Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023 - 11h01
Hoje me pego pensando que,
algumas vezes, já fui culto. E ser culto não é, embora para muitos pareça ser,
ler muito livros, e, neste particular, desde muito cedo, fui um leitor voraz,
mas sim, possuir uma cultura sólida, o que não tem nada a haver com bacharelesca.
E sim com a visão de mundo. Entendo, na maior parte da vida entendi, que ser
culto é ser capaz de compreender seu mundo, e, malgrado a sua complexidade, ter
parâmetros que possibilitem uma visão integrada, uma visão de mundo que possa
ser orientadora de nossos passos. É verdade que se trata de uma definição ampla
que pode abarcar tanto um religioso, quanto um marxista ou até mesmo quem é
sábio por natureza, capaz de ver na simplicidade e no prazer dos dias um
sentido. Aliás, falo em culto quando deveria dizer que já fui uma pessoa culta,
uma pessoa que tem cultura, que é instruída, civilizada ou informada, que tem
conhecimento sobre vários assuntos e consegue organizá-los para a vida, por ter
compreendido como deve viver. E, como sou uma pessoa do século passado, nascido
exatamente na metade do século passado, sou de uma geração que viu o mundo
passar de uma realidade aparentemente semiestática para o relativismo atual, a
fragmentação do mundo ou, como é tratado por muitos, o atual mal estar da civilização.
Em algumas coisas vivi atrasado mesmo. Devo confessar que quando fui participar
da geração do sexo, das drogas e do Rocn’N’Roll cheguei um pouco atrasado. No
começo, hoje reconheço, ter sido um pouco elitista, influenciado por meu pai
que via na moda de usar o idioma inglês e de imitar seus costumes, um fator de
desagregação social e de decadência dos costumes. Assim via os Beatles com
certa relutância, como uma banda de musicalidade, porém barulhenta e com umas
letras inocentes e meio bobocas. Estava errado é certo. E logo vi em Roberto
Carlos a inovação que representava com suas camisas de gola russa, que adorei,
e os cabelos longos. O mundo mudou celeremente a partir dos cabeludos de
Liverpool. E minha visão passou da literatura para a política. Até tentar
aprender alemão tentei para ler Marx no original e só consegui me apaixonar
pela professora de alemão. E era muito careta. Queria ter consciência tanto que
foi a cerveja, a primeira droga que usei depois do primeiro porre de cachaça no
trote de faculdade de Economia. Isto é sim uma rememoração sobre meu passado e
as mudanças. Com base no fato de que faz tempo que não me sinto uma pessoa de
cultura. Não é porque tenho que aprender com jovens coisas sobre computadores
ou celulares. E sim porque, embora em algumas áreas tenha uma visão muito clara
do que vai acontecer, ou seja, saiba separar a informação dos ruídos, não
consigo mais, como em algumas vezes, no passado, ter um sentido, ter, apesar do
meu otimismo, uma visão coerente das coisas, do futuro. Talvez também o mundo
tenha sido sempre assim e não conseguisse enxergar. Talvez...O que me consola
não é que existam muito mais pessoas que nem esta visão conseguem ter, todavia
sim que isto não tem a menor importância. Constato apenas que sou um sobrevivente
e, como tal, devo ser o mais feliz possível. Talvez este seja o real sentido da
vida.
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