Terça-feira, 7 de julho de 2020 - 09h53
E foi assim, de gole em gole, de
conversa em conversa, de carnaval em carnaval, de encontros e desencontros que
o Buraco do Candiru completa, neste 01 de julho, quatro anos. Parece muito
pouco para um bar de grife que já se incorporou à vida da cidade. Mas, o
tempo é um fato enganador para quem já fez tanta história. E fez história
porque o historiador Dante Fonseca é um dos seus frequentadores. Porque numa de suas mesas, vindo lá de
Vilhena, o João Paulo das Virgens conta histórias antigas. O mais carioca dos
pernambucanos, o cônsul Luiz Carlos Marques, veio do Bola Preta, no Rio de
Janeiro, brincar o domingo de carnaval do Buraco. E não é para qualquer
boteco ter como embaixador, em São
Paulo, Almino Affonso. Também porque o
som do bandolim de Lito Casara com o violão de sete cordas de Nicodemos Alves
inunda o seu ar de chorinhos. Sem contar com o saxofone de Samuel Castiel, a
flauta de Rose Abensur, das intervenções do notável cantor de boleros Caté
Casara ou das apresentações de Ernesto Melo, de Dimarcy Menezes, do Cabo
Sena, do pandeiro do Carlos Henrique Angelo ou da batida do tamborim do
Cândido Ocampo. Ah! Esqueci das canjas do Ricardo Gomes e do Shakespeare
Casara, mas, esqueci de muitos outros
que fizeram as tardes noites do boteco inesquecíveis. E há os papos.
Inflamados, em geral do João Paulo Viana e da Sandra Santos, ou alguns, mais
ou menos, como o Ronaldo Scorza, o Josemar Monteiro e outros de pé de ouvido,
como os de Raniery Coelho, do nosso atual presidente honorário, Odair Martini,
do Zézinho da Vinil Arte. Mas, há os
habituais, o Demétrio Justo, o Fernando Casal, a Rose, o Paulo César Barbosa,
a Janete Streit, o Ricardo Vasconcellos, o José Luiz Cabreiro, até por morar
ao lado, o Waldohitler, o Homero Scheidt e a Mardecy e bissextos, nem por isto menos importantes,
como o Jackson Jibóia, nosso fornecedor da melhor pinga da Amazônia, José
Valdir Pereira, o professor Maurilio Galvão, histórico por si mesmo, o
Adeildes, Dadá do Areal, o não menos importante professor Aldenor José
Neves, o Zezinho Lacerda, Fabrícia Formolo, Brasil, o curitibano Armando
Moreira, a Jacqueline e a Estela Casara,
Regina Durval, o Sérgio Sival, o João Batista, nosso querido professor da
IFRO, o Noel Leite, o Rei da Noite, Macalé, Marilene Gusmão e a loira
Heloísa Ronchetti e toda uma fauna: Caititu, Papagaio e Boi. Sim, também
conta o quadro do candiruzinho, pintado pelo Mikéliton, a exposição de
quadros da Denise Martins, os eventos, como a vinda de um grupo de seis
chorões mineiros, feras nos seus instrumentos (Artur Pádua, Ronaldo Pereira,
Agostinho Paolucci, Pedro Alvarez, Nixon Fonseca e Cícero Gonzaga,
capitaneados pelo Armando de Souza) ou os aniversários. Os de criança, onde
só aparece bolo, pipoca, guaraná e cachorro-quente ou os de adultos, como o
último aniversário de nosso saudoso primeiro presidente honorário, Euro
Tourinho, que foi para o céu e não nos deixou: virou nome da nossa rua. E
não nos deixaria, de qualquer forma, pois, nos mandou continuar, inclusive
para lembrar dele, com a alegria, a mesma alegria de sua dancinha no seu
aniversário. O Buraco é feito deste mosaico, das estrelas no chão e no ar e
de outras coisas que ninguém ousa contar. O Buraco é malaco e supimpa! Nem
mesmo a pandemia venceu a confraria que resiste. Reinventou-se a forma. Hoje o
delivery de massas nos alimenta. E nos preparamos, de máscaras, para as
próximas festas, encontros, carnavais. Virão outros anos. E sem poder
comemorar ao vivo, mesmo assim, o Buraco do Candiru e sua confraria sobrevivem
como um barzinho para chamar de seu, mesmo que seja, de forma virtual.
Marquinho, mais uma. Nada de reclamar. Se tiver bem gelada pode mandar vir o
que tiver aí. Vida boa é de dono de bar!
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