ucrânia. Efetivamente, embora não se possa
desconsiderar os aspectos humanos, não está acontecendo nada de muito diferente
do que sempre foi a tônica das grandes nações, das nações com poder: o utilizam
para impor seus desejos. Claro que isto tem consequências, mas, são consequências
muito menos de longo prazo do que, por exemplo, os grandes avanços na
desmaterialização da economia cujo principal motor está sendo o Metaverso. As
transformações que esta nova forma de interagir irá provocar já se torna
visível no aumento de sua popularidade, e visibilidade, que atrai a atenção de
empresas e investidores. Um dos sinais da importância que terá vem de que as
grandes marcas de luxo do mundo identificaram o seu maior potencial, que é o
da vontade humana de ser o que quiser,
sem limites ou julgamentos. Hoje, são óculos especiais que podem nos levar
acima das limitações dos cinco sentidos, nos levar para um mundo imaterial onde
podemos satisfazer nossos desejos usando o
campo da realidade virtual, da realidade aumentada e da própria holografia.
Também o surgimento de Plataformas de Games (Roblox, OpenSea, SandBox, Fortnite
e outras) ocupando um mercado global de US$300 bilhões (universo dos Games)
compreensivelmente incomoda muito o Google, o Facebook, a Apple e a Microsoft
que tentam dominar o mercado da Geração “Z” (nascidos entre 1995 e 2010) e da
Geração “Alpha” (nascidos depois de 2010) por entenderem que seu comportamento,
visão, idéias, determinarão o consumo global do futuro. Assim, foi premido
pelas circunstâncias, por se sentir atrasado, que o fundador do Facebook, Mark
Zuckerberg mudou o nome de sua empresa para “Meta” e anunciou o “Metaverso” com
um aporte de US$100 bilhões de investimento. O poder de transformação desta nova
realidade virtual pode ser avaliado pelo fato da Ralph Lauren com a Plataforma
Zepeto, feita com um investimento da SoftBank e um valuattion superior a US$1
bilhão, alcançou rapidamente mais de 1 milhão de visitantes na sua loja
virtual. Se formos falar de marcas estrangeiras a quantidade no Metaverso é
imensa, desde Coca-Cola, Nike, Gucci, Balenciaga, OutBack, Rolls Royce, Hermés,
Adidas e Blueberry-somente para mostrar empresas conhecidas. O fato marcante é
que esta camada nova da realidade,
integrando os mundos real e virtual em um ambiente imersivo, um universo que só
existe teoricamente, no Brasil, se calcula que já agrega mais de 5 milhões de
seguidores! E se estima que, até 2030, segundo a Revista Cult, surgirão dentro
dele diversas profissões. Por enquanto, é sintomático que a
Boticário,
via Plataforma Avakin, obteve mais de 9 milhões de visitantes em sua loja
virtual. Que a BioBots, uma Startup brasileira de publicidade, especializada na
criação de Avatares de “Influencers” e famosos, como por exemplo a versão
digital da Sabrina Sato, chamada “Satiko”, faturou R$20 milhões e prevê aumentar seu faturamento
para R$50 milhões até 2023. Todavia, um sinal forte do futuro que nos
espera vem dos Fundos Imobiliários e
Fundos de Investimento especializados em negócios do “Metaverso”. Um deles, recém lançado pela XP
e Rico, prevê R$100 milhões de aporte inicial. Não se enganem: em uma década o
mundo não será mais o mesmo. O intangível e as infinitas possibilidades da
imaginação humana nos levarão para um mundo muito diferente.
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