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Silvio Persivo

Quatro anos de glórias sem comemorações


Quatro anos de glórias sem comemorações  - Gente de Opinião

E foi assim, de gole em gole, de conversa em conversa, de carnaval em carnaval, de encontros e desencontros que o Buraco do Candiru completa, neste 01 de julho, quatro anos. Parece muito pouco para um bar de grife que já se incorporou à vida da cidade. Mas, o tempo é um fato enganador para quem já fez tanta história. E fez história porque o historiador Dante Fonseca é um dos seus frequentadores.  Porque numa de suas mesas, vindo lá de Vilhena, o João Paulo das Virgens conta histórias antigas. O mais carioca dos pernambucanos, o cônsul Luiz Carlos Marques, veio do Bola Preta, no Rio de Janeiro, brincar o domingo de carnaval do Buraco. E não é para qualquer boteco  ter como embaixador, em São Paulo, Almino Affonso. Também porque  o som do bandolim de Lito Casara com o violão de sete cordas de Nicodemos Alves inunda o seu ar de chorinhos. Sem contar com o saxofone de Samuel Castiel, a flauta de Rose Abensur, das intervenções do notável cantor de boleros Caté Casara ou das apresentações de Ernesto Melo, de Dimarcy Menezes, do Cabo Sena, do pandeiro do Carlos Henrique Angelo ou da batida do tamborim do Cândido Ocampo. Ah! Esqueci das canjas do Ricardo Gomes e do Shakespeare Casara, mas,  esqueci de muitos outros que fizeram as tardes noites do boteco inesquecíveis. E há os papos. Inflamados, em geral do João Paulo Viana e da Sandra Santos, ou alguns, mais ou menos, como o Ronaldo Scorza, o Josemar Monteiro e outros de pé de ouvido, como os de Raniery Coelho, do nosso atual presidente honorário, Odair Martini, do Zézinho da  Vinil Arte. Mas, há os habituais, o Demétrio Justo, o Fernando Casal, a Rose, o Paulo César Barbosa, a Janete Streit, o Ricardo Vasconcellos, o José Luiz Cabreiro, até por morar ao lado, o Waldohitler, o Homero Scheidt e a Mardecy  e bissextos, nem por isto menos importantes, como o Jackson Jibóia, nosso fornecedor da melhor pinga da Amazônia, José Valdir Pereira, o professor Maurilio Galvão, histórico por si mesmo, o Adeildes, Dadá do Areal, o não menos importante professor Aldenor José Neves, o Zezinho Lacerda, Fabrícia Formolo, Brasil, o curitibano Armando Moreira,  a Jacqueline e a Estela Casara, Regina Durval, o Sérgio Sival, o João Batista, nosso querido professor da IFRO, o Noel Leite, o Rei da Noite, Macalé, Marilene Gusmão e a loira Heloísa Ronchetti e toda uma fauna: Caititu, Papagaio e Boi. Sim, também conta o quadro do candiruzinho, pintado pelo Mikéliton, a exposição de quadros da Denise Martins, os eventos, como a vinda de um grupo de seis chorões mineiros, feras nos seus instrumentos (Artur Pádua, Ronaldo Pereira, Agostinho Paolucci, Pedro Alvarez, Nixon Fonseca e Cícero Gonzaga, capitaneados pelo Armando de Souza) ou os aniversários. Os de criança, onde só aparece bolo, pipoca, guaraná e cachorro-quente ou os de adultos, como o último aniversário de nosso saudoso primeiro presidente honorário, Euro Tourinho, que foi para o céu e não nos deixou: virou nome da nossa rua. E não nos deixaria, de qualquer forma, pois, nos mandou continuar, inclusive para lembrar dele, com a alegria, a mesma alegria de sua dancinha no seu aniversário. O Buraco é feito deste mosaico, das estrelas no chão e no ar e de outras coisas que ninguém ousa contar. O Buraco é malaco e supimpa! Nem mesmo a pandemia venceu a confraria que resiste. Reinventou-se a forma. Hoje o delivery de massas nos alimenta. E nos preparamos, de máscaras, para as próximas festas, encontros, carnavais. Virão outros anos. E sem poder comemorar ao vivo, mesmo assim, o Buraco do Candiru e sua confraria sobrevivem como um barzinho para chamar de seu, mesmo que seja, de forma virtual. Marquinho, mais uma. Nada de reclamar. Se tiver bem gelada pode mandar vir o que tiver aí. Vida boa é de dono de bar!

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