Sábado, 15 de novembro de 2008 - 13h20
Este ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, me parece, cada vez mais, uma Marina “recuperada” (com um pouco mais de bom-senso) de colete com o toque marqueteiro de Lulla da Silva. Primeiro havia dito na quinta-feira, 16 de outubro, que não cederia às pressões para conceder a licença de instalação da hidrelétrica de Jirau (RO, 3.300 MW), no Rio Madeira. Palavras textuais: “Não há licença política. Estamos tratando isso com a máxima prioridade, mas o tempo das licenças não é o tempo das chuvas, é o tempo do cumprimento dos termos da lei”, afirmou o ministro.
Como não se pode levar a sério declaração de autoridade (exceto se lida ao contrário) já o jornal Valor Econômico (29/10/2008) publicava uma reportagem de Daniel Rittner em que este informava :
“O consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus) poderá, na próxima semana, montar seus primeiros canteiros de obras e as ensecadeiras responsáveis pelo desvio do rio Madeira. A garantia foi dada ontem pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que prometeu conceder em uma semana a licença “parcial” de instalação da hidrelétrica de Jirau, apesar da mudança de localização da usina. Essa licença não permitirá o início efetivo das intervenções de engenharia, mas dará sinal verde à mobilização de maquinário e de pessoal, a fim de permitir o aproveitamento da janela hidrológica (estiagem), que se encerra nos próximos dias. Com a promessa de um aval preliminar do Ibama, Minc recua completamente da posição que havia manifestado apenas duas semanas atrás. Na ocasião, ele rejeitara o “fatiamento” da licença em duas etapas”.
Agora a licença saiu com uma enorme trombada interna. Contrariando afirmações do ministro Carlos Minc, o presidente do Ibama, Roberto Messias, diz que a concessão da licença ambiental para a usina de Jirau refere-se apenas "à instalação do canteiro de obras", ou seja, não há aceitação, como disse Minc, da nova localização da hidrelétrica, cujo ponto aceito pela Aneel fica a 9,5 quilômetros de onde foi previsto no projeto. È claro que o presidente do Ibama é subordinado a Carlos Minc, mas, não vai para agradar seu chefe enfiar a cabeça na forca do Ministério Público Federal que está apontando uma bazuca contra a mudança que, segundo, dizem (a Enersus contesta e não tenho condições de avaliar quem tem razão por falta de estudos publicados) precisa de mais estudos e até pedem um novo licenciamento. È muita confusão. E Minc é expert em palavrório. Fala pelos cotovelos. Fala, fala e, até agora, como Marina é uma lacuna em termos de ações. Não fez nada de concreto. Sua grande vitrine continua a ser o colete.
Fonte: Jornal Diz Persivo
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